18 fevereiro 2015
Provincianismo sexual
Com entradas a 14 € (individual) e 24 € (para casal) e num fim de semana de Carnaval e com o dia de S. Valentim a juntar-se à festa, realizou-se mais um festival erótico em Lisboa. Não desejo que tenha sido um fracasso, mas aborrece-me ouvir banalidades provincianas sobre supostos visitantes provincianos.
Não sei se, talvez levados por emoções sadomasoquistas, ouvi numa reportagem tanto expositores/artistas e visitantes a queixarem-se que os portugueses são muito inibidos e têm muitos tabus. Parecem ver muito e comprar pouco. Não têm particular interesse em comprar brinquedos sexuais ou em participar nos espectáculos, nem que seja apenas como público entusiasta.
Pela cabeça destes comentadores parciais não passou que a vida económica não está particularmente fácil. E os preços não parecem ser particularmente acessíveis (a somar ao preço da entrada, há que acrescentar os preços dos espectáculos privados e dos objectos e roupas à venda no certame).
Também não passou que os portugueses não sejam grandes adeptos deste estilo de sexo. Como se ao sexo fossem imprescindíveis o uso de brinquedos e de conjuntos de fantasia. E, talvez acima de tudo, transformar um acto privado numa actividade pública.
Não sei se intoxicados pelas 50 tonalidades cinzentas, vêem a vida sexual portuguesa como pouco colorida. E talvez até seja um conservadora, tal como eu. Mas não consigo ver nisso uma vida sexual insatisfatória. Pelo contrário. Até consigo ver na necessidade do uso de brinquedos e conjuntos de fantasia como uma forma de tentar tornar satisfatória uma vida que não o é.
Eva portuguesa - «Eu»
Eu sou eu. Só isso. Tanto e tão pouco. Mistura de menina/mulher, personagem e pessoa, sonhadora e lutadora. Mãe e mulher.
Eu: fruto de erros e acertos, amores e mentiras, paixões e desilusões.
Eu, que sendo a Mariana ou a pessoa, me consigo resumir ou nem por isso, de igual modo... sou vaidosa sem ser arrogante, brincalhona e por vezes acutilante, forte e tão carente, segura mas cheia de dúvidas e incertezas.
Eu: generosa de uma forma egoísta, sofrida mas crente, feliz mas incompleta, optimista mas cheia de medo.
Eu: gosto de emoções fortes mas não tolero o sofrimento. Odeio injustiças e acredito na vingança. Adoro bebés e o som mais bonito é a gargalhada de uma criança. Não sei viver sem música: ela aumenta ou altera estados de espírito. A minha cor preferida é o vermelho e os filmes de que mais gosto são os de terror. Adoro a noite e tudo o que lhe diz respeito: a forma de vestir, o riso fácil, a promessa que encerra em si mesma, o mistério que a envolve, a liberdade e libertinagem que apenas a noite torna possível de uma forma elegante.
Eu: vivo o presente temendo o futuro e tentando esquecer o passado. Temo a velhice, a doença, a demência e a solidão. Acredito em valores que já caíram em desuso: respeito pelos mais velhos, cavalheirismo, etiqueta e educação, solidariedade, auto conhecimento.
Adoro as coisas boas e o alívio que o dinheiro pode dar mas não acho que deva ser alcançado a qualquer custo.
Gosto de sexo suado, impune, inconsequente. Mas também não acredito que se possa viver sem amor. Não acredito na monogamia, mas acredito num amor para a vida inteira.
Eu: arrependo-me de tantas coisas que fiz e de outras que não tive coragem de fazer. Mas sinto muito orgulho de tudo o que já consegui.
Sou teimosa, tenho uma personalidade forte e, regra geral, o julgamento fútil e infundado dos outros não me preocupa minimamente. Mas, ao mesmo tempo, tenho dificuldade em aceitar uma crítica e, mesmo quando perdoo, não esqueço.
Eu: escorpião, mulher, prostituta, vítima e carrasco.
Tudo isto e muito mais sou eu. E não peço desculpa.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Eu: fruto de erros e acertos, amores e mentiras, paixões e desilusões.
Eu, que sendo a Mariana ou a pessoa, me consigo resumir ou nem por isso, de igual modo... sou vaidosa sem ser arrogante, brincalhona e por vezes acutilante, forte e tão carente, segura mas cheia de dúvidas e incertezas.
Eu: generosa de uma forma egoísta, sofrida mas crente, feliz mas incompleta, optimista mas cheia de medo.
Eu: gosto de emoções fortes mas não tolero o sofrimento. Odeio injustiças e acredito na vingança. Adoro bebés e o som mais bonito é a gargalhada de uma criança. Não sei viver sem música: ela aumenta ou altera estados de espírito. A minha cor preferida é o vermelho e os filmes de que mais gosto são os de terror. Adoro a noite e tudo o que lhe diz respeito: a forma de vestir, o riso fácil, a promessa que encerra em si mesma, o mistério que a envolve, a liberdade e libertinagem que apenas a noite torna possível de uma forma elegante.
Eu: vivo o presente temendo o futuro e tentando esquecer o passado. Temo a velhice, a doença, a demência e a solidão. Acredito em valores que já caíram em desuso: respeito pelos mais velhos, cavalheirismo, etiqueta e educação, solidariedade, auto conhecimento.
Adoro as coisas boas e o alívio que o dinheiro pode dar mas não acho que deva ser alcançado a qualquer custo.
Gosto de sexo suado, impune, inconsequente. Mas também não acredito que se possa viver sem amor. Não acredito na monogamia, mas acredito num amor para a vida inteira.
Eu: arrependo-me de tantas coisas que fiz e de outras que não tive coragem de fazer. Mas sinto muito orgulho de tudo o que já consegui.
Sou teimosa, tenho uma personalidade forte e, regra geral, o julgamento fútil e infundado dos outros não me preocupa minimamente. Mas, ao mesmo tempo, tenho dificuldade em aceitar uma crítica e, mesmo quando perdoo, não esqueço.
Eu: escorpião, mulher, prostituta, vítima e carrasco.
Tudo isto e muito mais sou eu. E não peço desculpa.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
17 fevereiro 2015
Chinesices maravilhosas...
... neste filme animado descoberto pela nossa amiga de longa data, Madr.
Aqui, o link para a versão original:
Aqui, o link para a versão original:
Topografias
E foi então que ele se virou para a engenheira civil e lhe pediu em tom lânguido: "faz-me um beco".
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
«Aprenderei a amar-te» - João Costa e Susana Duarte
aprenderei a amar-te
num labirinto de praias
onde a lua se esconde da noite
e penetra na maré cheia
que te cobre o ventre...
mil cavaleiros se ajoelharam
mas nenhum trazia a lâmina
para te cortar a venda
e te permitir ouvir o vento
que em mim por ti clama.
_______________________ João Costa
aprenderás a amar as ondas
submarinas que em mim-estranhas-
habitam? é nelas que residem
os cabelos verdes das algas
e dos olhos marulhados de noite
que te percorrem. é nelas que vivo
e é sobre elas que as espadas
perdem todas as lutas, pois o vento,
esse, nunca ouviu o meu lamento.
_______________ Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
num labirinto de praias
onde a lua se esconde da noite
e penetra na maré cheia
que te cobre o ventre...
mil cavaleiros se ajoelharam
mas nenhum trazia a lâmina
para te cortar a venda
e te permitir ouvir o vento
que em mim por ti clama.
_______________________ João Costa
aprenderás a amar as ondas
submarinas que em mim-estranhas-
habitam? é nelas que residem
os cabelos verdes das algas
e dos olhos marulhados de noite
que te percorrem. é nelas que vivo
e é sobre elas que as espadas
perdem todas as lutas, pois o vento,
esse, nunca ouviu o meu lamento.
_______________ Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Sexo com apoio de um cesto e roldanas
Frasco em porcelana para rapé (tabaco em pó).
Fabricado por Wagner & Apel, Lippelsdorf, Thuringe. No verso do frasco, tem gravada a frase "Berta liebt sich Neuerungen, durch dies Patent ist's ihr gelungen" ("Berta ama inovações e com esta patente foi bem sucedida")
Uma obra de engenharia da minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Fabricado por Wagner & Apel, Lippelsdorf, Thuringe. No verso do frasco, tem gravada a frase "Berta liebt sich Neuerungen, durch dies Patent ist's ihr gelungen" ("Berta ama inovações e com esta patente foi bem sucedida")
Uma obra de engenharia da minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
16 fevereiro 2015
«Orgânicos» - João
"Eu não quero ter um orgasmo e ejacular na tua vagina. Não quero preencher-te com o meu sémen. Isso é asséptico, é como um ensaio clínico, como se ambos fossemos anónimos num estudo de Masters and Johnson. Não. O que eu quero é que fodamos, quero vir-me na tua cona, quero inundar-te de esporra que te faça pingar, escorrer pelas pernas, pingar o chão, no momento em que te levantes. O que eu quero é que nos sujemos um do outro, que nos façamos vivos, que espalhemos o cheiro a foda onde estivermos, que os teus músculos se agitem como a força a falhar-me nos joelhos se nos comermos em pé contra uma parede. Eu não quero o sexo mecânico tapado em lençóis na escuridão puritana. Eu quero a nossa nudez partilhada e exposta, da nossa pornografia, o espaço da nossa fantasia feita real. Eu não quero que a tua vagina se lubrifique, quero que a tua cona se encharque ou fique como forma untada de manteiga antes do forno. Quero tudo visceral, orgânico, molecular. Como se o meu caralho na tua cona fosse o contínuo da existência, ar para respirar. Pareço pedir muito, mas dir-me-ias que não. Que não queres nada daquilo que eu não quero, mas queres tudo quanto eu quero. Muito."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
«engolida pelo Sol» - bagaço amarelo
Estávamos num café em Aveiro. Eu sozinho numa mesa e ela acompanhada por um homem e uma criança noutra mesa. Levantámo-nos ao mesmo tempo, depois de um lapsus facial simultâneo, e demos um abraço a meio do caminho, muito perto duma outra mesa onde duas mulheres bebiam chá e comiam torradas.
De certa forma apetecia-me contar-lhe e ouvir-lhe tudo sobre o tempo que passou por nós desde a última vez que nos vimos, mas a situação não o permitiu. Dois minutos depois do nosso abraço, o homem levantou-se e levou a criança pela mão até à porta do estabelecimento, onde ficou em pé a esperar por ela. Eram o marido e o filho que a chamavam sem chamar. Ela abanou os ombros como que desculpando-se, deu-me outro abraço e despediu-se. Disse-me que temos que falar para pôr a conversa em dia.
Não fiquei com o número dela nem ela com o meu. Acabei de o procurar e não consta da minha lista telefónica. Acho que o perdi numa das mudanças de telemóvel bruscas que fiz no passado recente. O mais provável é que se passem mais quatro anos até eu a encontrar de novo, por acaso, num café qualquer da cidade.
Não sei quando é que o tempo se tornou assim, imensamente pequeno e minuciosamente grande. Acho que fiquei alguns minutos em pé no meio do bar, a vê-la afastar-se e sair pela porta cujos vidros eram violentamente trespassados pela luz do Sol. Quando me sentei percebi que as mulheres que bebiam chá e comiam torradas cochichavam qualquer coisa sobre mim. Não sei bem o quê, mas suspeito que tinha a ver com o facto de eu ter ficado a suspirar assim que ela foi engolida pelo Sol.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
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