05 abril 2015

«Vintage Porn logos»


Vintage Porn logos from OuYeah! on Vimeo.

Luís Gaspar lê «Litania» de Eugénio de Andrade


O teu rosto inclinado pelo vento;
a feroz brancura dos teus dentes;
as mãos, de certo modo, irresponsáveis,
e contudo sombrias, e contudo transparentes;

o triunfo cruel das tuas pernas,
colunas em repouso se anoitece;
o peito raso, claro, feito de água;
a boca sossegada onde apetece

navegar ou cantar, ou simplesmente ser
a cor de um fruto, o peso de uma flor;
as palavras mordendo a solidão,
atravessadas de alegria e de terror,

são a grande razão, a única razão.

Eugénio de Andrade
pseudónimo de José Fontinhas (Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923 — Porto, 13 de Junho de 2005). Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade».
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

PI dos perigos da frontalidade






São fases

Ontem conheci uma esotérica que dissertava sobre a lua em quarto crescente. Começa lá nua no meu quarto e logo vês o que fica crescente.

Patife
@FF_Patife no Twitter

04 abril 2015

03 abril 2015

Parabéns, Pai - «Muito Obrigada»


Margaret - Thank You Very Much from Chris Marrs Piliero on Vimeo.

Para que não haja confusões...



Capinaremos.com

«Se puderes» - João

"Numa tirada rápida, com uma inflexão de discurso sem preparo, eis que ele lhe diz que, se pudesse, a fodia. “Como?”, isso mesmo. “Se pudesse, fodia-te”, e depois de uma pausa ligeira, que serve para centrar bem os olhares, insistiu, “e bem. Ias gostar”. Era isso que lhe queria dizer, que se pudesse a fodia bem. Mais do que muito, bem. Era preciso. Para reavivar os corpos da dormência, para reanimar os desejos profanos. Era urgente fazer algo a esse propósito.

“Sabes”, prosseguiu, “se te fodesse ia deitar-me atrás de ti. Ias sentir-te dominada. Segurava-te pelos pulsos atrás das costas e encostava-me a ti quase ao ponto de te penetrar”. Por aquela altura, lambiam-se os lábios. Admitia que a adrenalina lhe tivesse deixado a pele mais seca e a garganta mais necessitada de água, porque palavras, nenhumas, e o modo como procurava humedecer os lábios diziam-lhe que estava a crescer nela a excitação causada por um filme cujo final ela desejava muito. Mas reagiu então perguntando-lhe “e mais?”. E mais? Brincaria com ela por algum tempo. Tocando a pele arrepiada sem pressas, absorvendo esses odores que dão cor à química, que unem ou afastam pessoas sem lógica aparente, humedecendo os dedos nos seus espaços mais quentes, preparando caminho. “E?”, e depois, triunfando, derrubando todas as barreiras, se ainda as houvesse, entraria nela. Se eu pudesse, dizia ele, eras fodida nesse momento. Quando já estivesses a desesperar. A pingar.

“Apetece-me muito”, disse ela. Virou-se de costas para ele, despiu célere a fina blusa e a saia que, descobriu ele então, eram a única roupa que lhe cobria o corpo. Afastando um pouco as pernas, e mais ainda os braços, encostou-se à parede mais próxima insinuando as suas belíssimas nádegas, e olhando discretamente sobre o ombro disse-lhe de novo, “apetece-me muito, se puderes”."


João
Geografia das Curvas

«Limpinho» - Shut up, Cláudia!




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