29 abril 2015

Eva portuguesa - «O barulho do silêncio»

Bastou apenas uma vez para me perder.
Uma vez em que te conheci naquele jantar e entre palavras ocas mergulhaste profundamente nos meus olhos e fiquei cativa do teu sorriso.
Entre as promessas que fazias sem nada dizer, percebi que me tinha pedido naquele momento. Perdido para ti...
Bastou apenas essa vez para me arrancares para sempre à minha solidão confortável e me levares para o tumulto da incerteza.
Sem nunca termos estado sós, tornaste-te a minha companhia... longas são as mensagens que trocamos madrugada fora. Eu no conforto da minha cama, tu para onde a noite te leva.
O teu sorriso acompanha-me dia e noite... 

O toque dos teus lábios atormenta-me noite e dia. Quantas vezes imagino esse toque noutras partes do meu corpo...
Bastou apenas uma vez e tu já dormes comigo todas as noites... uma presença silenciosa que me tira o sono e aumenta o desejo.
Tantas vezes te fui ver, eu, um rosto perdido no meio de tantos outros que também lá estão por tua causa. Mergulhas novamente no verde esperançado dos meus olhos, como que se te dirigisses só a mim. E, antes que percebas, desapareço, pois a minha prisão já é efectiva e tu és o seu carrasco.
Receias abandonar a tua vida estruturada. Receias perder-te no caos da minha liberdade. E eu receio perder-me em ti. Perder-me para ti.
Bastou apenas uma vez, apenas um cumprimento, apenas um frente a frente e perdi-me para sempre. Ali mesmo, naquele preciso momento, eu soube que me tinha perdido de mim e só voltaria a ser em ti. A tua segurança é a minha insegurança. A tua vontade dissimulada é o meu desejo gritante. As tuas sugestões atrevidas são a minha esperança vã.
Tudo de uma vez só...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Não é preciso ir tão longe


28 abril 2015

«Phantom» (fantasma)


PHANTOM from allusionmagazine on Vimeo.

4-3-3

Falam mal da pornografia mas tenho lá visto desempenhos em grupo que envergonham a maioria das organizações em termos de espírito de equipa.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

A flor "Pênis"

Olás...

São tantos apelidos
Alguns exemplos a registrar.
Chamam de órgão o pênis
Mas um é para foder. Outro, para tocar.

Aprendi que também é pica
Como agulha de aplicar injeção
Aquela, previne a doença
Da pica, pode vir um barrigão.

Já ouvi dizerem ser rola
Mas também é um passarinho
Se enrolarem a pica
Certamente é um dotadinho.

Cacete é muito comum
Nas regiões do Brasil.
Compram-se cacetes em padarias
Duros, como um homem viril.

Pau  tem em grande fartura
Bilau  vejo como frescura.
Parece coisa da vovozinha,
Lembranças do vô, na formatura.

Bingolim não é coisa de macho
Parece enfeite de Natal.
Quem inventou esse nome ao pênis
Estava bêbado ou estava mal.

Bráulio é de amargar.
Coitado quem tem esse nome
Vive escondendo o documento
Prefere boneca a esse codinome.

Caralho é o mais popular
É vírgula até para patrões
Se não enfiam o caralho na secretária
Usam caralho como palavrão.

Cabeça, mas sempre precisam explicar.
Que são duas num homem só.
Quando a de cima não funciona
A de baixo não vai reclamar.

Calabresa,  muitos o chamam assim.
Há quem prefira numa pizza
Outros metem a calabresa por aí.
Gostam de pica e de piça.

Cheio-de-veia é muito esquisito.
Nem há como precisar
O momento que mete o cheio na velha
Ou se na veia o sangue está a coalhar.

Mas foi nesses últimos tempos
Que na cobra cuspideira ouvi falar.
Tem até receita caseira
Se da cobra querem provar.

Tem até doutor alisando cresce
(De todo nome o pênis padece)
Mas isso é bem impossível
Quando o equipamento amolece.

O pinto ainda é bem franzino
Coisa de infância inocente
Depois,  quando fica adulto
Até nas medidas já mente.

Vivem contando vantagens
Que o pênis aprontou aqui e acolá.
Mas mais cometem crime ambiental,
Do que fazer o ganso afogar.

Hoje, do nada, vi uma flor.
Estática, fiquei paralisada!
Tem o formato de um pênis,
Que me inspirou essa...gozada.

Uiiiiii




Chama a Mamãe

«Érotopsie ou coup-d'oeil sur la poésie érotique et les poètes grecs et latins»

Livro francês de 1802 do Docteur Petit-Radel.
Estudo sobre a poesia erótica grega e latina. Edição original. 1 volume 20 x 12,5 cm com capa de papel cinzento. Grande mancha antiga visível na segunda metade do volume.
"Erotopsie ou coup-d'oeil sur la poésie érotique, et les poètes grecs et latins qui se sont distingués en ce genre. Ouvrage pouvant faire suite à celui du docteur Petit-Radel intitulé: De Amoribus Pancharitis et Zoroae - À Paris, de l'imprimerie de C. F. Patris, An X - 1802".
Uma antiguidade a juntar-se a outras da minha colecção.







Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

27 abril 2015

«Mocinho - o bom sabor dos velhos tempos»

«Venn» - João

"Com o tempo seguirás toda a gente que há para seguir. No diagrama de Venn que tu desenhas, o teu círculo e o círculo de toda a gente vai-se sobrepondo cada vez mais, como um eclipse, o teu espaço intersecta o espaço de todos e a pouco e pouco as gentes vão sendo assimiladas por ti, tu a segui-las, elas a seguir-te. No fim restarei eu, noves fora um, o diagrama de Venn será quase imperceptível, dois círculos quase perfeitamente alinhados, sobrepostos, intersectados. Excepto um pontinho, um pontinho que não segues, as trancas à porta, a venda nos olhos, e um pontinho que se esmaga no diagrama que avança. Com o tempo restarei eu."

João
Geografia das Curvas

Postalinho de Santiago (2ª série - 6)

"Coisas que se encontram ao longo do Caminho Português pela Costa para Santiago de Compostela.
Uma seta de Santiago apagada e com o desenho da seta azul muito sugestivo."
Antonino S.



50 Tons de Cinza no mar



Capinaremos.com

26 abril 2015

O que NÃO FAZER na hora de perder a virgindade

Luís Gaspar lê «Segredo» de Maria Teresa Horta


Não contes do meu
vestido
que tiro pela cabeça
nem que corro os
cortinados
para uma sombra mais espessa
Deixa que feche o
anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas
pernas
e a sombra do meu poço
Não contes do meu
novelo
nem da roca de fiar
nem o que faço
com eles
a fim de te ouvir gritar

Maria Teresa Horta
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Erotismozinho


Não me terem nascido os dentes do siso só pode ter sido um prenúncio que eu passaria a reagir por impulso. Ele cheirava bem, a DKNY e tinha aquele ar lavado de quem toma banho todos os dias e por isso mesmo só podia ter uma pele sedosa e macia que mal eu me prantasse em cima dele seria como um escorrega de cetim.

Conhecia-o de parte nenhuma que é como quem diz que com ele só tinha trocado ideias empresariais embora para o efeito isso também não me parecesse pertinente pelo que aguardei pelo jantar de Natal que incluía os fornecedores e não o meti na mala porque era grande demais para isso, mas levei-o para casa.

Com os preliminares apalpões e beijos molhados no elevador como é da praxe, despimo-nos um ao outro como também convém nestas ocasiões, a demorar a descoberta de toda a pele como aquele pedacinho de bife que se deixa para o fim porque parece mais saboroso e nisto ele sussurra-me, ofegante, que queria provar a minha rata e dar-me o seu pau para eu beber o seu leitinho.

Oh senhores que se eu tivesse tomates, tinham-me caído logo ali que ele há metáforas que parecem saídas do cano de esgoto. É que a carga erótica da cona, uma palavra que se pronuncia sofregamente aberta não existe num bicho malcheiroso e peludo dos subterrâneos. E depois, pau é tão curtinho e leitinho tão infantil que antes de ser acusada de pedofilia, perguntei-lhe se não era melhor pararmos por ali.