01 maio 2015

«Would you be mine» - Adanowsky


Would You Be Mine - Adanowsky from Angel Gasca on Vimeo.

Somente mais uma vez

Fizeste-me teu sem licença
Cativaste-me com o teu olhar
Anseio pelo teu potente tocar
Eclipsaste a indiferença

Já não mais me toco sem te tocar
Rogo-te mais tempo num abraço
Sinto-me apertado num laço
Donde não consigo desembaraçar

Devolvo-te o sorriso que pregaste
Na minha cara embevecida pela tua
Quando da vida banal me salvaste

Salvas-te a ti mesma com amor
Espero-te ver em breve na Lua
Esqueço-me de um final com dor

«Aninhada em mim» - João

"Deixa-me ficar só assim, vamos ficar só assim, e o teu corpo ajeitava-se naquele espaço, encostado ao meu, sabíamos que existia mundo lá fora mas não queríamos saber dele, e na verdade, alheio a nós, girava como sempre. E porque não? O nosso sofá tinha rodas, levava-nos para todos os sítios, e eu acho que tu só querias carinho, naquele momento só querias as minhas mãos a dizer-te que tudo estaria bem. Sabias que eu falava muito com as mãos, pelos desenhos que elas faziam em ti. Deixa-me ficar só assim, aninhada em ti, e às vezes conseguias, outras não. Às vezes era só uma intenção, mas cedo se cedia ao desejo, que não se guarda muito tempo uma fechadura que tem chave certeira. E se isto faz parte de nós, se nos é próprio, resiste, aguenta a passagem do tempo, da água, do vento, de todas as coisas que nos orbitam."

João
Geografia das Curvas

«Stop!» - Shut up, Cláudia!




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30 abril 2015

«A Streetcar Named Desire» (um eléctrico chamado desejo)


A Streetcar Named Desire from allusionmagazine on Vimeo.

«pensamentos catatónicos (318)» - bagaço amarelo

Da estupidez dos homens

No Amor, os homens são um bocadinho estúpidos. Eu incluído, claro. Passam a vida a aprender aquilo com que a mulher já nasce ensinada: a Amar. Depois a vida torna-se um teste de resistência delas com eles. É ver quanto tempo uma mulher aguenta as estupidezes dum homem. Eu cá gabo-lhes a paciência.
A maior estupidez é passar do zero aos cem em menos de dois segundos. Quando um homem está sozinho acha-se um falhado, quando não está passa a ser o maior do planeta. Absurdamente, passa até a ser melhor do que a própria mulher que o Ama. É por isso que um homem nunca acredita que pode ser deixado. Tão verdade que às vezes já o foi e continua a não acreditar.
Com a vida, quando namoram (adoro este verbo), o principal objectivo dos homens que conseguem aprender alguma coisa com a vida é fazer o menor número possível de asneiras. Controlar os ciúmes competitivos, acalmar o excesso de confiança que só uma mulher dá, fazer mais em casa do que jogar jogos parvos e, por fim, tapar sempre a sanita depois de a usar. É o que eu faço, apesar da dificuldade de género.
Ainda hoje saí para tomar café. Na mesa ao lado da minha estava um casal ainda jovem (já não adoro assim tanto dizer isto). Ele explicava-lhe em alta voz como é que se estaciona um automóvel de marcha atrás enquanto ela suspirava e olhava para o infinito. Só mesmo um homem para ter orgulho em conseguir estacionar um carro. Os níveis de paciência dela baixaram mais um pouco, claro. Boa sorte, pá!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Príapo luminoso

Lucerna em barro vermelho, réplica de uma lucerna do império romano.
Veio da Turquia para a minha colecção.




Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

«Prisioneiro» - Adão Iturrusgarai


29 abril 2015

«Posição» - Porta dos Fundos

Postalinho de Santiago (2ª série - 7)

"Coisas que se encontram ao longo do Caminho Português pela Costa para Santiago de Compostela"
Antonino S.



Eva portuguesa - «O barulho do silêncio»

Bastou apenas uma vez para me perder.
Uma vez em que te conheci naquele jantar e entre palavras ocas mergulhaste profundamente nos meus olhos e fiquei cativa do teu sorriso.
Entre as promessas que fazias sem nada dizer, percebi que me tinha pedido naquele momento. Perdido para ti...
Bastou apenas essa vez para me arrancares para sempre à minha solidão confortável e me levares para o tumulto da incerteza.
Sem nunca termos estado sós, tornaste-te a minha companhia... longas são as mensagens que trocamos madrugada fora. Eu no conforto da minha cama, tu para onde a noite te leva.
O teu sorriso acompanha-me dia e noite... 

O toque dos teus lábios atormenta-me noite e dia. Quantas vezes imagino esse toque noutras partes do meu corpo...
Bastou apenas uma vez e tu já dormes comigo todas as noites... uma presença silenciosa que me tira o sono e aumenta o desejo.
Tantas vezes te fui ver, eu, um rosto perdido no meio de tantos outros que também lá estão por tua causa. Mergulhas novamente no verde esperançado dos meus olhos, como que se te dirigisses só a mim. E, antes que percebas, desapareço, pois a minha prisão já é efectiva e tu és o seu carrasco.
Receias abandonar a tua vida estruturada. Receias perder-te no caos da minha liberdade. E eu receio perder-me em ti. Perder-me para ti.
Bastou apenas uma vez, apenas um cumprimento, apenas um frente a frente e perdi-me para sempre. Ali mesmo, naquele preciso momento, eu soube que me tinha perdido de mim e só voltaria a ser em ti. A tua segurança é a minha insegurança. A tua vontade dissimulada é o meu desejo gritante. As tuas sugestões atrevidas são a minha esperança vã.
Tudo de uma vez só...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado