"O que era aquilo ao pé dos outros milhares? Milhares de horas. Uma hora e meia, e mais alguns minutos, era coisa pouca por comparação a tudo o resto que tinha sido, e arriscava ser. Por isso partiu, partiu antes com a convicção de seguir aquilo que o desejo ditava, a necessidade de um abraço como bálsamo, estender a mão para ser agarrado, e o sorriso aberto e pronto. Uma hora e meia. A paisagem ao menos era bonita, e estava anunciado. Aqui estou, aqui me faço atleta da espera, diria ele se lho perguntassem. Que viesse, implorava. A súplica seria discreta talvez, atenuada na sequência de palavras estranhas a Camões, a Gil Vicente, que ali não havia ilha dos amores nem barcas para lado algum, apenas a espera e o olhar inquieto lançado sobre quem passava, perguntando-se se seria, se não seria, se viria, se não viria. Nunca veio. Foi-se ele, aquele tempo de espera depois. Trilhando os mesmos passos que o haviam levado até ali, rolando os mesmos metros que o tinham feito chegar. Como chegou, partiu. De braços abertos. Sem raiva, conjecturando teorias, os porquês, as razões. Mas ainda e sempre de braços abertos, mesmo que tristes."
João
Geografia das Curvas
15 maio 2015
14 maio 2015
«respostas a perguntas inexistentes (300)» - bagaço amarelo
Um dos sonhos que deixei pelo caminho foi o de estar sempre apaixonado. Aconteceu-me quando tinha trinta e cinco anos e iniciei, para poder desabafar com estranhos, este blogue. Para além de todos os Amores que fui tendo, tive só dois. Esse de que já falei e aquele que vivo agora, nos dias difíceis que correm.
Quando alguém me conhece não sabe isto, mas conheça-se quem se conhecer há sempre dois parágrafos por trás, uma forma tão insuficiente quanto lúcida de se definir. Eu, aliás, também nunca conheço os dois parágrafos de quem passa por mim. Parto apenas do princípio que os tem.
Se eu pedisse a cada um dos leitores deste blogue para se definir em dois parágrafos curtos, tal como eu acabei de fazer, com certeza que todos o conseguiriam fazer. É isso que nos distingue uns dos outros. Quando pegamos na nossa vida inteira e a esprememos para um copo pequenino como se espreme um sumo ou uma laranja, o resultado é sempre diferente. É o nosso sumo, não o dos outros.
Tenho um enorme respeito pelos dois parágrafos de cada um de nós, apenas por saber que existem. Apesar de curtos, são normalmente uma construção de anos, com momentos deliciosos e outros sofridos. São um labirinto de razões e emoções, de risos e de lágrimas, de murros e de abraços. Todos nós somos assim, tão diferentes quanto iguais.
Parece pouco, mas quando nos apaixonamos por alguém à primeira vista, pouco mais temos do que esses dois parágrafos. O facto de nos conseguirmos apaixonar por meia dúzia de frases e com elas escrever um romance, às vezes mais longo outras vezes mais curto, torna-me optimista. Obrigado.
Acho que é isso o Amor.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
13 maio 2015
«The Big Penis Book»
Sim, claro, este livro faz parte da minha colecção.
The Big Penis Book Teaser from Love Ways on Vimeo.
Todos sabemos: o tamanho não importa, o que importa é a habilidade; ou dito de outra maneira: O que importa é a qualidade e não quantidade. Mas admitamos : Um pénis grande impressiona e, não só impressiona como nunca passará de moda!!!
The Big Penis Book Teaser from Love Ways on Vimeo.
Todos sabemos: o tamanho não importa, o que importa é a habilidade; ou dito de outra maneira: O que importa é a qualidade e não quantidade. Mas admitamos : Um pénis grande impressiona e, não só impressiona como nunca passará de moda!!!
Inconfessável
Calo o que sinto, pois não o posso partilhar. Nem contigo, nem com
outra, o que ainda está em brasa dentro do meu coração. Sei que posso
contar contigo, pois nada me perguntarás. Talvez com medo de reacenderes
este vulcão adormecido. Cuja fúria já vislumbraste. Cujo poder já
desejaste. E não mais o quererás, de tal forma incontrolável e ilógico
ele surge.
De que adianta tanto poder se não for controlável? Só nos poderá magoar, se não nos deixar felizes para sempre. E sempre, é o tempo que este sentimento amordaçado parece ter. E se, para sempre, tiver que ficar no meu peito prisioneiro, assim será. A última coisa que desejo é voltar a magoar-te.
Magoar-me não me assusta. Por isso não fujo de ti a sete pés. Já no passado fugi e de nada me serviu.
Tenho que domar o indomável.
Tive que confessar o inconfessável.
De que adianta tanto poder se não for controlável? Só nos poderá magoar, se não nos deixar felizes para sempre. E sempre, é o tempo que este sentimento amordaçado parece ter. E se, para sempre, tiver que ficar no meu peito prisioneiro, assim será. A última coisa que desejo é voltar a magoar-te.
Magoar-me não me assusta. Por isso não fujo de ti a sete pés. Já no passado fugi e de nada me serviu.
Tenho que domar o indomável.
Tive que confessar o inconfessável.
Eva portuguesa - «Dá-me»
Dá-me o sol que eu dou-te a lua.
Dá-me o dia que eu dou-te as noites.
Dá-me vida e eu dou-te sonhos. Os teus. Os meus.
Devolve-me a mim e eu entrego-me a ti.
Liberta-me e serei tua enquanto me quiseres.
Dá-me esperança e eu dou-te dedicação e lealdade.
Entrega-te a mim que eu dou-me a ti por inteiro. Sempre. E para sempre.
Dá-me luz e eu caminharei sempre a teu lado e não te deixarei na escuridão.
Sê meu e eu serei tua. Já. Hoje. Sempre...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Dá-me o dia que eu dou-te as noites.
Dá-me vida e eu dou-te sonhos. Os teus. Os meus.
Devolve-me a mim e eu entrego-me a ti.
Liberta-me e serei tua enquanto me quiseres.
Dá-me esperança e eu dou-te dedicação e lealdade.
Entrega-te a mim que eu dou-me a ti por inteiro. Sempre. E para sempre.
Dá-me luz e eu caminharei sempre a teu lado e não te deixarei na escuridão.
Sê meu e eu serei tua. Já. Hoje. Sempre...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
12 maio 2015
História de caçador
Se fosse arqueiro não falhava uma pois o meu arco é sempre o do triunfo.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Marcha Contra a Homofobia e Transfobia ~ Coimbra - «Manifesto 2015»
Quem cala, não consente
"Em tempos recentes assistimos a um aumento de crime de ódio por homofobia e transfobia em Portugal, por vezes com recurso a violência física extrema. Sabemos também que muitos dos crimes cometidos contra pessoas LGBTQIA (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trangénero, Queer, Intersexo e Assexuais) não são denunciados nem tornados públicos. Não é verdade que quem cala consente – no país da violência, quem cala fá-lo por medo.
O ataque a dois jovens após as comemorações da noite de 24 de abril de 2014, em Lisboa; o ataque a jovens lésbicas e gays à porta de uma discoteca lisboeta, no fim de agosto; o acosso vivido por um jovem madeirense, obrigado a mudar de escola constantemente; o ataque de um taxista a uma jovem lésbica em dezembro, no Porto – estes são apenas alguns dos casos que nos levam a exigir, novamente, segurança, reconhecimento e respeito para todas as pessoas independentemente da orientação sexual, relacional ou identidade de género.
Em tempos duros de uma austeridade imposta, em que se assiste ao aumento da opressão sobre grupos vulneráveis, apelamos à necessidade de união entre os coletivos LGBTQIA em Portugal, no sentido de lutarmos contra todas as formas de violência.
Apelamos também à intersecção necessária com outros grupos igualmente expostos a violência crescente, por razões de sexo, território de origem, grupo étnico, religião, deficiência ou outras. União, solidariedade, luta, ocupação do espaço público são estratégias de todas e todos nós!
A cultura dominante impõe um modelo social heteronormativo, desajustado do quotidiano, que exclui desejos, afetos e identidades várias, sendo por isso questionado.
Denunciamos que violência é também a patologização da transsexualidade; violência é necessitar de um documento médico atestando disforia de género; violência é forçar a redefinição sexual da criança intersexo; violência é o não enquadramento sociojurídico das relações poliamorosas; violência é estar proibidas e proibidos de ter filhos e filhas; violência é não reconhecer juridicamente as famílias arco-íris; violência é negar às crianças o direito a ver legalizadas as suas mães ou pais; violência é o silenciamento social das orientações sexuais e identidades de género.
Nesse sentido a PATH – Plataforma Anti Transfobia e Homofobia de Coimbra – exige ao Estado, à justiça e à sociedade:
- Medidas sustentadas de prevenção contra a violência homofóbica e transfóbica!
- Respostas eficientes contra os crimes de ódio cometidos por homofobia e transfobia!
- Medidas que visibilizem as pessoas LGBTQIA quer nas escolas, quer nos meios de comunicação social!
- Medidas de consciencialização das forças policiais e de segurança!
- O direito à livre experiência da sexualidade!
- O direito à autodeterminação no que à identidade de género diz respeito!
- O direito a viver livremente os relacionamentos!
- O direito à expressão dos afetos!
Exigimos o fim da violência homofóbica e transfóbica, seja ela física ou psicológica! Exigimos o cumprimento do Princípio da Igualdade da Constituição da República Portuguesa (artigo 13)! Exigimos a despatologização da transsexualidade e da intersexualidade! Exigimos igualdade de direitos e reconhecimento sociocultural para lésbicas, gays, bissexuais, poliamorxs, assexuais e pessoas trans! Exigimos igualdade real já!
Não é verdade que quem cala consente.
Quem cala, não consente. Quem cala fá-lo por medo.
Mas hoje queremos dizer bem alto: não consentimos e não calamos!"
Subscrevem este manifesto:
Grupo Amnistia Internacional Coimbra
não te prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais
UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta
APAV- Associação Portuguesa de Apoio à Vitima
Associação Existências
Caleidoscópio LGBT
Saúde em Português
Amplos
GTP
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