Calo o que sinto, pois não o posso partilhar. Nem contigo, nem com
outra, o que ainda está em brasa dentro do meu coração. Sei que posso
contar contigo, pois nada me perguntarás. Talvez com medo de reacenderes
este vulcão adormecido. Cuja fúria já vislumbraste. Cujo poder já
desejaste. E não mais o quererás, de tal forma incontrolável e ilógico
ele surge.
De que adianta tanto poder se não for controlável? Só
nos poderá magoar, se não nos deixar felizes para sempre. E sempre, é o
tempo que este sentimento amordaçado parece ter. E se, para sempre,
tiver que ficar no meu peito prisioneiro, assim será. A última coisa que
desejo é voltar a magoar-te.
Magoar-me não me assusta. Por isso não fujo de ti a sete pés. Já no passado fugi e de nada me serviu.
Tenho que domar o indomável.
Tive que confessar o inconfessável.