"Finalmente um nicho de mercado que não era explorado: uma barbearia unissexo.
E... como será o corte francês?..."
Paulo M.
15 junho 2015
14 junho 2015
Luís Gaspar lê «Rosa com Espinhos» de Nuno Júdice
Abro a rosa com as pétalas viradas para dentro
de mim, sugando-me o ser com os seus lábios
de veludo. E quando estou dentro da rosa, ouvindo
a música que corre ao longo do caule, num êxtase
de seiva, troco em versos o que a rosa me diz,
sentindo que a rosa se fecha, em botão, para
que o meu ser não saia de dentro dela. Então,
sei que habito o próprio centro do efémero,
enquanto as pétalas vão caindo, uma a uma,
à medida que a rosa se abre, e o sol que entra
para dentro da rosa, empurrando o meu ser
para fora do seu centro, corre nas suas veias,
como seiva de fogo, até fazer com que outros
botões nasçam, para que me suguem o ser, até
entre mim e a rosa não haver senão a frágil
fronteira de um espinho, em que me pico,
sentindo que a gota de sangue do meu dedo
podia ser a seiva em que a rosa nasce do ser
que a deseja, no instante efémero do amor.
Nuno Júdice
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Folga do publicitário
Patife
@FF_Patife no Twitter
13 junho 2015
Postalinhos da Turquia - 11
"Chaminés de fada, na Capadócia. Cones de pedra macia («tufo») encimados por uma rocha de basalto."
Paulo M.
Detalhes:
Paulo M.
Detalhes:
«O primeiro beijo» - por Rui Felício
«O beijo» de José Vilhena, 1993 Colecção de arte erótica «a funda São» |
É um salto no desconhecido, é um receio, é um impulso quase irracional, é um doce sabor que perdura no tempo.Sucedeu no jardim da minha casa, já lá vão muitos anos, mas ainda o tenho presente como se tivesse sido hoje.
Foi ao fim do dia, com o sol a declinar por trás da casa em frente. Ela, ainda muito jovem, envolta por um finíssimo e aveludado vestido carmim que lhe delineava as formas perfeitas, abriu-se lentamente à aproximação da boca sedenta que a desejava, moveu o corpo insinuante, deixou-se acariciar e sentiu-se perdida na loucura do beijo que retribuiu com ardor e paixão.
Nunca mais foi a mesma. Insaciável, todos os dias ali ficava à espera da repetição daquele primeiro beijo.
Durante muito tempo, aquele zângão apaixonado aparecia diariamente para beijar a bela rosa púrpura do meu jardim, para saborear o seu néctar doce, para sentir a carícia das suas pétalas em volta do corpo…
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
12 junho 2015
A boca em movimento...
A boca em movimento estala, ucha e rebenta a pressa da outra. Os lábios trinam, saltam e desmaiam, intempestivamente. A língua contra a língua, feroz, prenha de águas ágeis desafiando toda uma liberdade que nada respeita e tudo fermenta. E estoiram-se as bocas em cada perpasso; o alamar de um céu jamais saciado, e quanto mais ágil é a sede mais corresponde o destino à forma agressiva e violenta do desejo.
Luísa Demétrio Raposo
**Egon Shiele
blog VERMELHO CANALHA
Luísa Demétrio Raposo
**Egon Shiele
blog VERMELHO CANALHA
Subscrever:
Mensagens (Atom)