27 julho 2015
26 julho 2015
Luís Gaspar lê «Masturbação» de Maria Teresa Horta
Eis o centro do corpo
o nosso centro
onde os dedos escorregam devagar
e logo tornam onde nesse
centro
os dedos esfregam – correm
e voltam sem cessar
e então são os meus
já os teus dedos
e são meus dedos
já a tua boca
que vai sorvendo os lábios
dessa boca
que manipulo – conduzo
pensando em tua boca
Ardência funda
planta em movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
em torno
em volta
no centro desses lábios
que a febre toma
engrossa
e vai cedendo a pouco e pouco
nos dedos e na palma
Maria Teresa Horta
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Diabos vermelhos
Patife
@FF_Patife no Twitter
25 julho 2015
«respostas a perguntas inexistentes (307)» - bagaço amarelo
Em todas as disciplinas da vida vamos aprendendo alguma coisa com o tempo que passa. Aprendemos a cozinhar, a ler e a escrever. Aprendemos a atravessar as ruas, a fazer aviões de papel, a procurar emprego ou a descodificar o código genético humano. Aprendemos, melhor ou pior, tudo aquilo que precisamos. O Amor é a única disciplina em que precisamos de desaprender, talvez por ser, de facto, uma indisciplina. Foi o que eu aprendi nesta vida: a desaprender o Amor. Quem mo ensinou foi uma mulher.
Há uma razão simples para o que eu estou a dizer: tudo o que se ensina explica-se e o Amor morre no exacto momento em que precisa de explicação. "Eu estou com ele porque, apesar de tudo, é bom companheiro e até ajuda em casa", "eu estou com ela porque acho que o casamento deve ser para a vida", "eu estou com ela porque é fiel". Na vida, ensinam-nos sempre que o Amor é ter deixado de Amar. Desaprendamos isso, por favor.
Se todos desaprendêssemos o Amor, Amar tornava-se mais fácil. Menos frágil, mais seguro, mais Ele mesmo. Estou a escrever este texto num momento em que tenho uma enorme pedra na alma porque estou com saudades do meu Amor, aquele que eu não faço a mínima ideia por que motivo Amo. Nem quero fazer, aliás.
Quem me ofereceu esta oportunidade de desaprender totalmente a Amar foi uma mulher, no momento exacto em que me disse que nós já nos Amávamos. Nesse dia tentei explicar-lhe que sim, que nos Amávamos. Eu era o homem que sabia tudo sobre o Amor, ela era a mulher que não sabia nada. Ainda bem. Agradeço-lhe.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
«No bar do hotel» - por Rui Felício
«Garrafa com casal em madeira no interior» da colecção de arte erótica «a funda São» |
Há muitos anos que não ia a Torres Novas.
Sentei-me ao balcão, pedi um whisky com gelo e, enquanto esperava, observei-me no espelho em frente. Será que aquele era eu? Pareceu-me que o espelho me dizia ter uma vaga ideia da minha pessoa, agora com alguns cabelos brancos e umas quantas rugas no rosto.
O empregado colocou o copo em cima de uma base quadrada de madeira e serviu-me.
Já não era do meu tempo.
Poucos minutos depois, sentou-se ao fundo do balcão, aquela senhora elegante, bem vestida, ainda bonita e atraente, ligeiramente maquilhada, com ar vago, meio triste.
Tantas e tantas vezes nos tínhamos encontrado naquele bar há uns trinta anos atrás, sem nunca termos trocado mais do que fugazes olhares e sorrisos disfarçados. Ela bebia sempre a mesma coisa. Um Gin Tónico...
Quantas vezes tinha pensado dirigir-lhe a palavra, mas sempre ia adiando para o dia seguinte, receando que a minha iniciativa pudesse ser mal interpretada.
Tomou a sua bebida, fez sinal ao empregado, pagou e levantou-se.
Sorriu, fez-me um imperceptível aceno com os dedos e encaminhou-se para a porta de saída.
- Esta senhora vem cá todas as sextas-feiras, bebe um Campari com laranja e vai-se embora, disse-me o empregado mesmo sem eu lhe perguntar nada.
Campari com laranja era a bebida que eu sempre pedia, neste bar, há trinta anos atrás, murmurei eu...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
24 julho 2015
«Tarraxo Bem Bom» - Rui Unas feat. Carolina Torres e Sara López
Tu até és bom na passada
e gostas de inventar
Mas o que tu gostas mesmo é
de dançar um tarraxo bem bom
Eu sei que gostas de fazer aquele tarraxo mau
Que deixa as gatas loucas (tipo com cio) miau
Ficam ali tau, tau, tau
Começas a dançar e início é só respeito
ganhas confiança enquanto ela se encosta ao peito
DJ pôs outra música e ela não saiu
SInal que ela gostou de ti que te curtiu
Entretanto, ela já pôs a mão no teu pescoço
Tu aproveitas e não largas o teu osso
Dás aquele aperto ela faz "hum hum"
Os dois sorriem juntos Tarraxo Bem Bom
Refrão
Agora tu já estás mais confiançudo
Cintura com cintura
Vale quase tudo
Tu já não dás passada
Estás mesmo à patrão
Ela rebola em ti
Dança do varão
Tu és um abusado e através do espelho
Vês a forma como o rabo dela é belo e perfeito
Vai para cima e para baixo tipo elevador
Tu tarraxas feio, és aparafusador
23 julho 2015
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