"Vai aonde?!"
Joana L.
05 agosto 2015
04 agosto 2015
Bouquet de caralhos
Estatueta em gesso pintado em cor de bronze, com falos erectos como símbolo de fertilidade.
Um belo ramalhete da minha colecção.
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Um belo ramalhete da minha colecção.
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03 agosto 2015
«Veludo» - João
"Estavas tão hesitante que se notava nas tuas pernas, torneadas, um recorte perfeito no contraste da paisagem, e não há ninguém, não há ninguém aqui, e tu num nervosinho miúdo, miudinho, e eu também, e a electricidade no ar, sentes? Sentes a electricidade a envolver-nos? A comer-nos por dentro, por fora, a atrair, a faísca a formar-se, e as tuas pernas a hesitar, os teus braços atrás das costas sem saber o que fazer, e para onde vamos, o que vem lá, um sol que nasce ou noite escura, e quem vem lá, quem está cá, ninguém, não há ninguém, só silêncio e hesitação, e o teu corpo a conquistar milímetros, avanços e recuos à força para novos avanços sem conseguir resistir e então que te quero, não consigo mais, e deixas-te cair sobre mim, e eu faço-me chão teu, e acolho o teu corpo a cair, a cair, a tombar, desfaleces sobre mim e suspiras, deixas rolar lágrimas pesadas de querer guardado e não há ninguém aqui, não há alma alguma que não a tua, e seguramo-nos num abraço longo, no conforto do cheiro da pele, e o silêncio é imenso, o tempo da verdade, dos sinais, da telepatia que nos faz.A cortina de veludo vermelho pendia de um varão acobreado, horizontal, separando duas paredes que compunham um provador bastante espaçoso. As paredes, pintadas em cinza escuro, aproximavam-se do chão preto e brilhante, que funcionava como um espelho perfeitamente polido, e ao fundo daquela sala, em oposição ao provador, estava um sofá branco, para três pessoas, e eu sentado do lado esquerdo, com o braço apoiado no sofá e a perna cruzada, ondulando o pé vagarosamente enquanto ouvia o barulho de cabides a despir-se da roupa que seguravam, e a cortina vermelha a ondular, a reagir à brisa que o teu corpo provocava sempre que te movias mais exuberante.
A tua mão surge e afasta a cortina, e encostas-te à parede, de lado para mim, com um vestido belo e saltos muito altos. E perguntas-me se gosto. Gosto, se gosto. Mas depressa te digo
tira tudo, mas deixa ficar os sapatos
e então descruzo as pernas, e tu caminhas em direcção a mim, no sofá branco, e eu sento-me ao meio, tu sobre mim, com um joelho de cada lado, e o peito ao nível da minha boca, e dizes-me que te lamba, e eu lambo, e delicio-me com os teus mamilos enquanto te seguro e a dado instante, a dado instante já me interessa muito pouco, se alguma vez, se o sofá é branco ou não."
João
Geografia das Curvas
A tua mão surge e afasta a cortina, e encostas-te à parede, de lado para mim, com um vestido belo e saltos muito altos. E perguntas-me se gosto. Gosto, se gosto. Mas depressa te digo
tira tudo, mas deixa ficar os sapatos
e então descruzo as pernas, e tu caminhas em direcção a mim, no sofá branco, e eu sento-me ao meio, tu sobre mim, com um joelho de cada lado, e o peito ao nível da minha boca, e dizes-me que te lamba, e eu lambo, e delicio-me com os teus mamilos enquanto te seguro e a dado instante, a dado instante já me interessa muito pouco, se alguma vez, se o sofá é branco ou não."
João
Geografia das Curvas
02 agosto 2015
Luís Gaspar lê «Não é o tempo…» de Otília Martel
Não é o tempo magoado
da tua ausência
Não é o vento percorrendo
o meu corpo solitário
Não são as palavras que sibilam baixinho
no meu pensamento
Não é o cheiro de maresia
nos meus cabelos revoltos
Não é o orvalho que sinto escorrer
pelo rosto embaciando-me o olhar.
É o tempo das manhãs claras.
Da gargalhada solta.
Das tuas mãos nas minhas.
Da tua voz sussurrante na minha boca.
Da magia que me empurra para ti.
São estes momentos que me fazem falta.
Otília Martel
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
O pacote da Pandora
A gaja chamar-se Pandora é um apelo explícito a deixar-lhe a caixa toda escancarada, certo?
Patife
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