Não é o tempo magoado
da tua ausência
Não é o vento percorrendo
o meu corpo solitário
Não são as palavras que sibilam baixinho
no meu pensamento
Não é o cheiro de maresia
nos meus cabelos revoltos
Não é o orvalho que sinto escorrer
pelo rosto embaciando-me o olhar.
É o tempo das manhãs claras.
Da gargalhada solta.
Das tuas mãos nas minhas.
Da tua voz sussurrante na minha boca.
Da magia que me empurra para ti.
São estes momentos que me fazem falta.
Otília Martel
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa