15 agosto 2015

«conversa 2123» - bagaço amarelo





Eu - Estás mesmo bonita, hoje.
Ela - Detesto que me digam isso.
Eu - Porquê?!
Ela - Porque a beleza é supérflua, é por isso. Prefiro que gostem de mim pelo que eu sou.
Eu - Pronto... não és bonita mas és adorável, então.
Ela - Vê lá se levas duas chapadas.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Desencontros» - por Rui Felício

«Melancholy (Melancolia)»
Nicoleta Bida, Roménia, 2002
Acrílico sobre tela da colecção
de arte erótica «a funda São»
Passaram-se mais de quarenta anos, desde que ela tinha saído de Coimbra para ir viver em New York...
Uma vida inteira!
Nos momentos de melancolia a Isabel abandonava-se aos seus pensamentos secretos, escondida dos olhares do marido e dos filhos, receosa que eles lhos adivinhassem. Perdia-se em recordações, deixava que a imagem do Luís, aquele que foi o amor da sua juventude, lhe aparecesse nítida, tão presente que quase sentia o seu contacto. Ondas de confidências, gritos de alma, desejos inconfessados abanavam-lhe o corpo, uma doce dor apertava-lhe o coração.
Tantas foram as vezes em que, abraçada ao seu marido, era ao Luís que realmente beijava, que acariciava, que sussurrava palavras de amor.
Nunca mais tinha tido notícias dele, mas jamais o esquecera.
Até que, há pouco tempo...
Viu o nome dele na internet. Ficara a saber que ainda vivia em Portugal, casado e com filhos, do outro lado do mar. Começaram a trocar mensagens, a princípio formais, depois mais íntimas.
Ela, uma mulher madura mas ainda fogosa e bonita, não se conformava por tamanha e tão longa separação.
Um dia, faço-te uma surpresa, apareço-te aí, nem que seja por uns dias, para desfrutarmos este amor que ainda nos une, escrevia-lhe ela nas mensagens que lhe mandava.
O Luís às vezes respondia-lhe que era ele quem lhe faria essa surpresa. Que também ansiava tê-la nos braços, mostrar-lhe todo o amor que também nunca deixou de lhe ter.
Certo dia, o Luís recebeu um telefonema. Era a Isabel a dizer-lhe que, como lhe prometera, estava no aeroporto da Portela para estar com ele. Indicou-lhe o hotel de Lisboa onde se iria hospedar por uma semana e pediu-lhe que fosse encontrar-se com ela.
O Luís, atónito, respondeu-lhe que naquele mesmo momento estava a desembarcar no aeroporto de Newark, para onde tinha ido à procura dela. Fazer-lhe a prometida surpresa...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Um sábado qualquer... - «Na minha casa…»



Um sábado qualquer...

12 agosto 2015

«Cavallaria» - Marcos Mello e Jacques Dequeker para Wolf Magazine


Cavallaria "IRON MAIDEN" For Wolf Magazine - SPFFF Extended Directors Cut from WOLF Magazine on Vimeo.

«coisas que fascinam (176)» - bagaço amarelo

Gostar de não gostar

Na pessoa que Amamos, há sempre aquilo de que gostamos mais e aquilo de que gostamos menos, ou melhor, de que até não gostamos nadinha. É inevitável. Nós também temos sempre algumas características de que os outros não gostam, mesmo quando gostam de nós. O Amor dá-se quando passamos a gostar de não gostar. É simples, não é?
É simples e difícil. Simples porque é aquilo que todos nós somos, difícil porque passa por não desejarmos que o outro mude. Eu gosto assim do meu Amor, tal como está, e não lhe mudava nadinha. Nem sequer mudava as coisas de que não gosto.
Não gostar de alguma coisa na pessoa que Amamos dá ao Amor um gosto muito maior. Mais intenso, digamos, até porque o Amor sem um ou outro desgosto é a coisa mais deslavada que pode haver. É arroz sem sal. Discorde quem quiser, mas quem nunca fez Amor depois de um quid pro quo ainda não sabe o que é fazer Amor.
Aquilo de que não gostamos no nosso Amor nunca pode ser um factor de acusação. Pode apenas ser um pequeno ponto de discórdia, partida para uma concordância maior. Pelo menos enquanto gostamos dele. É esse um dos aspectos mágicos do Amor: ficarmos bêbedos de alegria por não gostarmos do outro.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Pequenas aventuras do quotidiano




Artista Tunisino Ta7richa

Toma! Toma! Toma!...