Gostar de não gostar
Na pessoa que Amamos, há sempre aquilo de que gostamos mais e aquilo de que gostamos menos, ou melhor, de que até não gostamos nadinha. É inevitável. Nós também temos sempre algumas características de que os outros não gostam, mesmo quando gostam de nós. O Amor dá-se quando passamos a gostar de não gostar. É simples, não é?
É simples e difícil. Simples porque é aquilo que todos nós somos, difícil porque passa por não desejarmos que o outro mude. Eu gosto assim do meu Amor, tal como está, e não lhe mudava nadinha. Nem sequer mudava as coisas de que não gosto.
Não gostar de alguma coisa na pessoa que Amamos dá ao Amor um gosto muito maior. Mais intenso, digamos, até porque o Amor sem um ou outro desgosto é a coisa mais deslavada que pode haver. É arroz sem sal. Discorde quem quiser, mas quem nunca fez Amor depois de um quid pro quo ainda não sabe o que é fazer Amor.
Aquilo de que não gostamos no nosso Amor nunca pode ser um factor de acusação. Pode apenas ser um pequeno ponto de discórdia, partida para uma concordância maior. Pelo menos enquanto gostamos dele. É esse um dos aspectos mágicos do Amor: ficarmos bêbedos de alegria por não gostarmos do outro.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»