Normalmente costumo identificar-me com o que escrevo, seja o assunto línguas de veado ou impressos das finanças. Já vivi, ou conheço quem tenha vivido histórias que são muitas das inspirações que me levam a escrever, dar-lhe a minha interpretação pessoal, meter uma piada de pichas pelo meio e tá feito. Mas há coisas que eu não acredito. Coisas como as pulseiras Power Balance, a baba de caracol, os casacos do Goucha ou quando algum amigo diz que comeu um gajo por engano. Ninguém come ninguém por engano. Ninguém vai andar na rua, tropeça numa pinha e aterra de boca em marsapo ereto.
Vou contar uma história que me aconteceu há uns anos:
Uma vez numa badalada discoteca da Margem Sul estava com o meu fiel amigo Tinoco. Como já falei aqui antes, o Tinoco, é um individuo alto e com o porte atlético de uma cadela etíope. Não é difícil acreditar que depois de dois gins, o Tinoco pareça que tenha caído de boca num alambique de destilar aguardente pois aquele louva-a-deus em forma de pessoa vira completamente o barco. Ele desaparece naquele mar de putas menores que são as pistas de dança como um Vasco da Gama do putedo, em que em vez do caminho marítimo para a India vai em busca do caminho alcoólico para a Crica. Dou por mim sozinho a tentar fingir que sei dançar afrobeat ou que merda é aquela que os DJ’s aqui da zona metem quando estão com as mãos no deck (porque normalmente estão com as mãos no ar a reunir a força universal do Son Goku). Dez minutos depois e como os meus passos de dança estão a secar vaginas, vou ver do desenho animado que veio comigo. Dou com o menino nuns sofás atracado a alguém e pensei que afinal Deus protege mesmo os retardados. Mas quando começo a observar de perto a coisa e reparo melhor naquele cenário dantesco, noto que a mesma é um gajo devidamente transvestido e que conseguia enganar apenas o Tinoco, que por esta altura já vai no 6º gin. E fiz o que todo o bom amigo faria nesta altura: esperei que eles se mamassem e dancei afrobeat ao pé deles a dizer “Vai Tinoco vai Tinoco”. Confrontar um amigo depois com isto cabe a cada um. Eu pessoalmente nunca disse que a Neuza afinal se chamava Wilson ao Tinoco e por isso ainda hoje somos amigos apesar de ambos sabermos no fundo o que se passou. Ninguém come ninguém por engano, a lambice é que é tanta em certas alturas que o standard começa a descer de gaja para gajo, de gajo para cadáver, de cadáver para objeto inanimado.
E para quem está a ler isto as hipóteses são:
- És o Tinoco e estás neste momento a lavar a língua com decapante e a chorar no chuveiro
- És o Wilson e estás a rir
- Não conhecias esta história mas assemelha-se a alguma que presenciaste
- És amigo do autor desta página e sabes a história real por detrás disto e estás a rir
- És amigo do autor desta página e sabes a história real por detrás disto e estás a retirar o like à página
- És um DJ da Margem Sul e estás de mãos no ar ofendido comigo e eu quero que tu e o teu gosto musical de merda se fodam
Ruim
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02 outubro 2015
01 outubro 2015
Fernando Assis Pacheco e a rata
Por uma cona assim eu perco o tino
e tudo o mais desamo que não faça
como rata em soneto de Aretino:
a um caralho dar frequente caça
porque essa cona tem da melhor raça
a traça que se diz «donaire fino»
se rosto fora ela e não conaça
onde o tesão divino toca o sino
com uma cona assim aquel' menino
Cupido troca as setas pela maça
martela meus colhões num desatino
que do Rossio ecoa até à Graça
ela é a melhor rata que dá caça
a este meu javardo de inquilino
Lisboa
28-XII-81"
Fernando Assis Pacheco em "Respiração Assistida"
O autor deste livro ardeu na fogueira da Inquisição... aos 23 anos de idade
«O bordel das musas - ou as nove donzelas putas», de Claude Le Petit (versão portuguesa de Eugénia de Vasconcellos; desenhos de José Cutileiro).
Edição bilingue - francês e português - da editora Guerra & Paz.
A estudar Direito em Paris, com uma reles bolsa paterna, Le Petit deixou-se seduzir pelos meios e convívio libertinos. Uma virulência extrema, que faz dele um príncipe do obsceno, está na poesia de Le Petit. E, não obstante, os seus versos não se podem reduzir ao estrondo dessa obscenidade. Os versos que escreveu são também interrogação, por vezes escarnecida, sobre a condição humana e a permanente mudança do mundo e das coisas. A escrita de Le Petit, saborosamente erudita, informada por uma vasta cultura clássica e por uma muito política atenção à História e ao século, é uma escrita que combina ironia e sarcasmo, por vezes um toque abjeccionista. Claude Le Petit foi queimado vivo no primeiro dia de Setembro de 1662, na Praça de Grève, em Paris, com 23 anos de idade.
Aqui vos deixo um dos poemas deste livro da minha colecção:
ao leitor crítico. Epigrama
Crítico que julgas ser libertino
Em matéria foditiva, tem tino,
Não te espantes, peço,
Por encontrares a foda no começo.
Preferia morrer de raiva
A ter na minha obra – que eu saiba –
Maliciosamente deixado
Algum mau exemplo a seguir,
Se os antepassados pra vida nos fazer vir
Foda sobre foda encaixaram,
Posso bem começar o meu livro
Por onde eles o mundo começaram
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Edição bilingue - francês e português - da editora Guerra & Paz.
A estudar Direito em Paris, com uma reles bolsa paterna, Le Petit deixou-se seduzir pelos meios e convívio libertinos. Uma virulência extrema, que faz dele um príncipe do obsceno, está na poesia de Le Petit. E, não obstante, os seus versos não se podem reduzir ao estrondo dessa obscenidade. Os versos que escreveu são também interrogação, por vezes escarnecida, sobre a condição humana e a permanente mudança do mundo e das coisas. A escrita de Le Petit, saborosamente erudita, informada por uma vasta cultura clássica e por uma muito política atenção à História e ao século, é uma escrita que combina ironia e sarcasmo, por vezes um toque abjeccionista. Claude Le Petit foi queimado vivo no primeiro dia de Setembro de 1662, na Praça de Grève, em Paris, com 23 anos de idade.
Aqui vos deixo um dos poemas deste livro da minha colecção:
ao leitor crítico. Epigrama
Crítico que julgas ser libertino
Em matéria foditiva, tem tino,
Não te espantes, peço,
Por encontrares a foda no começo.
Preferia morrer de raiva
A ter na minha obra – que eu saiba –
Maliciosamente deixado
Algum mau exemplo a seguir,
Se os antepassados pra vida nos fazer vir
Foda sobre foda encaixaram,
Posso bem começar o meu livro
Por onde eles o mundo começaram
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30 setembro 2015
«coisas que fascinam (178)» - bagaço amarelo
No Amor nunca encontramos a pessoa certa. Apaixonamo-nos sempre pela pessoa errada. O Amor não é muito mais do que uma sucessão de erros até que, errantes, nos maravilhamos com o maior dos erros: outra pessoa qualquer. Ainda bem.
Quando ouço um homem dizer que não se separa porque encontrou a mulher certa, nunca acredito. Logo a seguir vem uma enxurrada de adjectivos e características que justificam que aquela é mesmo a mulher certa. Ela é trabalhadora, ela é corajosa, ela é isto e aquilo. O Amor nunca se deu com tanto calculismo e, normalmente, não estamos a tentar convencer mais ninguém senão a nós mesmos.
O Amor dá-se no erro. Ao virar duma esquina, numa reunião de trabalho ou numa noite de copos, quando gritamos em silêncio que estamos apaixonados e o coração substitui o cérebro no comando do corpo. O Amor dá-se quando erramos uma vez e nos apetece continuar a errar, cada vez com mais intensidade e profundidade.
Eu sei que tu és o maior do erros. Vem comigo para casa que eu quero-te toda. Assim, errante!
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Eu adoro chupar!
Sim, confesso: Adoro chupar!
Se pudesse, já acordava chupando, de tão
gostoso que é.
Dormiria com aquilo na boca, só para sentir
aquele gosto tão bom.
Porque eu adoro chupar!
Sugo tudo, até deixar a pele esfacelada, porque me alimenta.
Gulosa, encho minha boca de ti,
Que teu suco escorre pelo meu corpo,
Molhando meus seios.
Enquanto te molho, também te chupo.
A água, no teu tronco, nu,
Escorre, fazendo um rio que adoro observar.
É quando, mais uma vez, te chupo, sem me fartar.
Aquele tronco ereto, não
posso resistir.
Adoro essas chupadas a qualquer hora do
dia, ou da noite.
E em todo o tempo que o tempo possa permitir.
Porque adoro
chupar!
Qualquer tamanho: grande ou pequena, não
importa!
Importa-me mesmo, é deliciar-me com
o teu suco característico,
Às vezes, de tão gostoso, quero engolir até
os bagos.
Coloco-os, com a pele, em minha boca, por infinito tempo,
Só para poder sentir aquele gosto tão
bom.
És doce.
É tão afrodisíaco poder te chupar...
assim.
Tens todas as Vitaminas das quais necessito.
Mas gosto mesmo é do teu Ferro em mim.
Rejuvenesces-me e me hidratas, por isso me
alimento de ti.
Diariamente, sem me esgotar.
Dependo,
em parte, de ti, para manutenção da minha estrutura
E
rigidez do meu corpo.
Estimulas-me
o apetite.
Reanimas-me!
Quando retorno para casa,
Quero logo te tocar. Chupar.
Não me contento com umas poucas vezes.
Dá-me prazer muitas vezes.
Se pudesse, levar-te-ia comigo,
Por onde eu fosse,
Somente para passar o tempo a te chupar...
Aliás, só em escrever, deu-me imensa vontade
Aliás, só em escrever, deu-me imensa vontade
Oh!
Jabuticaba gostosa!
(Dia anterior) |
Pés de Jabuticaba - Fruteiras do Meu Quintal (dia seguinte) |
Crédito das fotos (ruins): Chama a Mamãe
(Mas deveria ser Chama o Fotógrafo!)
Eu
29 setembro 2015
Porn To be Free
Porn to be Free (Uncensored) from ZUTFILM on Vimeo.
Porn to be Free é um Documentário sobre um grupo de indivíduos que luta pela liberdade de expresSão, Sexual e o direito a fazer Pornografia.
Crica aqui
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