"Passou-me uma rapidinha ao lado."
Sofia Coppula
23 novembro 2015
22 novembro 2015
«conversa 2134» - bagaço amarelo
Ela - Fui ao ginecologista hoje e ele ficou a olhar para mim de boca aberta.
Eu - Mas porquê?
Ela - Perguntou-me se eu sou sexualmente activa...
Eu - E?
Ela - E eu perguntei-lhe se o o facto de ter sexo comigo mesma conta.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
21 novembro 2015
«A rigidez dos conceitos jurídicos» - por Rui Felício
A fidelidade é a pedra angular do casamento.
O João e a Beatriz, ambos advogados, sabiam isso melhor do que ninguém. Ambos tinham estudado na faculdade que, entre as causas de divórcio, destacava-se a infidelidade de um dos cônjuges, como a principal, senão a mais inquestionável, causa de revogação do compromisso contratual que subjaz ao casamento.
Não só por razões estritamente legais, mas também, e principalmente, por questões éticas, tradicionais, socialmente estabilizadas, a fidelidade é um conceito imperativo, uma condição "sine qua non", universal, para a manutenção do vinculo conjugal.
O João, casado com a Beatriz, andava desconfiado...
- Tu tens outro! Diz-me a verdade!
- Juro que não que não tenho outro, defendia-se a Beatriz.
- Vejo no teu olhar que me estás a mentir. Tu tens outro homem, não tens?
- Já te disse que não. Tu és o único homem na minha vida!
A segurança que a Beatriz demonstrava nestas respostas não tranquilizava, contudo, o João.
Um dia seguiu a mulher. Entrou sorrateiramente no hotel para onde ela se tinha dirigido, conseguiu, a troco de uma choruda gorjeta, obter uma chave duplicada do quarto onde ela estava, e, pela porta entreaberta, teve a confirmação de duas verdades insofismáveis.
A primeira, foi a de que a Beatriz, de facto, não lhe tinha mentido!.
A segunda, foi a de que ela lhe era, indubitavelmente, infiel.
Paradoxal, mas verídica, esta descoberta:
Na cama, a Beatriz, nua, entregava-se perdidamente, como nunca o tinha feito com ele, às carícias e beijos profundos da Marília, igualmente advogada e ex-colega de ambos na faculdade...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
O João e a Beatriz, ambos advogados, sabiam isso melhor do que ninguém. Ambos tinham estudado na faculdade que, entre as causas de divórcio, destacava-se a infidelidade de um dos cônjuges, como a principal, senão a mais inquestionável, causa de revogação do compromisso contratual que subjaz ao casamento.
Não só por razões estritamente legais, mas também, e principalmente, por questões éticas, tradicionais, socialmente estabilizadas, a fidelidade é um conceito imperativo, uma condição "sine qua non", universal, para a manutenção do vinculo conjugal.
O João, casado com a Beatriz, andava desconfiado...
- Tu tens outro! Diz-me a verdade!
- Juro que não que não tenho outro, defendia-se a Beatriz.
- Vejo no teu olhar que me estás a mentir. Tu tens outro homem, não tens?
- Já te disse que não. Tu és o único homem na minha vida!
«Duas mulheres» Estatueta da colecção de arte erótica «a funda São» |
Um dia seguiu a mulher. Entrou sorrateiramente no hotel para onde ela se tinha dirigido, conseguiu, a troco de uma choruda gorjeta, obter uma chave duplicada do quarto onde ela estava, e, pela porta entreaberta, teve a confirmação de duas verdades insofismáveis.
A primeira, foi a de que a Beatriz, de facto, não lhe tinha mentido!.
A segunda, foi a de que ela lhe era, indubitavelmente, infiel.
Paradoxal, mas verídica, esta descoberta:
Na cama, a Beatriz, nua, entregava-se perdidamente, como nunca o tinha feito com ele, às carícias e beijos profundos da Marília, igualmente advogada e ex-colega de ambos na faculdade...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
20 novembro 2015
«conversa 2133» - bagaço amarelo
Eu - Queres muito que ele te telefone?
Ela - Por acaso, quero.
Eu - Já lhe telefonaste tu?
Ela - Não tenho coragem.
Eu - Porquê?
Ela - Logo no primeiro dia, eram para aí umas três da tarde, mandei-lhe uma mensagem a dizer que os homens são todos uma vergonha. Levam uma gaja para a cama e depois não dizem nada...
Eu - Hum...
Ela - Achas que o espantei?
Eu - Sei lá. A mim espantavas-me de certeza.
Ela - Opá! Estava ansiosa... Ele foi tão encantador. Fez-me o pequeno-almoço e tudo...
Eu - Fez-te o pequeno-almoço?
Ela - Sim, porquê?
Eu - É bom sinal. Eu só faço o pequeno-almoço se gosto muito da pessoa com quem passei a noite.
Ela - Fixe. Mas então porque é que ele ainda não disse nada?
Eu - Se calhar espantaste-o...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
«Obsceno» - Ruim
O que será para uns não será para outros, a obscenidade é como ananás na pizza ou o pickle do Big Mac e será sempre uma questão subjectiva sujeito à interpretação individual que cada um tem. Esta nossa avaliação moral que temos e que fazemos constantemente é o produto de anos de educação e exposição a vários elementos do nosso meio social.
O nosso julgamento a nós nos pertence e o meu partilho quando me o pedem, tentando sempre transmitir de forma a que a pessoa perceba o meu ponto de vista estando do meu lado.
Nesta questão partilho um pouco a visão do Larry Flint, um gajo que parece ter levado com uma pá de coveiro na cara, mas que teve uma luta de vida contra o cínico moralismo americano. Não vou estar aqui a citar o homem palavra por palavra, mas o fundador da revista pornográfica “Hustler” pôs as pessoas a pensar sobre o que podemos considerar obsceno. O corpo humano? Sexo? Homens nus? Mulheres nuas? Porque é o sexo obsceno? Em que medida um acto natural é de tal forma nos incutido como algo falado em forma de tabu que quando somos expostos há sempre parte de nós que se retrai? Até eu. Eu um dia se tiver uma filha, vou ter dificuldade em falar de sexo com ela porque de certeza vou ser demasiado cientifico e técnico porque a última coisa que qualquer pai deseja é falar de mamar em sardos com a própria filha. “Vai falar com a tua mãe, eu vou lá abaixo comprar tabaco” – seria a minha resposta.
E porque é que é assim? Porque eu, tal como vocês, e por muito que alguns de nós tenhamos sido criados por pais liberais (o meu caso), continuamos a viver num meio que de uma forma ou outro nos mina a cabeça para continuarmos a manter o sexo como algo que deve ser falado off topic. Há sim coisas que devem ser mantidas na intimidade, como em tudo porque entrar na vulgaridade é outro tipo de questão em si. Mas quando a simples visualização do corpo, de partes do corpo, de actos perfeitamente naturais (e não estou aqui a falar de dois anões a espetar cones de sinalização no rabo de uma alemã vestida de bailarina) é algo obsceno… a mim deixa-me algo triste. Não estou a dizer que devemos todos andar a espalhar fotos de nabos e senaitas em panfletos e distribuir à porta do metro no Saldanha apenas porque sim, dado que isso era ridículo e sem nexo. Agora quando uma coisa é com sentido e num propósito que se consegue encaixar num contexto e/ou conceito e no fundo até tem um sentido positivo, é muito triste constatar quem em pleno 2015 haja tamanha tacanhez de espírito.
Tacanhez de espirito essa que não se deixou impressionar ou achar obscena a foto de uma criança morta.
As imagens de violência que percorrem os nossos canais e redes sociais.
As imagens sangrentas de uma tourada em pleno horário nobre.
A exploração do sofrimento humano por parte de alguns media.
A violência psicológica e por vezes física para com mulheres que alguns dos reality shows nos trazem ao ecrã do nosso lar.
Portanto foi uma pila com olhos que incomodou? Ou umas mamas? Um rabo?
E não estou a dar demasiada importância a isto dado que foi uma denunciazinha parva e até quase sem maldade (espero eu), mas era um tema que já queria falar há algum tempo e aproveitei a maré.E sim, fiz uma tempestade num copo de água porque eu também gosto de me fazer de vítima. Sou uma diva de barba.
O que é obsceno? Que tipo de mundo estamos neste momento que já nem pisca os olhos a imagens de porrada, mas deixa-se ficar melindrado por uma pila com olhos?
O nosso.
Ruim
no facebook
O nosso julgamento a nós nos pertence e o meu partilho quando me o pedem, tentando sempre transmitir de forma a que a pessoa perceba o meu ponto de vista estando do meu lado.
Nesta questão partilho um pouco a visão do Larry Flint, um gajo que parece ter levado com uma pá de coveiro na cara, mas que teve uma luta de vida contra o cínico moralismo americano. Não vou estar aqui a citar o homem palavra por palavra, mas o fundador da revista pornográfica “Hustler” pôs as pessoas a pensar sobre o que podemos considerar obsceno. O corpo humano? Sexo? Homens nus? Mulheres nuas? Porque é o sexo obsceno? Em que medida um acto natural é de tal forma nos incutido como algo falado em forma de tabu que quando somos expostos há sempre parte de nós que se retrai? Até eu. Eu um dia se tiver uma filha, vou ter dificuldade em falar de sexo com ela porque de certeza vou ser demasiado cientifico e técnico porque a última coisa que qualquer pai deseja é falar de mamar em sardos com a própria filha. “Vai falar com a tua mãe, eu vou lá abaixo comprar tabaco” – seria a minha resposta.
E porque é que é assim? Porque eu, tal como vocês, e por muito que alguns de nós tenhamos sido criados por pais liberais (o meu caso), continuamos a viver num meio que de uma forma ou outro nos mina a cabeça para continuarmos a manter o sexo como algo que deve ser falado off topic. Há sim coisas que devem ser mantidas na intimidade, como em tudo porque entrar na vulgaridade é outro tipo de questão em si. Mas quando a simples visualização do corpo, de partes do corpo, de actos perfeitamente naturais (e não estou aqui a falar de dois anões a espetar cones de sinalização no rabo de uma alemã vestida de bailarina) é algo obsceno… a mim deixa-me algo triste. Não estou a dizer que devemos todos andar a espalhar fotos de nabos e senaitas em panfletos e distribuir à porta do metro no Saldanha apenas porque sim, dado que isso era ridículo e sem nexo. Agora quando uma coisa é com sentido e num propósito que se consegue encaixar num contexto e/ou conceito e no fundo até tem um sentido positivo, é muito triste constatar quem em pleno 2015 haja tamanha tacanhez de espírito.
Tacanhez de espirito essa que não se deixou impressionar ou achar obscena a foto de uma criança morta.
As imagens de violência que percorrem os nossos canais e redes sociais.
As imagens sangrentas de uma tourada em pleno horário nobre.
A exploração do sofrimento humano por parte de alguns media.
A violência psicológica e por vezes física para com mulheres que alguns dos reality shows nos trazem ao ecrã do nosso lar.
Portanto foi uma pila com olhos que incomodou? Ou umas mamas? Um rabo?
E não estou a dar demasiada importância a isto dado que foi uma denunciazinha parva e até quase sem maldade (espero eu), mas era um tema que já queria falar há algum tempo e aproveitei a maré.E sim, fiz uma tempestade num copo de água porque eu também gosto de me fazer de vítima. Sou uma diva de barba.
O que é obsceno? Que tipo de mundo estamos neste momento que já nem pisca os olhos a imagens de porrada, mas deixa-se ficar melindrado por uma pila com olhos?
O nosso.
Ruim
no facebook
Subscrever:
Mensagens (Atom)