23 novembro 2015

«Batalhas campais» - João

"Leio algumas mulheres regularmente, o que poderia considerar-se estudo porque os homens já eu conheço, e Deus sabe que demasiados daqueles que partilham o género comigo são de tal modo primitivos que lê-los se torna penoso. Conto poucos homens que aprecio ler, e as mulheres, na sua complexidade – que não é mais ou menos que os homens complexos, apenas diferente no âmago -, oferecem leituras mais interessantes. Há uma matéria, porém, que me choca em alguma escrita feminina, e que se prende com a maternidade, com o ter ou não ter filhos, com o que fazer com eles. Choca-me não pelo conteúdo das opiniões, mas pela sua forma, pelo extremar de posições que é sempre pior entre mulheres.

Não nascemos todos para ser pais, mas na dança de conas e caralhos – ah, o core business desta Geografia afinal! – os filhos às vezes acontecem, com graus variáveis de premeditação, desejo e oportunidade.

Algumas das mulheres que leio são, ou aparentam ser, fortemente contra a maternidade. Enfurecem-se com idas a restaurantes onde estão crianças, reclamam espaços reservados a adultos, alinham em campanhas ferozes contra a amamentação, acusam os pais e mães de ter uma existência triste por comparação com os adultos que não têm filhos, em síntese, colam na testa daqueles que são pais uma etiqueta com um “idiota” escrito a marcador de ponta grossa e resistente à água. Talvez porque são as mulheres que transportam os filhos nas suas barrigas durante alguns meses, é a elas que eu vejo discutir isto. Os homens raramente se ocupam destas conversas, remetem-se ao sacrossanto futebol – que felizmente me transcende -, ao automobilismo ou, e isto sim acho bem, à apreciação das curvas femininas. É raro haver um comentário crítico da maternidade que não descambe numa batalha campal entre mulheres, com acusações diversas e argumentos gastos. “Não sabes porque não és mãe”, “quando fores mãe mudas de opinião”, “os filhos portam-se mal por causa dos pais”, e tantos outros que não reproduzo por fastio. Não nascemos todos para ser pais, mas na dança de conas e caralhos – ah, o core business desta Geografia afinal! – os filhos às vezes acontecem, com graus variáveis de premeditação, desejo e oportunidade. E talvez não faça sentido reagir com tanta violência às opiniões de quem os tem e de quem os não tem. E talvez também não faça sentido arranjar formas mais ou menos subtis de chamar idiotas aos que são pais e mães, ou de sugerir que as suas vidas são deprimentes porque têm filhos que berram e que os deixam cansados. Todos os pais têm momentos em que lhes apetece atirar os petizes pela janela. Possivelmente os nossos pais também o pensaram. Os pais de quem critica a maternidade também o terão feito, e no entanto, não tivessem eles vivido essa experiência, quem critica não o faria. Não estaria cá.

Sim, é verdade que os filhos podem ser maçadores. Dão trabalho. Sujam-se, cagam no chão, tiram sozinhos fraldas cheias de merda, são insuportáveis quando têm sono, comam o que comerem pingam do queixo, sujam a roupa, fazem birras por coisas que a nós parecem insignificantes, mas também são aqueles que se deitam ao nosso lado e dizem que gostam muito de nós, são aqueles em cujo cabelo se encontra a paz quando lhes fazemos carícias (há outros cabelos e outras formas de paz, e de pás, como sabeis), e a forma como cada um vive os momentos mais complicados – i.e., os mais sujos e barulhentos – é coisa nossa. Talvez as nossas vidas sejam um bocadinho deprimentes em alguns momentos da paternidade, assim como as vidas de quem não tem uma experiência familiar podem ser um pouco vazias de sentido a dado momento, mas nada disto define uma vida inteira. São curvas que fazemos, e o extremar de posições, que da normalidade ao insulto demora um segundo, é um disparate que eu convidaria as mulheres a não alimentar. E só não convido os homens a também não alimentar essas discussões porque sei que a maioria deles está a ler um jornal desportivo, e os que não estão provavelmente pensam qualquer coisa parecida comigo. Quem não quer ter filhos, viva com isso e divirta-se como ache melhor. Quem os tenha, ature-os e ame-os como deve. E deixem-se disso de achar que uma vida é melhor que a outra. Na soma de momentos e opções, nenhum caminho é totalmente certo."

João
Geografia das Curvas

Postalinho das mensagens subliminares

"Passou-me uma rapidinha ao lado."
Sofia Coppula


Vamos tentar sexo anal?



Capinaremos.com

21 novembro 2015

«Officina del Piacere» - Kinbaku LuXuria


Officina del Piacere 14 Settembre 2011 from KinbakuLuXuria on Vimeo.

Um video de kinbakuluxuria.com

A imaginação é a alavanca da humanidade

Crica para veres toda a história
Isto poderia acontecer


2 páginas

(cricar em «next page»)

«A rigidez dos conceitos jurídicos» - por Rui Felício

A fidelidade é a pedra angular do casamento.
O João e a Beatriz, ambos advogados, sabiam isso melhor do que ninguém. Ambos tinham estudado na faculdade que, entre as causas de divórcio, destacava-se a infidelidade de um dos cônjuges, como a principal, senão a mais inquestionável, causa de revogação do compromisso contratual que subjaz ao casamento.

Não só por razões estritamente legais, mas também, e principalmente, por questões éticas, tradicionais, socialmente estabilizadas, a fidelidade é um conceito imperativo, uma condição "sine qua non", universal, para a manutenção do vinculo conjugal.
O João, casado com a Beatriz, andava desconfiado...
- Tu tens outro! Diz-me a verdade!
- Juro que não que não tenho outro, defendia-se a Beatriz.
- Vejo no teu olhar que me estás a mentir. Tu tens outro homem, não tens?
- Já te disse que não. Tu és o único homem na minha vida!
«Duas mulheres»
Estatueta da colecção de
arte erótica «a funda São»
A segurança que a Beatriz demonstrava nestas respostas não tranquilizava, contudo, o João.
Um dia seguiu a mulher. Entrou sorrateiramente no hotel para onde ela se tinha dirigido, conseguiu, a troco de uma choruda gorjeta, obter uma chave duplicada do quarto onde ela estava, e, pela porta entreaberta, teve a confirmação de duas verdades insofismáveis.
A primeira, foi a de que a Beatriz, de facto, não lhe tinha mentido!.
A segunda, foi a de que ela lhe era, indubitavelmente, infiel.
Paradoxal, mas verídica, esta descoberta:
Na cama, a Beatriz, nua, entregava-se perdidamente, como nunca o tinha feito com ele, às carícias e beijos profundos da Marília, igualmente advogada e ex-colega de ambos na faculdade...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Será que passa factura?!...


A que acabei de pinar trabalhava por cona própria.

Patife
@FF_Patife no Twitter

20 novembro 2015

The Songwriters - «I Want You To Be My Wife»


The Songwriters - I Want You To Be My Wife from Pavel Ruminov on Vimeo.

«conversa 2133» - bagaço amarelo

Ela - Fui para a cama com um gajo há três dias e ainda estou à espera que ele me telefone.
Eu - Queres muito que ele te telefone?
Ela - Por acaso, quero.
Eu - Já lhe telefonaste tu?
Ela - Não tenho coragem.
Eu - Porquê?
Ela - Logo no primeiro dia, eram para aí umas três da tarde, mandei-lhe uma mensagem a dizer que os homens são todos uma vergonha. Levam uma gaja para a cama e depois não dizem nada...
Eu - Hum...
Ela - Achas que o espantei?
Eu - Sei lá. A mim espantavas-me de certeza.
Ela - Opá! Estava ansiosa... Ele foi tão encantador. Fez-me o pequeno-almoço e tudo...
Eu - Fez-te o pequeno-almoço?
Ela - Sim, porquê?
Eu - É bom sinal. Eu só faço o pequeno-almoço se gosto muito da pessoa com quem passei a noite.
Ela - Fixe. Mas então porque é que ele ainda não disse nada?
Eu - Se calhar espantaste-o...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»