28 novembro 2015

Mas... o que é aquilo a sair do copo da menina?!


Paraíso erótico de duas mulheres

Mulher a tocar alaúde e outra mulher de seios desnudados.
Caixa de bombons ou jóias, com tampa, em porcelana, da Heinrich - Villeroy & Boch - quando ainda era a Alemanha Ocidental (República Federal da Alemanha).
Uma delícia na minha colecção.




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Cu modista!

Sentir? Só sinto duas coisas na vida: Fome e tesão. Quando não me vires erecto, prepara-me uma sandes.

Patife
@FF_Patife no Twitter

27 novembro 2015

Dirty Deeds - «Simple Pleasures»


Dirty Deeds "Simple Pleasures" (HD) - Uncensored from SNDWRX Audio Post Production on Vimeo.

«Não!» - bagaço amarelo

Para eu gostar de alguém, não basta que esse alguém goste de mim, embora essa seja uma condição sine qua non. A minha exigência é que esse alguém goste de pessoas em geral. Eu, para além de mim, ou até antes de mim, sou uma pessoa.
Lembro-me duma tarde qualquer em Lisboa, com muito calor e a cidade tão deserta quanto eu. O meu divórcio tinha sido pouco tempo antes. Talvez por isso os navios que cruzavam o Tejo me parecessem todos à deriva, como se tivessem ido ali parar apenas porque sim, sem a pressa de quem tem uma origem e um destino. Como eu.
E depois ela apareceu e perguntou-me se eu era eu.

- Sim!

Demos dois beijos e eu perguntei-me, em silêncio, se naquele dia ainda nos íamos beijar de outra forma. Não sei se ela se perguntou o mesmo. Nunca sei essas coisas, mas tendo em conta o que é um blind date é sempre legítimo pensar que sim. O meu pensamento dedutivo é que falha muito. Ela era bonita. Muito bonita.
Sentámo-nos numa esplanada qualquer e tentámos arrumar a vida, eu a minha e ela a dela, para a explicarmos como se nos estivéssemos a vender um ao outro. É sempre assim, depois com alguns sorrisos à mistura e duas ou três piadas fracas que mesmo assim fazem rir. Bebemos três cervejas cada um e depois beijámo-nos. Foi mais rápido do que eu esperava. Andar à deriva dá nisto, acidentes ocasionais num imenso mar de solidão. Ela quis saber se comigo era sempre assim.

- Não!

Depois foi o empregado do restaurante. Falador, tratou-nos como se fossemos casados há muitos anos e elogiou-nos por isso. Entrámos no jogo dele, sempre com sorrisos matreiros escondidos. Mal sabia ele que nos tínhamos conhecido nessa mesma tarde e que os nossos corpos ainda não se tinham tocado numa cama. Ofereceu-nos uma ginja no fim e perguntou-nos se tínhamos filhos.

- Sim! - disse ela.
- Não! - disse eu ao mesmo tempo.

Fomos descobertos.
Deixámos o dinheiro em cima da mesa, junto a uma conta feita na toalha de papel cheia de manchas de vinho, e saímos. Lá fora as pessoas passavam por nós, contornando o nosso primeiro abraço prolongado. Lembro-me de perceber que nunca sabemos que abraço estamos a ver, se o primeiro duma vida, se o da despedida, se um casual para impedir lágrimas. Os abraços são tão importantes...
E ela quis saber se eu queria atalhar a noite e ir já para casa dela.

- Sim!

E na noite um corpo outra vez. Um cheiro a mulher e aqueles toques que alternam entre o bruto e o suave, como o champanhe. Lisboa do lado de fora da casa dela e eu infiltrado ali, como um amante clandestino. Chamei-lhe Amor e ela deixou. Adormecemos.
Não há melhor acordar do que aquele que é simultâneo e se ri de tudo. Tornámos a arrumar a vida, não para nos vendermos mas sim para nos comprarmos.

- No próximo fim de semana, se puder ser, vais tu ter comigo... - disse eu sem calcular a abrangência do que dizia.
- Para quê?
- Para conheceres a minha vida. Os meus bares, a minha casa, os meus amigos...
- Não quero conhecer nada do teu passado. Só me interessas a partir daqui. Pode ser?

No tecto do quarto dela estava um animal qualquer com antenas e muitas patas. Talvez fosse um receptor de som escondido, um produto da tecnologia para que Lisboa espiasse a nossa conversa. Imaginei uma cidade inteira à espera da minha resposta.

- Não!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Loop» - Ruim

Desde as primeiras palavras que lhe vi aquele brilho nos olhos de miúda a um sopro de se apaixonar. Deixei andar como sempre. Confirma-se tudo o que eu já sabia. Ela é lindissima, trata-me tão bem como a anterior. Gosto de falar com ela. Adoro ficar a falar com ela, no carro, na cama e na sala. Até no meu silêncio adoro não falar com ela. Não é ciumenta. Dá-me espaço. Faz por aceitar todas as minhas manias e picuíces com horários, maneira certa de pôr uns talheres ou de como gosto de me sentar nas mesas de canto dos restaurantes. Será que ela já percebeu? Como é que pode nao ter reparado ainda quando a beijo? Ou quando desvio o olhar do dela ás vezes e não lhe dou a mão.
“- O que é que estás a pensar?”
Nada. Não estou a pensar em nada e o problema é esse. Nem em ti, nem em ninguém. Faço-me de parvo. Sou bruto de plena consciência e tento magoar sem ferir para a afastar e ela mesmo assim fica ao meu lado. Eu não quero que ela desapareça nem saia da minha cama, nada disso. Mas que tire aquela merda de ideia da cabeça que vai mudar alguma coisa.
Nunca poderão competir com Ela. Nenhuma das Outras. Enquanto coração e cabeça estiverem ocupados por uma sombra que não sai há cerca de 679 dias não há nada a fazer. Podem iluminar com lanternas, tochas e holofotes que a sombra Dela encontra sítio para onde fugir. Estou a tentar apagar uma lâmpada com o interruptor estragado.
E ali perdura, encontro após encontro à procura de um reflexo Dela nas Outras. E achei já uma frase Dela nas Outras. Um sorriso parecido. Uma expressão. Mas as Outras não são Ela, são partes.
Quem vive no passado não evolui, não cresce e vive agarrado a uma ideia parva, memórias, cheiros, pequenos fragmentos de uma coisa estupidamente curta.
“- O que é que estás a pensar? Podes-me contar tudo...”
“- Nada. Não estou a pensar em nada. Em cenas para escrever… só isso”
“- Ás vezes ficas com essa expressão vazia. O que é que se passa…?”
Nada. É que não é mesmo nada. Isto não é nada e continuar nesta farsa é menos de nada.
“- Não está a funcionar… isto que seja lá o que é. Desculpa…”
E mais uma vez uma versão romantizada de “o problema não és tu, sou eu” sai-me da boca e o mais irónico é que é mesmo verdade.
“- Olá… como é que te chamas?”
“- Ana…”
“- Olá Ana, eu sou a pessoa que te vai alimentar as esperanças algum tempo sem notar e tu vais totalmente ignorar os sinais mais que óbvios que isto está condenado à partida. Mas vais acreditar porque eu não sou mau tipo. Faço-te rir um pouco. Digo coisas bonitas. Encantas-te com pouco. Vou explorar as tuas inseguranças e usá-las a meu favor, vou alimentá-las. Tu por outro lado, vais fazer uso das minhas fraquezas e manter-me ao lado o máximo que conseguires. Não te vou usar mais do que me vais usar a mim. Não te vou maltratar. Magoar. És um cheiro. Só isso. Passageiro. Queres?”
“- Mas eu sou diferente, vais ver.”
“- Tu és. Eu é que sou o mesmo."
Rewind. Press play.

Ruim
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