01 janeiro 2016

O OrCa e a Mamãe odem o Ano Novo

dar uma como quem pode
outra mais se justifica
mas dar sempre numa ode
quem pode e não sacrifica

e já agora não sozinho
que sozinho anda o cometa
não se meta pois no ninho
sozinho... que é uma treta

vá com dois com três com mais
vá com Deus ou co'o Diabo
se gostar com animais
mas vá sempre ao fim e ao cabo...


Se cometa anda sozinho
Não cometas, tu, o desatino
De achar que numa ode
Pode sempre dois, três...
Quem pode?
Inda sou mais só eu contigo.
Para além dos limites das paredes,
Nem me importa com quem... phodes!

«conversa 2140» - bagaço amarelo




Ela - Adorei aquele filme que me emprestaste.
Eu - Qual foi? Já nem me lembro...
Ela - Também não me lembro do nome...
Eu - E do realizador?
Ela - Não sei...
Eu - E a história?
Ela - Também não me lembro...
Eu - Adoraste mesmo?
Ela - Para ser sincera, ainda nem o vi.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Bota aí!» - Ruim

Vou chegar a casa dela a sorrir. Bem disposto. Levo aqui um saquinho com ingredientes, vou pôr cagança no tacho e meter aqueles olhos lindos a brilhar. Qual é o andar dela? 2° qualquer cenas. Toco. Ela abre. Subo impaciente para a ver, a saudade aperta ainda mais este sufoco de toda a antecipação de uma noite.
Ela abre a porta. Lindíssima. Cabelo de quem tomou banho ainda há pouco e os olhos. Aqueles olhos.
Paramos no tempo a olhar um para o outro, ela lado dentro e eu do de fora. Mordo o lábio, mando casaco para o chão e lanço-me contra ela, pego-a ao colo e jogo-nos contra a parede agarrando-a na cabeça para ela não se magoar. Ela morde-me o pescoço, eu os lábios dela. De lábios colados vamos tirando a roupa pelo caminho até ao quarto, camisa salta, t-shirt voa, deixando um rasto de paixão, desejo e luxúria pelo corredor. Ela deita-se na cama a olhar para mim e eu olho para o pés e penso "merda... tou com estas botas".
- "Espera... isto demora a descalçar..."
- "Han?"
- "As botas. São novas e custam a calçar e a descalçar... Porra. Cortei as unhas ontem. Não tenho unhas. Podes-me ajudar?"
(bufo de impaciência dela)
- "Mas que raio de nó é este?? Espera deita-te na cama"
- "Tás a fazer mal. Primeiro alargas os de baixo e depois..."
- "NÃO PEDISTE AJUDA? ENTÃO ESPERA"
- "Ok... calma. Vou fazer força com uma das botas no calcanhar da outra"
- "Faz força. Isso.... MAIS FORÇA"
- "Não grites comigo, isto não é um parto"
(puff... sai uma bota)
- "Ok. Beija-me"
- "Espera, vamos tirar a outra"
(ela puxa com toda a força)
- "Porra, mas isto tá colado aos teus pés?"
- "EU TENHO PÉS LARGOS, OK?"
- "Espera está quase..."
- "FAZ FORÇAAAAAAAAA"
- "ESTOU A FAAAAAAAZER!!!"
(puff... outra bota sai)
Ficamos a olhar um para o outro.
- "Bom... se calhar era melhor ir fazer o jantar..."
- "Yep..."
Botas da castidade

Ruim
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«Pauliteiros» - Shut up, Cláudia!





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30 dezembro 2015

Mais uma coisa sem importância nenhuma...

Parafraseando um conhecido eterno comentador e actual candidato, esta não lembra ao careca…

Um piropo ou uma ordinarice deliberadamente obscena? Uma questão de verbalizar uma manifestação de apreço ou um assédio sem pudor e com recurso a violência verbal para dar largas a um lamentável espírito de macho frustrado e javardo? Em suma: uma sedução ou uma violentação?

Nada me parece claro ou em vias de clarificação numa iniciativa legislativa do PSD no passado Agosto – e apenas agora divulgada, vá lá saber-se porquê… – e, conforme se pode ler no DN de 28 de Dezembro e da autoria de Fernanda Câncio, se trata «de um aditamento ao artigo 170º do Código Penal, "importunação sexual", o qual criminalizava já o exibicionismo e os "contactos de natureza sexual", vulgo "apalpões".»

Vejamos, e se alguém disser à personagem onde lhe anda focalizado o interesse qualquer coisa do género: «Senhora, a sua beleza confunde-me; faça-me um homem feliz e aceite jantar comigo…». Não será isto um caso flagrante de «proposta de teor sexual»? Em princípio, o convite para jantar não se destinará a culminar num jogo da bisca. E, além da desgraceira de uma muito provável nega, o presuntivo e incontido amante ainda corre o risco de ser preso. E não de amores!

Eu até nem teria, à partida, grande coisa em contrário relativamente a esta iniciativa, mas sempre que se legisla sobre questões educacionais, culturais, civilizacionais, éticas, enfim, como se se pudesse alterar a correnteza da vida meramente por decreto, tenho tendência para ficar cheio de reticências e de urticária.

Interessa, entretanto, esclarecer – não vá o Diabo tecê-las… – que gosto tanto do chamado sexo oposto ao meu, considerado ele em abstracto e genericamente mas também e muito especialmente em concreto, que o meu respeito por ele é sem medida. Creio que terá sido coisa que me foi incutida pelos meus pais e, até, por outros educadores, ao longo da vida.

Talvez por isso não é meu uso proferir qualquer comentário quando uma mulher que me é sugestiva mas estranha cruza o meu caminho. Mas receio que o meu olhar possa ser algo indiscreto ou revelador de alguma saudável (pelo menos assim a reputo) perturbação que comigo ocorra… E quantas vezes a imaginação voa, desatinada e sem barreiras perante alguma evidência circunstancial mais apelativa?

Julgo, mesmo, que, em tempos de imberbe juventude, um rubor, incómodo e indiscreto, me inundava a face com perturbadora frequência quando uma bela jovem ou mulher era, por alguma circunstância, minha interlocutora. Timidez, seguramente. Condimentada por pensamentos porventura indizíveis mas incontroláveis. Porém, se a intensidade fosse por demais intensa, poderia chegar ao ponto, como sói dizer-se, de meter conversa a esse propósito, a bem de alguma sanidade mental, que os recalcamentos nunca foram bons conselheiros.

Claro que, aqui chegados, interessa sabermos que não somos todos (nem todas) iguais e o escalonamento de atitudes será, decerto, tão diverso quanto o mundo.

Isto traz-nos à incomensurável dificuldade em apurar, então, o grau do acto criminoso em cada caso que, por acaso, não me parece, no contexto legislativo, que seja indiferente ao género, nomeadamente.

Além disso, poderei eu queixar-me do flagrante, ainda que improvável, assédio por parte de uma vizinha ou de mera passante? E que fazer, nesses casos, para obter meio de prova? Andar sempre acompanhado por duas testemunhas insuspeitas, ou ter sempre um gravador ligado no bolso, para o que der e vier?

Por outro lado, não será igualmente e socialmente perigoso entrar num elevador sem dar os bons dias a quem lá esteja? Imagine-se que a menina Ofélia, do 3º esquerdo, sofrendo de depressão profunda, leva a ausência de cumprimento à conta de agravamento da sua falta de auto-estima e, subindo ao nono andar, se suicida logo ali? Não será de acautelar legislativamente a obrigatoriedade de cumprimentar os vizinhos nos ascensores, para evitar casos análogos?

É que, nestas coisas, nunca se sabe e mais vale prevenir…

Afinal e pelo meio destas minudências, onde fica posicionado o tão estimulante jogo da sedução? Ou, até, pior: como iniciar uma relação, um namoro? Impossível! À primeira abordagem, qualquer um/a corre o risco de deparar com um/a interlocutor/a desarvorando numa grita aflitiva de que está ali um/a caramelo/a com segundas ou terceiras intenções e o/a pobre corre o risco de ir bater com os costados na cadeia, com um amor por cumprir…

Por outro lado, deparamos nesta legislação com um manto diáfano sobre a expressão de «assédio sexual», essa, sim, coisa mais concreta, definida e nada rara, que vitima tanta mulher – e, porventura, alguns homens – e que se revela através do recurso a pretensas prerrogativas de hierarquias que, apenas por serem tal, presumem que o estatuto é extensivo ao direito de chegarem à cama… ou a qualquer esconso de conveniência.

Mas dizer-se assédio, isso é que não, que a crueza do termo não é compatível com alguns espíritos mais delicados e titubeantes.

Agora, o porquê da oportunidade de tão momentoso acréscimo legislativo, na verdade, escapa-me. E logo numa altura de crise da construção civil, área de onde é suposto emanarem algumas das pérolas javardolas…

Haverá razões que a razão desconhece nestas matérias legislativas. Mas espera-se sempre que seja para nosso bem. Ou, quem sabe e à falta de melhor, quiçá para reforçar a confiança dos mercados…

Ora, façam é o favor de terem todos um óptimo 2016, com piropos e, se possível, muito amor, namoro e felicidades que tais! Se possível, também, a dois que a coisa assim assume outra graça.

Soulspirya - «You decide»


Soulspirya - You decide (Uncensored Version) from Soulspirya on Vimeo.

«pensamentos catatónicos (328)» - bagaço amarelo

Hoje apeteceu-me aproximar-me de ti e, mesmo sabendo que não me conheces de lado nenhum, pedir-te que me abraçasses e fingisses Amar-me. Não era muito tempo. Talvez apenas um minuto ou dois. Podia ser mesmo no sítio em que te vi, com os edifícios decrépitos de um bairro social ao fundo.
Eras a mulher ideal para o fazer, basicamente porque não te conheço de lado nenhum. Eu talvez até te Ame, mas não tenho a certeza. É tão bom quando isso me acontece, não ter a certeza de um Amor mas ter a certeza da vontade de um abraço.
O Amor é um bocado hipócrita às vezes, sabes? O sexo, pelo menos é sempre honesto. É por isso que também é mais ansioso e apressado. Não perde tempo com rodriguinhos. Tem a desvantagem de não se deixar enganar. É por isso que o Amor é giro. Se me tivesses abraçado hoje, eu podia fingir que te Amava e depois partíamos para a honestidade do sexo.
Não aconteceu. Se acontecer um dias destes, não te esqueças de fingir que me Amas.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Eva portuguesa - «O padre»

Oh, pá, a sério... a mim vem-me calhar tudo! 
Recebo um e-mail de alguém que me pergunta as condições e me pede sigilo absoluto, pois é padre.
Ora bem, primeiro que tudo, seja quem for, não só dou como exijo sigilo absoluto. Depois, não tenho nada a ver, nem me interessa a profissão que o cliente tenha, seja ministro ou traficante. Desde que me trate bem e me pague, é-me completamente indiferente. Terceiro: se o senhor não dissesse, eu não saberia. 
Bom, a tal pessoa diz que então vem ter comigo e que, como vamos ambos pecar, se oferece para me ouvir em confissão. 
Juro: tive que morder a língua para não responder, porque esta figura precisa de alguém que o ponha no lugar dele! Se quer falar em pecados, fale nos dele, porque de mim não sabe nada! E ouvir-me em confissão?! Oh, por favor! Realmente o sexo faz muita falta! Já se costuma dizer: "gente bem fodida não se mete em vida alheia"! E, para não alterar a ideia que eu tenho da igreja católica, fez uma falsa marcação! Parabéns ao senhor prior! Que não acredito nem por um instante que seja quem diz ser. E a sacanagem e baixeza de carácter são tantas que ainda teve o descaramento de me enviar hoje um e-mail a dizer que tinha estado comigo, que tinha gostado e que vai fazer uma publicação naquele fórum nojento! A sério?! Fez uma marcação falsa e vai fazer uma publicação?! 
Mais um retardado mentiroso... já são poucos! Que a paz esteja com ele!... ah ah ah ah ah 

PS - Obviamente, o remetente destes e-mails está bloqueado.

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Boeing! Boeing! Boeing!