"Se de nada mais pudesse avisar, diria que há ruído no canal. Que há poluição. Que nenhuma certeza existe senão aquela que vive dentro das nossas cabeças e que as palavras não traduzem, nunca, da forma ideal. Que aquilo que se diz, é distorcido, deturpado, que nunca controlamos nem sabemos das razões e intenções de quem carrega as cartas na entrega do correio, que a única maneira de se saber o que é e o que não é, a única maneira de saber porque razão as coisas são como são, é quando as almas se falam directamente, uma e outra, porque tudo o que circula nos entretantos do tempo, carrega poeira que mancha e desvia, enviesa e maltrata, e na dúvida, na dúvida o medo instala-se, na dúvida a zanga aumenta, o auto-engano singra, e tudo isso é de se combater. Se nada mais pudesse alertar, diria que tudo o que ultrapassa o um mais um, é demais."
João
Geografia das Curvas
04 janeiro 2016
03 janeiro 2016
Postalinho de Lagos
"Porta sul da Igreja de São Sebastião e dois detalhes.
Para a tua colecção.
Beijo"
Daisy Moreirinhas
Para a tua colecção.
Beijo"
Daisy Moreirinhas
«respostas a perguntas inexistentes (319)» - bagaço amarelo
Não sei se já vos aconteceu ter uma fortíssima relação Amorosa de apenas alguns dias, mesmo tendo consciência desde o início que ela não ia durar muito. Ela era finlandesa e eu português. Ambos estávamos a fazer uma viagem sozinhos pela Europa e, depois de uma tarde estendidos num mar de relva a beber cerveja, decidimos que podíamos ficar juntos cinco dias. Era esse o curto limite do nosso Amor, que mesmo assim acabou prematuramente.
Acabou numa esplanada em Itália, no segundo dia, quando ela me contou que tinha um amigo em Helsínquia que tinha espatifado o automóvel a desviar-se de um pássaro pequenino que se atravessara à sua frente, na estrada. Num esforço de última hora para não o matar, travou a fundo e despistou-se contra umas árvores quaisquer. Ela riu-se.
- Que estúpido! - disse - despistar-se por causa de um pequeno pássaro...
Por qualquer motivo não gostei daquele riso. Pareceu-me malévolo e, vindo de uma mulher tão bonita, ainda pior. Dei um gole na minha cerveja, que me lembro de estar a beber devagar por ser cara, e expliquei-lhe que ela tinha tecnicamente razão, mas demonstrava uma falta de entendimento emocional do seu próprio amigo.
Para mim, o mais provável é que ele não tenha pensado na equação que compara um pássaro ao valor de um automóvel, mas sim agido por impulso. Ao aperceber-se que ia matar o pássaro, travou a fundo sem pensar em mais nada. Por azar despistou-se. O riso dela era inadequado.
- E isso é bonito... - insisti - pode querer dizer que o teu amigo tem um fundo bom...
Eu sabia que, ao emitir a minha opinião, estava a pôr em risco cinco dias inesquecíveis. Por isso mesmo, assim que vi o olhar dela arrependi-me imediatamente, mas era tarde demais. Acusou-me de usar pouco o meu cérebro e de ver a vida como se fosse um filme. Levantou-se e partiu sem se despedir. Fiquei um bocado triste. Afinal de contas, por causa de uma espécie de pardal perdido na Finlândia, a muitos quilómetros de distância, não tive sexo nessas férias.
Por coincidência, acabei por reencontrá-la mais tarde e, apesar de apenas termos conversado, permiti-me dizer-lhe que o nosso Amor tinha acabado cedo de mais e de forma abrupta. Para meu espanto, ela respondeu-me com o que considero ter sido uma resposta equilibrada entre a razão e a emoção.
- Um Amor só pode acabar tarde demais ou cedo demais. Nunca acaba no momento certo. Se acabar, então não era Amor.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
02 janeiro 2016
Conto? Conto!
Tenho uma fraqueza forte por contos eróticos.
Minha imaginação chega aos mais delirantes e longos orgasmos.
Repetidas vezes.
Mas contos são mais intrigantes... e interessantes
Quando são nossas as experiências
Que ditam nossos mais escondidos desejos,
Fetiches e fantasias.
Meus contos são reais,
Acontecem de forma natural e habitual.
Sei bem o incontável número de orgasmos a que cheguei.
Basta-me fechar os olhos, sem ruídos,
Ambiente à meia luz,
E logo pensamentos eróticos povoam minha mente,
Chego mesmo a sentir o cheiro dos hormônios misturados,
Teu e meu.
Quando me descreves como me desejas "comer"
(sim, prefiro palavras vulgares
nesses momentos de puro prazer),
Como irás me despir,
Prontamente a vagina lateja,
Pulsa de forma incontrolável,
E o sorriso safado logo se fixa em meus lábios,
Desejosos de serem logo beijados.
Aqueles beijos molhados,
Em cuja boca é outro Ponto G.
E, quando em movimentos sôfregos,
Teus dedos me percorrem e me fazem tremer,
Peço-te entre sussurros que não pares,
Continua! Me faças gemer.
Como agora, ao te contar este conto,
O orgasmo, avisando-me, que já vai acontecer.
Que tesão é este que toma todo meu corpo?
Não te demores ou corres o risco de, ao chegares,
Eu ter gozado muitas vezes,
À espera do que irás comigo fazer.
Sabes bem que isso não acaba e muito me agrada,
Que faças amor comigo, noite adentro até madrugada.
Então, liberta de tabus que intimidam,
Dou-me toda para ti, em gemidos.
Vem, que em teu ouvido detalho-te
Como desejo que me invadas,
Suave e forte, quando eu te pedir.
Toca devagar e longamente qualquer parte minha,
Esse corpo que se entrega quando estás em mim.
Acaricia meu seio desnudo;
Usa a tua língua, ávida,
Para tocar nos bicos enrijecidos,
O delírio do prazer, que só tu sabes como provocar.
Agora, paro de contar-te o que já sabes.
Anda, fica em mim... vamos amar.
«O piano e a mulher» - por Rui Felício
«Auge e Música Nua» Livro de poesia Carlos Moura, editora EPAL, 2000 Colecção de arte erótica «a funda São» |
Das teclas de um piano, como do corpo de uma mulher, se podem extrair as mais belas harmonias.
Rossini, percorria a escala delicadamente com os seus dedos esguios, com leveza e suavidade.
Wagner, ao contrário, pisava as teclas com brusquidão harmoniosa, tumultuosa, quase brutal.
Transpor a metáfora para o corpo da mulher, o ideal seria encontrar um homem com os predicados conjuntos de um Rossini, na fase inicial e de um Wagner no culminar da apoteose.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Camões Patife
Dou-lhes o mundo inteiro numa pinada
Quedam-se sem pensar em mais nada
Ao serem possuídas como só eu possuo
Patife
@FF_Patife no Twitter
O Patife está mesmo a pedi-las... e a malta ode-o:
Mamãe:
"Patife Bocage
Tens é muita boca,
Mas pouco ou nada me aparentas
Que só falas
Mas não... ages."
João Barreto:
"Só suas porque o pau não levantas
Do teu esforço jamais resultou nada.
De pensar em ti, riem à gargalhada
e se teimas e persistes, só as espantas."
01 janeiro 2016
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