15 janeiro 2016

«Cães e...» - Ruim

Entrarmos em casa bêbedos e sermos recebidos por um cão é uma amostra perfeita do tipo de relação que nunca iremos ter com ninguém.
O cão não quer saber de onde vieste nem com quem estiveste.
Ele ignora esse hálito que tresanda a whisky e putas.
As mocadas de lado no carro.
Até mesmo que tenhas lixado mais dinheiro do que devias.
Podes agarrá-lo pelas orelhas, pelo focinho, rebolar com ele no tapete da sala a dizer:
- "Minha coisa gorda mai'linda do mundo, anda aqui ao dono!" - enquanto lhe dás linguados (ignorando totalmente que ele esteve a lamber os próprios tomates uns minutos antes).
O cão ama-te seja em que situação for e vai adorar todos os segundos disto com bisda lambidelas e um abanar de rabo ventoínha.
Agora tentem fazer isso com a vossa namorada a agarrar-lhe nas orelhas e a dizer:
- "Minha coisa gorda mai'linda do mundo, anda aqui ao dono!" - enquanto lhes lambuzas a cara toda.
Não corras não...

Ruim
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«Em resumo...» - Shut up, Cláudia!





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13 janeiro 2016

Um sábado qualquer... - «Começou com o Jó…»



Um sábado qualquer...

A notícia aqui... e o video aqui:

Van Hoick - «Party Everyday»


Van Hoick - Party Everyday (Explicit Version) from Van Hoick on Vimeo.

«conversa 2143» - bagaço amarelo

Ela - Lembras-te da noite em que tentaste ir para a cama comigo? Foi tão engraçado...
Eu - Tenho uma ideia...
Ela - Tens uma ideia?! Só tens uma ideia da noite em que tentaste ir para a cama comigo?!
Eu - Foi há tanto tempo...
Ela - Nem sequer sabes há quanto tempo foi?!
Eu - Diz-me só se consegui ou não, por favor.
Ela - Claro que não, seu parvalhão.
Eu - Então querias que me lembrasse de quê?
Ela - De teres tentado...
Eu - E lembro... quer dizer, tenho uma ideia.
Ela - Foste para a cama assim com tanta gaja, que só tens uma ideia?
Eu - Não, não fui, mas tentar, lá isso tentei.
Ela - Percebes porque é que não foste, não percebes?
Eu - Percebo. Para as mulheres, uma tentativa já é digna de ficar na memória. Para um homem não.
Ela - Estás a chamar-me o quê?!
Eu - Nada. Estou só a dizer que a minha memória é muito má.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Postalinho de Bragança - 5

"Frase num muro do centro histórico de Bragança, relembrando-nos que nem tudo o que nos fode é erótico."
Paulo M.


Desabrochem!


12 janeiro 2016

Preferências



HenriCartoon

Antiga vilã

Apollonie Sabatier serviu de molde para a escultura de Auguste Clésinger 



Tu, mulher! 

Desde sempre carregas o fardo, 
Pesado,
Dos mais torpes sinônimos.
Chamam-te de tudo,
Com sentido de nada,
Meretriz. Vagabunda. 
Mulher da rua.
Rampeira. Puta.
Mulher da vida.Vilã.
Usam-te sem fitar os teus olhos
E não enxergam como choras,
Furtiva, fingindo sorrir.
Escrava. Maltratada,
Sobrevives aos apodos diários,
Transformando-os em poemas
No teu relicário.
Menina. Mulher.
Não és dona de si.
Desprotegida,
Banida do lar.
Dão-te como erva daninha,
Mesmo sendo uma flor.
Beijas e acaricias
Mas quem sara a tua dor?
Jogam-te pedras, os impuros.
Imputam-te penas severas
Enquanto divides teu corpo
Entre o sofrer...
E o teu sonhar.



* - O poema acima é uma "complementação" (no meu estilo - claro!) ao belíssimo poema de Vitor C. (Vitor Costeira):


...E, ASSIM SORRINDO, ADORMECIAS...
Madrugavas antes de anoiteceres
e fazias do vão de escada
de qualquer prédio abandonado
o palco do teu passo treinado,
libertando-te como se fosses um rio
desaguando numa foz por acontecer
nos braços que a noite tinha para oferecer…

E, na noite, recebias cada corpo quente
como uma dádiva feita para se receber
e entregavas muito ternamente
tudo aquilo que te tinha feito mulher,
numa permuta sem razão aparente
que nada tinha de ilusão inocente…

No fim de cada madrugada anoitecias,
confundindo as noites com os dias,
e recolhias-te na alma que era apenas tua,
dentro de ti mesma, longe da rua,
cabelos e sentimentos, de novo, desgrenhados,
como sinais de pesadelos jamais imaginados…

E aconchegavas o corpo com a fantasia,
cerravas as pálpebras enquanto te benzias,
e, de prazer ou de frio, o teu corpo tremia
mas, de vez em quando, sonhavas e sorrias
e acreditavas que um dia não são dias
e que, um dia, outra mulher serias!

E assim, sorrindo, tu adormecias…

Autor: Vítor Costeira