13 março 2016

Luís Gaspar lê «Invisível» de Al-Mu’Tamid

Invisível a meus olhos,
Trago-te sempre no coração
Te envio um adeus feito paixão
E lágrimas de pena com insónia.
Inventaste como possuir-me
E eu, o indomável, que submisso vou ficando!
Meu desejo é estar contigo sempre
Oxalá se realize tal desejo!
Assegura-me que o juramento que nos une
Nunca a distância o fará quebrar.
Doce é o nome que é o teu
E aqui fica escrito no poema: Itimad.

Al-Mu’Tamid
Al-Mu'Tamid Beja, Silves, Sevilha e Agmat (Marrocos), este o percurso de um príncipe que viveu no século XI e foi senhor de um dos mais brilhantes reinos muçulmanos da Península. Chamava-se Al-Mu'Tamid Ibn Abbad, era poeta e deixou alguns dos mais belos versos da Literatura árabe. Al-Mu'Tamid nasceu em Beja, foi governador de Silves, cujo castelo tomou em nome do pai, o rei da taifa de Sevilha, a quem mais tarde sucedeu no trono. Ibn Abbad foi o último rei da taifa de Sevilha. Os tempos eram de confronto entre os muçulmanos do sul e os cristãos do norte e a poderosa Sevilha situava-se entre duas sociedades guerreiras. Nesta guerra perdeu-se Al-Mu'Tamid, que morreu exilado em Marrocos.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«respostas a perguntas inexistentes (328)» - bagaço amarelo

As pessoas que usam relógio de pulso são umas românticas. Eu gosto delas, embora eu não use. Insistem que a melhor forma de saber que horas são é levar o pulso em direcção aos olhos e, assim, negam a civilização. Negam o telemóvel que todos temos no bolso e o acesso constante à internet. Negam o contador de tempo absurdo que a maior parte dos canais de televisão tem no canto superior esquerdo e de qualquer sistema operativo no canto inferior direito. Negam até a prisão do tempo em que se transformou a própria vida, com horas marcadas para entrar e sair de tudo e mais alguma coisa. Do emprego, do almoço, do jogo de futebol e do sono.
Nega-se a contagem constante do tempo, esse assassino de juventudes, para encostá-lo à parede e dizer-lhe violentamente que ele não interessa, que é apenas uma adereço como uma pulseira qualquer.
Quando temos um relógio no pulso é porque não damos por ele (o tempo) em mais lado nenhum, nem sequer no Amor que vamos vivendo da forma que sabemos ou, mais interessante ainda, da forma que não sabemos. Eu acho que às vezes o Amor me falha porque não uso relógio de pulso. Talvez quando usar um eu aprenda que tempo não faz um Amor.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI das bóias

Maitena - Condição feminina 18




12 março 2016

Puro Êxtase - «Episódio 2 - Tomie Akemi e a Tatuagem Orgástica»

Dois brasileiros convidaram algumas mulheres a realizarem tarefas quotidianas, mas enquanto recebem sexo oral por baixo da mesa.

Hás-de ficar sempre solteiro...

Homens casados vivem mais tempo? Também os gatos domésticos. Ambos passam a vida a olhar da janela para um mundo que nunca vão aproveitar.

Patife
@FF_Patife no Twitter

«Flagrantes esquecidos da vida real» - por Rui Felício

Esfregava os braços no corpo, batia com os pés no chão empedrado daquela esquina de um cruzamento de movimentadas ruas da cidade.
Chovia se Deus a dava e ela ali estava, na borda do passeio, sem arredar pé, encharcada até aos ossos.
A roupa ensopada colava-se ao seu corpo esguio de adolescente.
O tecido fino do vestido acompanhava a ondulação suave de dois seios pequenos, bem desenhados, das curvas das ancas e das pernas altas e firmes.
Apertava debaixo do braço dois livros escolares e um caderno, completamente empapados.
Não devia ter mais de dezasseis anos.
Abrigado a uns dez metros, sob o toldo de um café, observei-a. O cabelo preto escorria-lhe pela cara e pescoço, sobre os bonitos olhos azuis.
Pareceu-me que chorava, mas com a chuva diluviana que se abatia sobre ela, provavelmente não eram lágrimas. Era certamente a água da chuva que lhe escorria em bica.
A cabeça pendente, a boca entreaberta, o olhar triste, aquela rapariga misteriosa e com tão estranho comportamento era o retrato de uma figura trágica.
Sim, trágica era a palavra adequada para a descrever.
«A prostituição através dos tempos na sociedade ocidental»
Nickie Roberts, editorial Presença, 1ª edição, Lisboa, 1996
Colecção de arte erótica «a funda São»
Tentei adivinhar qual seria a dor que a dilacerava.
Um desgosto de amor?
Um mau ambiente em casa?
O sofrimento de pais desavindos?
As dificuldades de uma família pobre sofrendo a crise e a austeridade?
Perdido nas minhas conjecturas, decidi-me ir ter com ela para a convencer a abrigar-se da intempérie e conversar, acarinhá-la.
Ainda nem tinha saído do meu lugar e vejo-a dar dois passos rápidos e decididos para a rua no exacto momento em que um automóvel se aproximava veloz do local. O chiar dos travões e uma forte buzinadela não impediram o violento embate que projectou o corpo da jovem a grande distância.
Pouco tempo depois o INEM chegou e ouvi dizer aos circunstantes que a rapariga estava morta. Não havia nada a fazer.
Dias mais tarde, investiguei e procurei descortinar as razões que estariam na origem de tão funesto desenlace.
Estive em casa dela, falei com os pais inconsoláveis, vi as confortáveis condições da sua habitação, mostraram me o quarto da moça, onde nada faltava.
Namorava e, segundo os pais, parecia feliz.
Só depois da sua morte os pais vieram a saber, através de alguns colegas da escola, quem era o seu namorado.
Um homem de quarenta e tal anos de idade. Um crápula por quem ela se apaixonara e que a obrigava a prostituir-se em seu proveito, chantageando-a sob ameaça de ir contar tudo aos pais.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Eu sou o melhor nesse quesito, querida



Capinaremos.com

11 março 2016

Kokoro Dance - performance na praia Wreck, Vancouver, Canada


kokoro Dance from Mahmoud Farah on Vimeo.

Página da companhia de dança canadiana, Kokoro Dance.

«coisas que fascinam (186)» - bagaço amarelo

Por muito que custe, temos que nos render a uma das condições mais básicas e certeiras da vida: no Amor há um princípio e um fim. A mim custa-me muito perceber esta crueldade da Natureza, que foi quem nos fez assim. Talvez por isso me considere um inadaptado à vida, porque também sou um inadaptado ao Amor.
A explicação é simples. Não me apaixono facilmente, mas desapaixono-me mais dificilmente ainda. Nas mudanças abruptas devíamos conseguir chegar a um cruzamento e virar noventa graus. Pelo menos, devíamos ter evoluído por aí.
Eu não evoluí. Salto de estrada para percorrer outro caminho, sim, mas as minhas estradas são quase paralelas. Percorro-as afastando-me muito lentamente da estrada que sempre percorri no passado e, ingenuamente, dou-me à esperança de voltar ao percurso anterior.
O Amor interessa-me assim, lento. Quando me encontro num caminho sem saída possível, é porque já o percorri durante muitos quilómetros.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Teste do amor» - Ruim

Quem metia aqui o dedo, não o metia em mais lado nenhum.



Ruim
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