27 abril 2016
26 abril 2016
Vá lá que teve dinheiro para o cabeleireiro!
Jovem visivelmente embaraçada por o seu emprego precário não lhe ter permitido pagar a conta da lavandaria.
Sharkinho
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«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 36
O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.
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Teste de visão
Placa em bronze elíptica, com dezenas de pequenas imagens eróticas... na minha colecção.
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25 abril 2016
Postalinho do Norte
"Ao longe, esta escultura da área de serviço de Barcelos na A3 já tem o seu quê de erótico, por aquele mecanismo para levantar o mastro...
... mas de perto ainda tem mais... mastro..."
Carlos Car(v)alho
... mas de perto ainda tem mais... mastro..."
Carlos Car(v)alho
Eva portuguesa - «Cliente furacão»
Existem alguns clientes que são tão fogosos e gostosos, que demonstram o quanto realmente me desejam. A esses chamo furacão. São poucos, mas quando chegam arrasam! Hoje tive a sorte de ter um desses... Mal fecho a porta agarra-me e começamos nuns beijos loucos, desenfreados, sôfregos, escaldantes. Quando chego ao quarto já tinha tido as suas mãos em todo o meu corpo, apalpando, reconhecendo, explorando... Sem me dar tempo para me despir, põe-me de quatro em cima da cama e chupa-me até já não aguentar mais. Quero retribuir. Quero sentir o seu membro erecto dentro de mim. E, apoiada no espelho, ele fez-me a vontade e saciou-me a mim e a ele...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Eva
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24 abril 2016
Luís Gaspar lê «Balada da Praia dos Cães (excerto)» de José Cardoso Pires
E todavia todo se passou fora do tempo e do espaço! Tudo, ma chèrie, Tudo! Ainda mal tínhamos fechado a porta já o Gaston.-Philippe se colava a mim a percorrer-me desvairadamente com as mãos. Contornava-me, cingia-me com um braço e procurava-me as coxas e as nádegas por baixo da roupa. Eu própria levantei o vestido, colando-me mais a ele, e imagina a surpresa que o tomou quando sentiu nos dedos a verdade do meu ventre!
Sim, minha Melanie, eu estava nua por baixo do vestido! Não me perguntes porquê, mas no bar, por um impulso inexplicável, tinha ido ao toilette com esse propósito. Um presságio? Só sei que estava feliz com o meu instinto, felicíssima. O assombro e o deslumbramento do Gaston-Philippe por aquela surpresa não tiveram limites e eu sentia isso através da sua mão que era grata e ardente. E que hábil, que mão! Que imaginativa e que extensa, Melanie! Penetrava com tais segredos que me levava para lá da ascensão do próprio elevador e logo me esgotava e me fazia afundar à medida que voltávamos a descer.
Impossível calcular as vezes que percorremos para baixo e para cima aqueles cinco andares. Uma verdadeira escalada do paraíso! Subíamos e mergulhávamos, e tornava-mos a subir…a nossa viagem parecia não ter fim, pois o Gaston.-Philippe era daqueles amantes afortunados nos quais l’amour fou é servido por um talento prático ajustado às circunstâncias e, assim, manobrava o manípulo do elevador no momento exacto em que ele se ia a deter.
Mas entoncededor ainda foi que dei por ele de joelhos, abraçado às minhas pernas e abrindo-me toda ao mesmo tempo, nem sei, com o rosto mergulhado nas minhas coxas! Então senti-me trespassada por algo muito vivo e voraz, por uma espessura revolvente e arguta que me descobria por dentro e me dilatava, sugando-me. E eram mais coisas, minha querida, os dentes percorrendo os pelos e os músculos , o calor do rosto contra o meu ventre, as mãos explorando-me as nádegas, tanta coisa!
Eu, de pé, um perna em cima do ombro dele, via-me ao espelho e não me reconhecia. Esquecida, esquecida, liberta pelo espaço (…)»
Excerto de A Balada da Praia do Cães, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1982.
José Cardoso Pires
Escritor português, José Augusto Neves Cardoso Pires (1925 - 1998) Estreou-se na ficção, em 1949, com "Caminheiros e Outros Contos", a que se seguiriam os contos "Histórias de Amor", em 1952 - ambos apreendidos pela censura, estando o segundo na origem da sua primeira detenção pela policia policia (PIDE). O autor e a sua obra foram galardoados várias vezes, entre os quais se destacam o Prémio Camilo Castelo Branco ("O Hóspede de Job, 1964"), o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores ("A Balada da Praia dos Cães", romance que viria, em 1987, a dar origem a um filme realizado por José Fonseca e Costa), o Prémio Especial da Associação de Críticos do Brasil ("Alexandra Alpha"), os Prémios D. Dinis e da Crítica ("De Profundis, Valsa Lenta", obra publicada em 1997, após o autor ter recuperado de um acidente vascular cerebral). Recebeu também o Prémio Internacional União Latina (1991), o Astrolábio de Ouro do Prémio Internacional Último Novecento (1992) e o Prémio Pessoa (1997).
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
«respostas a perguntas inexistentes (335)» - bagaço amarelo
Quem tem dificuldades em apaixonar-se a sério deve apaixonar-se a brincar todos os dias desta vida. E eu apaixono-me. Tenho Amores platónicos de quatro minutos, enquanto tomo o café, espero o sinal verde para peões numa passadeira qualquer ou compro tomates na loja da avenida.
Os Amores nunca devem ser de duração média. Que durem quase uma vida ou que durem um momento. É nesses que há certeza sobre aquilo que são. Os outros são os Amores mais ou menos, os pântanos desta vida em que nos metemos e não sabemos sair.
Hoje apaixonei-me a sério por uma mulher. Eram seis e trinta e dois da tarde quando a vi brincar com os dedos, como se tocasse piano num instrumento invisível, cujos sons lhe saíam desafinados pela boca. Plim, plim plim! Morena, despenteada e sorridente, trocámos os olhares de quem entende a loucura mútua. Depois tornámos a sorrir.
Durante quatro minutos vivemos um Amor impossível e eu esqueci-me da vida, esta que adio um bocadinho todos os dias até não ter mais dias para adiar. Depois ela foi-se embora da pastelaria e disse-me adeus. O nosso Amor de quatro minutos terminou ali.
Obrigado. Será uma das mulheres desta vida que adio.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
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