23 maio 2016

Eva portuguesa - «Cano de esgoto»

A sério, há honestamente quem não se enxerga mesmo! Como é que um cliente quer beijos na boca quando a mesma cheira a cano de esgoto?! Dentes podres, outros amarelos, com um cheiro nauseabundo... 
Credo! Ninguém aguenta! Só sentir o bafo faz-me logo virar de costas! E a tradicional posição papai-mamãe, nestes casos, também não dá. Estar a centímetros daquele fedor... nem pensar! Há algo chamado higiene oral, visitas ao dentista, pastilhas e spray para o hálito... enfim, uma série de coisas. Inclusive, eu tenho à vossa disposição elixir bucal e copos de plástico descartáveis. Usem-nos! Porque, a sério, salvo raras excepções, eu já não sou muito de beijos na boca de língua. Então nestas condições... bem, só o estar perto já incomoda... 
Não custa nada usarem o elixir. A higiene só demonstra respeito, não só pela outra pessoa, mas sobretudo por vocês mesmos. 
Comecem a praticá-lo. Porque beijar boca de cano de esgoto, comigo não!

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Todas super heroínas são bonitas



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22 maio 2016

Luís Gaspar lê «Maria Magdala» de José Saramago

de “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” , Editorial Caminho, Lisboa, 1991.

(…)
como te chamas, 

Jesus, foi o que respondeu, e não disse de Nazaré, porque já antes o tinha declarado, 

como ela, por ser aqui que vivia, não disse de Magdala, quando, ao perguntar-lhe ele, por sua vez nome, respondeu que Maria. 

Com tantos movimentos e observações, acabou Maria de Magdala de fazer o penso ao pé dorido de Jesus, rematando-o com uma sólida e pertinente atadura,
Aí tens, disse ela. 
Como te devo agradecer, perguntou Jesus, e pela primeira vez os seus olhos tocaram os olhos dela, negros, brilhantes como carvões de pedra, mas onde trespassava, como uma água corresse, uma espécie de voluptuosa velatura que atingiu em cheio o corpo secreto de Jesus. 

A mulher não respondeu logo, olhava-o, por sua vez, como se o avaliasse, a pessoa que era, que de dinheiros bem se via que não estava provido o pobre moço,
e por fim disse, Guarda-me na tua lembrança, nada mais,
e Jesus, Não esquecerei a tua bondade, 
e depois, enchendo-se de ânimo, Nem te esquecerei a ti,
Porquê, sorriu a mulher,
Porque és bela,
Não me conheceste no tempo da minha beleza,
Conheço-te na beleza desta hora.
O sorriso dela esmoreceu, extinguiu-se,
Sabes quem sou, o que faço, de que vivo,
Sei,
Não tiveste mais que olhar para mim e ficaste a saber tudo,
Não sei nada,
que sou prostituta,
Isso sei,
Que me deito com homens por dinheiro,
Sim,
Então é o que te digo, sabes tudo de mim,
Sei só isso,
A mulher sentou-se junto dele, passou-lhe suavemente a mão pela cabeça, tocou-lhe na boca com a ponta dos dedos,
Se queres agradecer-me, fica este dia comigo,
Não posso,
Porquê,
Não tenho com que pagar-te,
Grande novidade,
Não te rias de mim,
Talvez não creias, mas olha que mais facilmente me riria de um homem com a bolsa cheia,
Não é só a questão do dinheiro,
Que é, então.
Jesus calou-se e voltou a cara para o lado.
Ela não o ajudou, podia ter-lhe perguntado, És virgem, mas deixou-se ficar calada, à espera.
Fez-se silêncio, tão denso e profundo, que parecia que apenas os dois corações soavam,
mais forte e rápido que o dele, o dela inquieto com a sua própria agitação.
Jesus disse, Os teus cabelos são como um rebanho de cabras descendo das vertentes pelas montanhas de Galaad.
A mulher sorriu e ficou calada.
Depois Jesus disse. Os teus olhos são como as fontes de Hesebon, junto à porta de Bat-Rabim.
A mulher sorriu de novo, mas não falou.
Então Jesus voltou lentamente o rosto para ela e disse, Não conheço mulher.
Maria segurou-lhe as mãos, Assim temos de começar todos, homens que não conheciam mulher, mulheres que não conheciam homem, um dia o que sabia ensinou, o que não sabia aprendeu,
Queres tu ensinar-me,
Para que tenhas de agradecer-me outra vez,
Dessa maneira, nunca acabarei de agradecer-te,
E eu nunca acabarei de ensinar,
Maria levantou-se, foi trancar a porta do pátio, mas primeiro dependurou qualquer coisa do lado de fora, sinal que seria de entendimento, para os clientes que viessem por ela, de que se havia cerrado a sua fresta porque chegara a hora de cantar,
Levanta-te, vento do norte, vem tu, vento do meio-dia, sopra no seu jardim e coma dos seus deliciosos frutos.
Depois, juntos, Jesus amparado, como fizera antes, ao ombro de Maria, esta prostituta de Magdala que o curou e o vai receber na sua cama,
entraram em casa, na penumbra propícia de um quarto fresco e limpo.
A cama não é aquela rústica esteira estendida no chão, com um lençol pardo por cima, que Jesus viu sempre em casa dos pais enquanto lá viveu, esta é um verdadeiro leito como o outro de que alguém disse, Adornei a minha cama com cobertas, com colchas bordadas de linho do Egipto, perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamono.
Maria de Magdala conduziu Jesus até junto do forno, onde o chão era de ladrilhos de tijolo, e ali, recusando o auxilio dele, por suas mãos o despiu e lavou, às vezes tocando-lhe o corpo, aqui e aqui, e aqui, com as pontas dos dedos, beijando-o de leve no peito e nas anca, de um lado e do outro.
Estes roces delicados faziam estremecer Jesus, as unhas da mulher arrepiavam-no quando lhe percorriam a pele.
Não tenhas medo, disse Maria de Magdala.
Enxugou-o e levou-o pela mão até à cama,
Deita-te, eu volto já.
Fez correr um pano numa corda, novos rumores de águas se ouviram, depois uma pausa,
o ar de repente tornou-se perfumado e Maria de Magdala apareceu, nua.
Nu estava também Jesus, como ela o deixara, o rapaz pensou que assim é que devia estar certo, tapar o corpo que ela descobrira teria sido como uma ofensa.
 Maria parou ao lado da cama, olhou-o com uma expressão que era, ao mesmo tempo, ardente e suave, e disse,
És belo, mas para seres perfeito, tens de abrir os olhos.
Hesitando, Jesus abriu-os, imediatamente os fechou, deslumbrado, tornou a abri-los e nesse instante soube o que em verdade queriam dizer aquelas palavras do rei Salomão:
As curvas dos teus quadris são como jóias, o teu umbigo é uma taça arredondada, cheia de vinho perfumado, o teu ventre é um monte de trigo cercado de lírios, os teus seios são como dois filhinhos gémeos de uma gazela,
mas soube-o ainda melhor, e definitivamente, quando Maria se deitou ao lado dele, e tomando-lhe as mãos, puxando-as para si, as fez passar, lentamente, por todo o seu corpo, os cabelos e o rosto, o pescoço, os ombros, os seios, que docemente comprimiu, o ventre, o umbigo, o púbis, onde se demorou, a enredar e a desenredar os dedos, o redondo das coxas macias, e enquanto isto fazia, ia dizendo em voz baixa, quase num sussurro,
Aprende, aprende o meu corpo.
Jesus olhava as suas próprias mãos, que Maria segurava, e desejava tê-las soltas para que pudessem ir buscar, livres, cada uma daquelas partes, mas ela continuava, uma vez mais, outra ainda, e dizia,
Aprende o meu corpo, aprende o meu corpo.
Jesus respirava precipitadamente, mas houve um momento em que pareceu sufocar, e isso foi quando as mãos dela, a esquerda colocada sobre a testa, a direita sobre os tornozelos, principiaram uma lenta carícia, na direcção, uma da outra, ambas atraídas ao mesmo ponto central, onde, quando chegadas, não se detiveram mais do que um instante, para regressarem com a mesma lentidão ao ponto de partida, donde recomeçaram o movimento.
Não aprendeste nada, vai-te, dissera o Pastor, e quiçá quisesse dizer que ele não aprendera a defender a vida.
Agora Maria de Magdala ensinara-lhe,
Aprende o meu corpo, e repetia, mas doutra maneira, mudando-lhe uma palavra, e ele ai o tinha, o seu corpo, tenso, duro, erecto, e sobre ele estava, nua e magnífica, Maria de Magdala, que dizia,
Calma, não te preocupes, não te movas, deixa que eu trate de ti,
então sentiu que uma parte do seu corpo, essa, se sumira no corpo dela, que um anel de fogo o rodeava, indo e vindo, que um estremecimento o sacudia por dentro, como um peixe agitando-se, e que de súbito se escapava gritando,
impossível, não pode ser, os peixes não gritam, ele, sim, era ele quem gritava, ao mesmo tempo que Maria, gemendo, deixava descair o seu corpo sobre o dele, indo beber-lhe da boca o grito, num sôfrego e ansioso beijo que desencadeou no corpo de Jesus um segundo e interminável frémito.
(…)

José Saramago

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«tá de chuva» - bagaço amarelo




O mundo era mais fácil se as mulheres tivessem boletim meteorológico, porque é maravilhoso habitá-las quando o tempo está bom. O problema está todo nas tempestades e na forma imprevisível como surgem, principalmente porque os homens raramente andam de guarda-chuva.
Para hoje prevê-se céu limpo ou pouco nublado, temperatura amena e vento fraco. Quando lhe ligar a perguntar se ela está bem, no entanto, o telefonema pode começar com aguaceiros fracos e períodos de muito nublado, ventos fortes e possibilidades de chuva.
Ou ainda mais fácil: tá de chuva.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI do coração ao alto


Maitena - Condição feminina 28




21 maio 2016

Puro Êxtase - «Episódio 12 - O desafio da banana afrodisíaca»

Puro Êxtase, webserie orgástica, convida algumas mulheres e homens para realizarem tarefas quotidianas, mas enquanto recebem sexo oral.

Postalinho de um fotógrafo que até parece profissional

"Como nunca te dei nada, toma lá para a Funda São
(arte digital também deve ser arte, não?)
É de minha autoria - só não conheces a amiga, mas também não vale a pena :)
(posso oferecer à vontade porque não se identifica)"
Leonel Brás


«Desejo ou vício?» - por Rui Felício

Pelo caminho, não conseguia pensar em mais nada, senão nele. Bem tentava concentrar-se naquilo que, perante os seus olhos, ia desfilando do lado de fora da janela do autocarro. Os carros, as pessoas apressadas a caminhar nos passeios, uma amálgama anónima de fim de tarde que, como ela, regressava a casa depois de um dia de trabalho.
Ansiava pela chegada. Sabia que ele estaria à sua espera. O intenso desejo que naquele dia a invadia, tornava-a obsessiva, impaciente. Tinha pressa de o possuir! Antevia mentalmente o momento de o ter, quase que a alucinando. Passava a língua pelos lábios, a garganta secava, o corpo tremia, as mãos suavam.
«Les Tétons de la reine Margot»
Caixa metálica de chocolates com uma
ilustração na tampa e um poema na parte interior
Colecção de arte erótica «a funda São»
Na paragem perto da sua morada, saiu do autocarro, subiu a rua quase a correr, meteu a chave à porta do prédio, ofegante, mal cumprimentou a vizinha que subiu com ela no elevador e entrou em casa. Atirou com a mala para cima de uma cadeira e deixou-se cair no sofá. Ali estava ele, sedutor, provocante. Sem uma palavra, acariciou-o, despiu-o lentamente, passou a lingua e a boca pelo seu corpo moreno, encheu-o de pequenas mordidelas, saboreou o seu travo quente, a doçura do seu gosto...
Mais relaxada, desfrutando o louco prazer daqueles momentos, mas ainda não completamente saciada, levantou-se, pegou na mala e saiu para ir ao supermercado.
Pelo caminho, desabafava com os seus botões: Estes chocolates são tão bons mas tão pequenos! Tenho de comprar mais um ou dois…



Rui Felício
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E a acústica, era boa?

A tipa que pinei ontem tinha uma antecâmara vaginal mais ampla que o hall de um palácio real. Dava para bater palmas e ainda ouvir o eco.

Patife
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