Sabes quando vais com a tua cara metade e se atravessa no caminho um bagacinho com esquadria matematicamente perfeita, aquele triunvirato de características femininas que despertam o alarme do primeiro ao sexto sentido feminino da outra? Esse momento, é o inicio de um jogo de xadrez psicológico. Um campo de batalha em de suposições, desconfianças e assumpções de parte a parte. O que está ele a pensar? O que está ela a pensar? Principalmente o que está ela a pensar.
Alvo a 10 metros. Iniciar manobras de diversão. Olhar em frente. Firme e hirto soldado. Visão periférica detecta gaja três níveis acima de óptima. O inimigo já se apercebeu, porque elas percebem quando outra é boazuda, mesmo antes de nós nos apercebermos.
"Ele vai olhar para a gaja...eu sei. Ele vai olhar e mesmo na minha cara. Vá... olha, seu animal. Dá razão à minha mãe e ás minhas amigas"
"Eu não vou olhar. Ela está à espera que eu olhe, mas eu não vou olhar. Se esta gaja julga que eu sou parvo a esse ponto de BEM QUE PAR DE MAMAS olhar para a gaja assim à descarada, está muito enganada."
Gaja passa. Ele não olha. Ela finge que não estava a reparar se ele olhava. Mas agora começa a verdadeira batalha. Depois do jogo psicológico, começa o confronto verbal.
"Epa que gaja boa...hein?" - dispara ela.
"Hmmm... qual gaja? Não vi. O que é uma gaja?" - rebate o adversário. Excelente contra-ataque.
"Como não viste? A grossa que passou por nós. Bem boa upa upa" - insiste.
"Ah... não reparei!" - deflecte.
"Hmmmm... a sério? Então mas agora és cego? Ou estás a esconder alguma coisa?" - disparado o primeiro morteiro acusatório.
"O quê? Mas esconder o quê? Só não olhei para a loira!" - responde algo hesitante
"Ah, agora já é loira. Viste como olhaste? Para que é que mentes?" - ataca agora em toda a força.
"Mas eu não menti. Reparei que era loira e disse que a gaja passou e coiso..." - primeiro sinal de fraqueza. Contradições a começarem a surgir.
"Certo. Como no outro dia..." - estocada final iminente. Bombas de dúvida no ar.
"Qual outro dia?" - questiona em terror.
"Da amiga no quarto. Que não era "ninguém". E que depois sabias o nome dela assim de repente e estava debaixo da cama" - ultimo golpe.
"EPA PORRA, ERA UMA ARANHA. OK? TINHA UMA ARANHA NO QUARTO? A-R-A-N-H-A!" - desespero na voz.
"Sim sim... aranha, Joana, Patricia... tudo putas" - último disparo pleno de lógica irrefutável.
Não temos hipótese.
Ruim
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