04 junho 2016
«A ubiquidade do amor» - por Rui Felício
Cristalina, límpida, refletia os raios solares e com eles dardejava e chamava a atenção do seu amado.
Distraído, ali ao lado, ele nem parecia reparar. Era um calhau, uma pedra, e nem lhe passava pela cabeça que ela, uma poça de água da chuva recente que tinha caído, se tivesse apaixonado por ele.
Mas a verdade é que a água estava loucamente enfeitiçada pela máscula pedra ali tão perto, quase ao seu alcance.
Tamanha foi a sedução, que o frígido calhau acabou por reparar nela e sentiu o calor derreter-lhe a pouco e pouco a postura rígida.. Também ele sentiu o fascínio do amor, por estranho que nos possa parecer.
Deixou-se escorregar lentamente e aos poucos envolveu-se nas carícias da poça de água.
No fogo do amor que os incendiou, fundiram-se num só. Já não era possível distinguir a água do calhau.
Aquela pedra de gelo tinha-se derretido completamente...
Rui Felício
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Blog Escrito e Lido
Distraído, ali ao lado, ele nem parecia reparar. Era um calhau, uma pedra, e nem lhe passava pela cabeça que ela, uma poça de água da chuva recente que tinha caído, se tivesse apaixonado por ele.
«Amor transparente» Mola em plástico formada por casal abraçado EUA, 1995 Colecção de arte erótica «a funda São» |
Tamanha foi a sedução, que o frígido calhau acabou por reparar nela e sentiu o calor derreter-lhe a pouco e pouco a postura rígida.. Também ele sentiu o fascínio do amor, por estranho que nos possa parecer.
Deixou-se escorregar lentamente e aos poucos envolveu-se nas carícias da poça de água.
No fogo do amor que os incendiou, fundiram-se num só. Já não era possível distinguir a água do calhau.
Aquela pedra de gelo tinha-se derretido completamente...
Rui Felício
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03 junho 2016
«Eros» - exposição de escultura e desenho de Santos Carvalho, na Lousã
Recebi este convite do Santos Carvalho, que me deixou toda molhadinha, para a inauguração da exposição «Eros», no dia 18 de Junho, sábado.
Sou fã dos trabalhos do Santos Carvalho. Já aqui tinha mostrado alguns dos seus trabalhos, quando teve a exposição «Envolvências» no ISCAC (Coimbra Business School), em 2013.
Podem ir ver «Eros», na Sala de Exposições Temporárias do Museu Etnográfico Louzã Henriques, entre os dias 18 de Junho e 18 de Setembro.
Para Santos Carvalho, "a criação é um sonho orgásmico". Só podemos ser fãs, Noé?
Sou fã dos trabalhos do Santos Carvalho. Já aqui tinha mostrado alguns dos seus trabalhos, quando teve a exposição «Envolvências» no ISCAC (Coimbra Business School), em 2013.
Podem ir ver «Eros», na Sala de Exposições Temporárias do Museu Etnográfico Louzã Henriques, entre os dias 18 de Junho e 18 de Setembro.
Para Santos Carvalho, "a criação é um sonho orgásmico". Só podemos ser fãs, Noé?
«Xadrez mental» - Ruim
Sabes quando vais com a tua cara metade e se atravessa no caminho um bagacinho com esquadria matematicamente perfeita, aquele triunvirato de características femininas que despertam o alarme do primeiro ao sexto sentido feminino da outra? Esse momento, é o inicio de um jogo de xadrez psicológico. Um campo de batalha em de suposições, desconfianças e assumpções de parte a parte. O que está ele a pensar? O que está ela a pensar? Principalmente o que está ela a pensar.
Alvo a 10 metros. Iniciar manobras de diversão. Olhar em frente. Firme e hirto soldado. Visão periférica detecta gaja três níveis acima de óptima. O inimigo já se apercebeu, porque elas percebem quando outra é boazuda, mesmo antes de nós nos apercebermos.
"Ele vai olhar para a gaja...eu sei. Ele vai olhar e mesmo na minha cara. Vá... olha, seu animal. Dá razão à minha mãe e ás minhas amigas"
"Eu não vou olhar. Ela está à espera que eu olhe, mas eu não vou olhar. Se esta gaja julga que eu sou parvo a esse ponto de BEM QUE PAR DE MAMAS olhar para a gaja assim à descarada, está muito enganada."
Gaja passa. Ele não olha. Ela finge que não estava a reparar se ele olhava. Mas agora começa a verdadeira batalha. Depois do jogo psicológico, começa o confronto verbal.
"Epa que gaja boa...hein?" - dispara ela.
"Hmmm... qual gaja? Não vi. O que é uma gaja?" - rebate o adversário. Excelente contra-ataque.
"Como não viste? A grossa que passou por nós. Bem boa upa upa" - insiste.
"Ah... não reparei!" - deflecte.
"Hmmmm... a sério? Então mas agora és cego? Ou estás a esconder alguma coisa?" - disparado o primeiro morteiro acusatório.
"O quê? Mas esconder o quê? Só não olhei para a loira!" - responde algo hesitante
"Ah, agora já é loira. Viste como olhaste? Para que é que mentes?" - ataca agora em toda a força.
"Mas eu não menti. Reparei que era loira e disse que a gaja passou e coiso..." - primeiro sinal de fraqueza. Contradições a começarem a surgir.
"Certo. Como no outro dia..." - estocada final iminente. Bombas de dúvida no ar.
"Qual outro dia?" - questiona em terror.
"Da amiga no quarto. Que não era "ninguém". E que depois sabias o nome dela assim de repente e estava debaixo da cama" - ultimo golpe.
"EPA PORRA, ERA UMA ARANHA. OK? TINHA UMA ARANHA NO QUARTO? A-R-A-N-H-A!" - desespero na voz.
"Sim sim... aranha, Joana, Patricia... tudo putas" - último disparo pleno de lógica irrefutável.
Não temos hipótese.
Ruim
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02 junho 2016
«Deste infinito» - João
"Temos tudo ali. De um lado está a serra. Na verdade, as serras, que são várias. A cidade está em frente, mas longe o suficiente para não incomodar, logo a seguir o mar imenso, que vai muito para lá do que se vê e do que se molha, e depois a areia que não termina, que se alonga, caprichosa, por quilómetros a perder de vista. Estou sentado numa cadeira. Melhor dizendo, estou apoiado numa cadeira, porque sentado seria generosidade, estou num plano inclinado muito confortável, atirado para cima da madeira, com as pernas esticadas e cruzadas, os braços a apoiar-me vagaroso ao Sol que falso se move no céu como se a Terra estivesse quieta às nossas ordens. A intuição, a telepatia, porventura o cheiro, não sei dizer, avisam-me que te aproximas. Sinto o sangue correr mais depressa dentro do meu corpo, sinto a tua mão tocar o meu ombro, os teus lábios a saudar-me a pele, e o teu corpo, o teu meu corpo, a sentar-se lânguido na cadeira ao lado, e os silêncios não eram embaraço entre nós, por muito que fossemos capazes de conversar longamente, de encontrar concordâncias em tudo e discordâncias fortes se disso houvesse necessidade. Trocámos o olhar, profundo, e soubemos que estava tudo ali, as serras, a cidade, o mar, a areia infinita, eu pousei a minha mão na tua coxa, tu colaste a tua mão à minha, entrelaçando os dedos, e a seguir morreste."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
Postalinho da Fórnea
"A Cova da Velha, na Fórnea (Alcaria), que fica no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. "
Ângela D.
Ângela D.
Corpos de mães - revista «Visão» nº 1208 de 28/4/2016
Revista cujo tema de capa é "Orgulho no corpo de mãe", sobre os preconceitos em relação ao corpo das mulheres após a maternidade.
Um tema bem actual, numa revista a juntar-se a muitas outras da minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Um tema bem actual, numa revista a juntar-se a muitas outras da minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
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