13 junho 2016

Durex - «Desintoxicação digital»

Ir ao olho da pirâmide

Crica para veres toda a história
Annuit Coeptis*


*Annuit Coeptis - ver o significado aqui (a cultura é uma coisa muito linda)

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Eva portuguesa - «Números privados»

Lamento, mas infelizmente tive que voltar a bloquear a recepção de números privados. Contrariamente ao que já escrevi, as pessoas preferem seguir o caminho do mal, da ofensa gratuita, da ordinarice barata do que o caminho do bem, do amor e do prazer... 
E a maldade vulgar é sempre cobarde, ou seja, vem quase sempre em forma de números não identificados... 
Entre outros, dou-vos um exemplo que me aconteceu hoje: liga um número privado, perguntas do costume, até que diz que se quer vir na minha cara. Respondo que não faço. Diz que paga o que for preciso, bla bla bla. Insisto para que não insista, porque não adianta. Mesmo assim marca. Vi logo que era marcação falsa. Passados dez minutos liga novamente a dizer que é gordo e tem uma pila pequena mas tomou viagra para não me desapontar. Ahahahahah! A sério?! Bom, já que se julga tão esperto, dei-lhe corda para se enforcar sozinho. Quando passados dez minutos me liga a dizer que está à porta (tinha-lhe dado a morada incorrecta), eu digo que não o estou a ver. Em vez de, caso fosse verdade, confirmar a morada ou algo do género, diz: "Ai! Estou-me a esporrar todo para ti!"... Mas digam-me, com tanta cena porno gratuita na net há necessidade disto?! De incomodar quem está apenas a trabalhar de forma legal e sem fazer mal a ninguém?! 
Para além de frustrado, é burro. Ainda por cima não sabe navegar na Internet?! O que merece um filho da p*ta destes?!...

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Enquanto isso, em um universo paralelo...



Capinaremos.com

12 junho 2016

Luís Gaspar lê «Modo de Amar» de Maria Teresa Horta

Modo de amar – I

Lambe-me os seios
desmancha-me a loucura
usa-me as coxas
devasta-me o umbigo
abre-me as pernas põe-nas
nos teus ombros
e lentamente faz o que te digo:

Modo de amar – II

Por-me-ás de borco,
assim inclinada …
a nuca a descoberto,
o corpo em movimento …
a testa a tocar
a almofada,
que os cabelos afloram,
tempo a tempo …
Por-me-ás de borco; Digo:
ajoelhada …
as pernas longas
firmadas no lençol ..
e não há nada, meu amor,
já nada, que não façamos
como quem consome …
(Por-me-ás de borco,
assim inclinada …
os meus seios pendentes
nas tuas mãos fechadas.)

Modo de amar III

É bom nadar assim
em cima do teu corpo
enquanto tu mergulhas
já dentro do meu
Ambos piscinas que a nado
atravessamos
de costas tu meu amor de bruços eu

Modo de amar – IV

Encostada de costas
ao teu peito
em leque as pernas
abertas
o ventre inclinado
ambos de pé
formando lentos gestos
as sombras brandas
tombadas
no soalho

Modo de amar – V

Docemente amor
ainda docemente
o tacto é pouco
e curvo sob os lábios
e se um anel no corpo é saliente
digamos que é da pedra em que se rasga
Opala enorme e morna
tão fremente
dália suposta
sob o calor da carne
lábios cedidos
de pétalas dormentes
Louca ametista
com odores de tarde
Avidamente amor
com desespero e calma
as mãos subindo
pela cintura dada
aos dedos puros numa aridez de praia
que a curvam loucos até ao chão da sala
Ferozmente amor com torpidez e raiva
as ancas descendo como cabras tão estreitas e duras
que desarmam
a tepidez das minhas que se abrem
E logo os ombros descaem
e os cabelos
desfalecem as coxas que retomam das tuas
o pecado
e o vencê-lo
em cada movimento em que se domam
Suavemente agora velozmente
os rins suspensos os pulsos
e as espáduas
o ventre erecto enquanto vai crescendo
planta viva entre as minhas nádegas

Modo de amar – VI

Inclina os ombros e deixa
que as minhas mãos avancem na branda madeira
Na densa madeixa do teu ventre
Deixa
que te entreabra as pernas docemente

Modo de amar – VII

Secreto o nó na curva do meu espasmo
E o cume mais claro dos joelhos
que desdobrados jorram dos espelhos
ou dos teus ombros os meus: flancos
na luz de maio

Modo de amar – VIII

Que macias as pernas na penumbra
e as ancas subidas
nos dedos que as desviam
Entreabro devagar a fenda – o fundo a febre
dos meus lábios
e a tua língua Vagarosa:
toma – morde lambe
essa humidade esguia

Modo de amar – IX

Enlaçam as pernas as pernas
e as ancas
o ar estagnado que se estende no quarto
As pernas que se deitam ao comprido
sob as pernas
E sobre as pernas vencem o gemido
Flor nascida no vagar do quarto

Modo de amar – X

A praia da memória
a sulcos feita
a partir da cintura:
a boca
os ombros
na tua mansa língua que caminha
a abrir-me devagar
a pouco e pouco
Globo onde a sede
se eterniza
Piscina onde o tempo se desmancha
a anca pousada
que inclinas
as pernas retesadas que levantas
E logo
são os dentes que limitam
mas logo
estão os lábios que adormentam
no quente retomar de uma saliva
que me penetra em vácuo
até ao ventre
o vínculo do vento
a vastidão do tempo
o vício dos dedos
no cabelo
E o rigor dos corpos
que já esquece
na mais lenta maneira de vencê-los

Modo de amar – XI

Nunca adormece a boca
no teu peito
a minha boca no teu baixo
ventre
a beber devagar o que
é desfeito

Modo de amar – XII

Tenho nas mãos
teus testículos
e a boca já tão perto
que deles te sinto
o vício
num gosto de vinho aberto

Modo de amar – XIII


São as pedras
meus seios
São as pernas
pele e brandura no interior dos
lábios
rosa de leite
que sobe devagar
na doce pedra
do muco dos meus lábios
São as pedras
meus seios
São as pernas
Pêssegos nus
no corpo
descascados
Saliva acesa
que a língua vai cedendo
o gozo em cima … a pedra dos meus
lábios
Jogo do corpo
a roçar o tempo
que já passado só se de memória,
a mão dolente
como quem masturba entre os joelhos …
uma longa história …
Estrada ocupada
onde se vislumbra
(joelhos desviados na almofada)
assim aberta o fim de que desfruta
fruto do odor
fundo todo
do corpo já fechado.

Modo de amar – XIV

São grinaldas de rosas
à roda
dos joelhos
O ambar dos teus dentes
nos sentidos
O templo da boca
no côncavo do espelho
onde o meu corpo espia
os teus gemidos
É o gomo depois …
e em seguida a polpa …
o penetrar do dedo …
punho do punhal
que na carne enterras
docemente
como quem adormenta
o que é fatal
É a urze debaixo
e o lodo que acalenta
o peixe
que desliza no umbigo
piscina funda
na boca mais sedenta
bordada a cuspo
na pele do umbigo
E se desdigo a febre
dos teus olhos
logo me entrego à febre
do teu ventre
que vai vencendo
as rosas — os escolhos
à roda dos joelhos,
docemente.

Modo de amar XV

Entreabre-se a boca
na saliva da rosa
no raso da fenda
na finura das pernas
Entreabre-se a rosa
na boca que descerra
no topo do corpo
a rosa entreaberta
E prolonga-se a haste
a língua na fissura
na boca da rosa
na caverna das pernas
que aí se entre-curva
se afunda
se perde
se entreabre a rosa
entre a boca
das pétalas

Maria Teresa Horta

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«respostas a perguntas inexistentes (341)» - bagaço amarelo

Já agora

Num Amor há sempre dois. Aquele que um sente pelo outro e o que o outro sente pelo um. Quando se está apaixonado, pode ter-se a sensação de que o Amor entre duas pessoas está algures no meio delas, como uma força invisível que influencia ambas. Não está. Duas pessoas podem Amar-se muito sem se encontrarem sequer no caminho que as leva ao outro. E ao um, já agora.
A grande causa disto é o nosso próprio umbigo. A maior necessidade que temos é de nos sentirmos especiais e Amados e é por isso que nos damos ao trabalho de considerar outra pessoa especial e Amá-la. Por isso e pelo sexo, já agora.
É claro que todos temos mais ou menos esta percepção mas, por uma questão de conveniência, estamos sempre a esquecer-nos dela. É daí que surgem os primeiros problemas no Amor. Quando um homem diz à sua Amada que precisa de mais tempo com ela, está na verdade a dizer que precisa que ela o Ame mais. E que o assuma, já agora.
Não é grave. No egoísmo e na arte de nos considerarmos dignos da atenção do outro somos todos iguais. É que, ainda assim, o Amor mantém-se como uma escolha única e um milagre cósmico quando acontece. Se é verdade que não optamos apenas por quem queremos Amar, é mais verdade ainda que somos muito exigentes a escolher por quem queremos ser Amados. É a isso que chamamos Amor, já agora.
Eu, já agora, costumo dizer que me custa muito apaixonar-me, mas o que me custa mesmo muito é querer ser Amado por uma qualquer. Neste meu egoísmo enorme, já agora, sou tão igual a vocês que sei que me compreendem.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI da Bola


Maitena - Condição feminina 31





11 junho 2016

Postalinho de cabo... no pacote

"Que móvel é que a Cabovisão quer que se junte ao pacote?!"
Nelson



Filosofodia



De todas as perversões sexuais, a castidade é a mais perigosa.

Patife
@FF_Patife no Twitter

«Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade» - Carla Rossetti

A ilustradora brasileira Carol Rossetti dá-nos a honra e o prazer de nos autorizar a publicar aqui os seus trabalhos. Com um traço característico e frases inspiradoras, quebrou tabus e espalhou uma mensagem que ecoou em mulheres de todo o mundo: somos fortes, merecedoras de respeito e especiais tal como somos, independentemente de opiniões e julgamentos alheios. Os temas centrais abordados nas suas ilustrações são: corpo, estilo, identidade, relacionamentos e superação.O trabalho da autora mineira questiona preconceitos e provoca reflexões profundas.
Força, Carol! E obrigada pela defesa desta causa!

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está à venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.
Um desses exemplares já mora na minha colecção.

Tudo se encaixa


T.Wei

Via mon ami Bernard Perroud

10 junho 2016

Alice Caetano - «Diálogos de Maria e Miguel - 1»





Maria – Tocas-me no peito com as tuas mãos cheias de estames ?
Miguel – Enebria-te esta profusão de aromas?
Maria – Enebrias-me.
Miguel – Entonteces-me.
Maria – Inspiras-me pensamentos adormecidos, deveria escrevê-los.
Miguel – Escreve-os em mim.
Maria - Eu nem sabia que havia ribeiros de inspiração.
Miguel – Faz de mim a tua folha mais branca.
Maria – Vou usar um lápis de armentilho, ou de feno.

Alice Caetano
in «Maçã de Zinco» - Editora Esfera do Caos