Escultura da Bienal de Berlim de 2016, descoberta por Rui Martins.
05 setembro 2016
04 setembro 2016
Luís Gaspar lê «Coração já repousavas» de Jorge Aguiar
Coração já repousavas,
Já não tinhas sujeição,
Já vivias, já folgavas;
Pois porque te subjugavas
Outra vez, meu coração?
Sofre, pois te não sofreste
Na vida que já vivias;
Sofre, pois te tu perdeste,
Sofre, pois não conheceste
Como outra vez te perdias;
Sofre, pois já livre estavas
E quiseste sujeição;
Sofre, pois te não lembravas
Das dores de que escapavas:
Sofre, sofre, coração!
Português antigo
Coraçam já repousavas,
Já não tinhas sujeiçam,
Já vivias, já folgavas;
Pois porque te sojigavas
Outra vez, meu coraçam?
Sofre, pois te não sofreste
Na vida que já vivias;
Sofre, pois te tu perdeste,
Sofre, pois não conheceste
Como te outra vez perdias;
Sofre, pois já livre estavas
E quiseste sujeiçam;
Sofre, pois te não lembravas
Das dores de que escapavas:
Sofre, sofre, coraçam!
Jorge Aguiar
Este poema faz parte do iBook “Coletânea da Poesia Portuguesa – I Vol. Poesia Medieval”
disponível no iTunes.
Transcrição do Português antigo para o moderno de Deana Barroqueiro.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
«pensamentos catatónicos (337)» - bagaço amarelo

Não sei até que ponto isto é verdade, nem sequer me interessa saber. Às vezes a verdade nem sequer existe porque cada um de nós tem a sua. A minha verdade é esta. Disse isto a uma pessoa que eu não Amo, embora talvez pudesse Amar, e ela respondeu-me que me podia acontecer exactamente o contrário. Amar uma mulher apenas por causa de outra.
Do mesmo cruzamento podemos seguir direcções opostas. É por isso que aquela que seguimos tem sempre imenso valor.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
03 setembro 2016
Eva portuguesa - «Saudades»
Tenho saudades...
Sinto aquela mistura de sentimentos aparentemente contraditórios que é a saudade...
Saudades do teu cheiro,do teu sabor, do teu toque, da tua respiração no meu pescoço, da tua boca no meu sexo, dos nossos corpos sem princípio nem fim, fundidos um no outro.
Saudades do teu gemido suave e silencioso ,de me perder em ti olhando nos teus olhos.
Saudades da tua voz a dizer que me quer, a agradecer o que deste e recebeste, a pedir mais...
Saudades tuas.
Saudades nossas...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Sinto aquela mistura de sentimentos aparentemente contraditórios que é a saudade...
Saudades do teu cheiro,do teu sabor, do teu toque, da tua respiração no meu pescoço, da tua boca no meu sexo, dos nossos corpos sem princípio nem fim, fundidos um no outro.
Saudades do teu gemido suave e silencioso ,de me perder em ti olhando nos teus olhos.
Saudades da tua voz a dizer que me quer, a agradecer o que deste e recebeste, a pedir mais...
Saudades tuas.
Saudades nossas...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Noite de verão... no pólo Norte?

Bem, vou deitar-me. Sei que parece impossível mas esta noite foi mais longa que o meu bacamarte.
Patife
@FF_Patife no Twitter
«Fazer amor com controle» - por Rui Felício
Vai para dez anos fui parar ao Hospital de Santa Maria com uma tensão arterial altíssima. Estive umas horas no Banco de Urgências a fazer sucessivas medições da pressão arterial, ao mesmo tempo que os médicos de serviço me iam fazendo engolir comprimidos nem sei bem para quê. Lembro-me apenas de, a certa altura, também me terem dado uma injecção (tenho um pavor terrível de levar injecções...) com a finalidade de me obrigar a urinar.
Explicaram-me que a expelição da urina pode facilitar a descida da pressão arterial. Não me doía nada, sentia-me relativamente bem, mas os valores das medições continuavam altos. A médica de serviço disse-me:
- Não posso deixá-lo sair daqui com a tensão arterial tão elevada. Corre o risco de lhe dar alguma coisa já à saída do Hospital e voltar aqui com algum problema grave. Vai ter que ficar aqui em observação, esta noite.
- Ok. Respondi eu. A Doutora é que manda (era gira, ainda por cima...)
Permaneci até às quatro da manhã no SO e depois mandaram-me para uma enfermaria com a tensão arterial já estabilizada.Foi uma noite interessante enquanto estive no SO, ligado por uma data de tubos a uma máquina cheia de gráficos, para mim completamente ininteligíveis. De vez em quando era visitado por um grupo de estagiárias novinhas, bem parecidas e simpáticas que me faziam perguntas e se divertiam com as respostas que eu às vezes lhes dava.Bom, no dia seguinte depois de almoço uma médica veio ter comigo à enfermaria, conversámos e ela disse-me que me ia dar alta acompanhado com uma receita de uma série de comprimidos para ir tomando.
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Daí a 15 dias voltei ao Hospital para uma consulta que tinha ficado marcada pela médica. Auscultou-me (até gosto de ser auscultado, o que detesto é levar injecções...). Disse-me que estava tudo normal e que me ia mandar fazer uns exames (detesto fazer exames sem me darem tempo para eu estudar, mas enfim...).Perguntei-lhe quais seriam as precauções que devia ter no que respeita à alimentação.Mandou-me reduzir ou mesmo eliminar o sal, as carnes com demasiadas gorduras, enfim essas coisas que todos já ouvimos falar... E, claro, que deixasse de fumar (coisa que ainda ando a ganhar a coragem necessária para o fazer...).
Não me falou numa coisa que me preocupava e que para mim não é menos importante que a alimentação e o tabaco.
Perguntei-lhe:
- Doutora, e sexo?
E ela, franzindo o sobrolho:
- Diga?!
Retorqui-lhe, explicando:
- Sexo, Doutora! Fazer amor! Na minha ignorância de medicina, parece-me que a tensão arterial pode descontrolar-se quando se faz amor. E queria que me dissesse que precauções devo tomar.
Ela esclareceu e recomendou:
- Bom, são coisas naturais a que o organismo se adapta, não havendo razão para medidas especiais, mas reconheço que nada custa prevenir os riscos. Recomendo-lhe que, nesses momentos, mantenha algum controle da tensão, evitando excessos e exageros.
Como sou obediente, desde então, tento fazer amor (quando calha...) com o medidor de tensão apertado no meu braço e o tubo ligado a um monitor que comprei e mandei pendurar na parede do quarto, para onde olho de vez em quando, fazendo o que a médica mandou:
Controlando a tensão arterial que o monitor vai indicando...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Explicaram-me que a expelição da urina pode facilitar a descida da pressão arterial. Não me doía nada, sentia-me relativamente bem, mas os valores das medições continuavam altos. A médica de serviço disse-me:
- Não posso deixá-lo sair daqui com a tensão arterial tão elevada. Corre o risco de lhe dar alguma coisa já à saída do Hospital e voltar aqui com algum problema grave. Vai ter que ficar aqui em observação, esta noite.
- Ok. Respondi eu. A Doutora é que manda (era gira, ainda por cima...)
Permaneci até às quatro da manhã no SO e depois mandaram-me para uma enfermaria com a tensão arterial já estabilizada.Foi uma noite interessante enquanto estive no SO, ligado por uma data de tubos a uma máquina cheia de gráficos, para mim completamente ininteligíveis. De vez em quando era visitado por um grupo de estagiárias novinhas, bem parecidas e simpáticas que me faziam perguntas e se divertiam com as respostas que eu às vezes lhes dava.Bom, no dia seguinte depois de almoço uma médica veio ter comigo à enfermaria, conversámos e ela disse-me que me ia dar alta acompanhado com uma receita de uma série de comprimidos para ir tomando.
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| Homem tatuado tendo em relevo, no seu peito e barriga, um casal a fazer amor Estatueta em madeira Nepal? Colecção de arte erótica «a funda São» |
Não me falou numa coisa que me preocupava e que para mim não é menos importante que a alimentação e o tabaco.
Perguntei-lhe:
- Doutora, e sexo?
E ela, franzindo o sobrolho:
- Diga?!
Retorqui-lhe, explicando:
- Sexo, Doutora! Fazer amor! Na minha ignorância de medicina, parece-me que a tensão arterial pode descontrolar-se quando se faz amor. E queria que me dissesse que precauções devo tomar.
Ela esclareceu e recomendou:
- Bom, são coisas naturais a que o organismo se adapta, não havendo razão para medidas especiais, mas reconheço que nada custa prevenir os riscos. Recomendo-lhe que, nesses momentos, mantenha algum controle da tensão, evitando excessos e exageros.
Como sou obediente, desde então, tento fazer amor (quando calha...) com o medidor de tensão apertado no meu braço e o tubo ligado a um monitor que comprei e mandei pendurar na parede do quarto, para onde olho de vez em quando, fazendo o que a médica mandou:
Controlando a tensão arterial que o monitor vai indicando...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
02 setembro 2016
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