12 dezembro 2016
11 dezembro 2016
«conversa 2174» - bagaço amarelo
(ao telefone)
Ela - Abraça-me, por favor.
Eu - Como?!
Ela - Com palavras.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
10 dezembro 2016
Luís Gaspar lê «Cavalo de vento» de Fernando Reis Luís
É o instante latente do corpo
No espaço dos túneis do barro moldável
Cavalos de ventos difusos
Criando os silvos da distância
Levada no sopro do pó transparente
Em flor pendular do tempo incerto
Primaveras dormentes em canções
Renovando o sangue e a linfa
Para fazer as correntes dos rios Abrindo abrigos nas
margens Em gestos de gente em abordagem.
(Poema do livro “Ipsis Verbis”. Ed. “arandis”. Ilustrações de José Maria Oliveira)
Fernando Reis Luís
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
«Surrealismo» - por Rui Felício
«Passion #1, #2 and #3» Acrílico e carvão sobre tela 45x60, 40x50 e 40x50 Charles Guyer, EUA, 2002 Colecção de arte erótica «a funda São» |
Olhos semicerrados, cambaleou até à casa de banho...
Exausta mas satisfeita.
Mirou-se ao espelho, abriu e fechou os profundos olhos pretos amendoados.
Arrancou das entranhas um suspiro cavo e iniciou lentamente as suas abluções.
Agora já bem acordada, parecia não se reconhecer na imagem que o espelho reflectia.
Porém, era ela, sim, mas estilizada, convertida em traços rígidos, cubistas, de cores garridas e chocantes, os olhos sobrepostos, as linhas suaves transformadas em formas angulosas, firmes.
Só ele, esse espelho companheiro de todos os dias, possuía a qualidade de a desnudar, de reconverter as suas formas clássicas nas imagens que ela própria , afinal, tinha idealizado minutos antes, deitada na sua cama.
Ainda com os cabelos num sensual desalinho, voltou para o quarto. Atirou-se para cima da cama, instintivamente arregaçou a roupa acetinada, e deixou as mãos vaguearem pelo seu corpo em brasa.
Fixou ansiosa os olhos no tecto, onde só ela via, estampada no estuque, em mágicas pinceladas, o rosto sorridente e meigo do seu companheiro de tantas alvoradas.
Esperando um gesto, um som, uma voz que viesse completar o quadro ainda inacabado...
Imperceptível, saia dos seus lábios entreabertos, o sussurro quase rouco de uma prece, de uma ânsia, de um chamamento.
Ela queria mais uma vez o toque inolvidável daquele que lhe moldara a imagem. Daquele que a tomara e que a recriara...
A mesma imagem que o espelho, seu recatado confidente, lhe devolvera ainda há pouco...
Alguns minutos passados e o seu coração disparou. O telefone tocou. E ela pressurosa atendeu...
Era Picasso!
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
09 dezembro 2016
Eva portuguesa - «Caloteiro»
"Coimbra tem mais encanto na hora da despedida". Assim reza a música. Bom, não sei se será bem assim, mas posso-vos contar o que me aconteceu (ou ia acontecendo).
Depois de eu tanto ter gostado de visitar esta linda cidade e conhecer alguns dos seus habitantes, eis que aparece a "ovelha ranhosa" para estragar tudo!
1.30h da manhã. Um miúdo de vinte e poucos anos. Bonito. Boa pinta. Já estava eu para me deitar quando ele quis aparecer. Despiu -se totalmente, vai à casa de banho e chega ao quarto já prontinho para a acção. Eu continuo vestida. Peço -lhe a minha "prendinha".
Procura nos bolsos das calças, no casaco e grande fita que perdeu o dinheiro.
Pois, com certeza! E eu sou o pai natal! E diz: "Não dá para ficar na mesma e pago-te para a próxima?"
Ahahahahah! Foder fiado?! Ahahahahah!
Perante a minha categórica negativa e o meu ar de "tristeza! Nem intrujão sabe ser!", ainda tem a lata de dizer: "Por favor! Eu queria tanto!"
Oh, pá! A sério?! Vai foder a tua mãe! Sorte teve de eu ainda lhe dar tempo para se vestir! Otário!
Meninas, confiar nunca!... A aparência ilude. Não tivesse pedido o dinheiro de início e bem me tinha lixado... e logo aqui, que não conheço ninguém que pudesse "resolver" a questão...
Cuidado com os otários que nos tentam fazer a nós de otárias! A mim aconteceu-me uma vez e com um idiota que já era meu cliente. Foi o suficiente. Nunca mais vacilei. E hoje tive mais uma vez a prova que mais vale prevenir que remediar!
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Depois de eu tanto ter gostado de visitar esta linda cidade e conhecer alguns dos seus habitantes, eis que aparece a "ovelha ranhosa" para estragar tudo!
1.30h da manhã. Um miúdo de vinte e poucos anos. Bonito. Boa pinta. Já estava eu para me deitar quando ele quis aparecer. Despiu -se totalmente, vai à casa de banho e chega ao quarto já prontinho para a acção. Eu continuo vestida. Peço -lhe a minha "prendinha".
Procura nos bolsos das calças, no casaco e grande fita que perdeu o dinheiro.
Pois, com certeza! E eu sou o pai natal! E diz: "Não dá para ficar na mesma e pago-te para a próxima?"
Ahahahahah! Foder fiado?! Ahahahahah!
Perante a minha categórica negativa e o meu ar de "tristeza! Nem intrujão sabe ser!", ainda tem a lata de dizer: "Por favor! Eu queria tanto!"
Oh, pá! A sério?! Vai foder a tua mãe! Sorte teve de eu ainda lhe dar tempo para se vestir! Otário!
Meninas, confiar nunca!... A aparência ilude. Não tivesse pedido o dinheiro de início e bem me tinha lixado... e logo aqui, que não conheço ninguém que pudesse "resolver" a questão...
Cuidado com os otários que nos tentam fazer a nós de otárias! A mim aconteceu-me uma vez e com um idiota que já era meu cliente. Foi o suficiente. Nunca mais vacilei. E hoje tive mais uma vez a prova que mais vale prevenir que remediar!
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
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