17 dezembro 2016

Luís Gaspar lê «Quero-te» de Ricardo Vercesi

Quero-te.
A cada dia,
A cada segundo.
Só para mim.
Quero ouvir
Cada palavra tua,
Cada sussuro.
E por fim,
Quero cada gesto,
Cada sorriso,
Cada lamento,
Cada “amo-te”,
Cada lágrima.
Quero-te a cada momento.
Cada gemido.
Quero o teu peito,
Batendo forte
No meu.
Em síncope,
E eu,
Depois de tanto te querer,
Nada mais serei que não teu.

Ricardo Vercesi
Com um percurso ligado às artes, vias tortuosas levaram-no às tecnologias de informação. Escrevendo por teimosia, Ricardo Vercesi Picoto considera-se um amador, desde que amador seja "aquele que ama", diz. Deixa a qualificação dos seus textos para quem os lê. Talvez, um dia, surja o livro onde reuna aquilo a que chama de verborreia aparentemente poética.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«O Conde de Aguilar» - por Rui Felício

Era certo e sabido. Cada vez que vínhamos a Lisboa à boleia para no dia seguinte à tarde assistirmos a um encontro de futebol entre um dos grandes e a Académica, percorríamos a via sacra que nos habituáramos a conceber, na nossa não assumida ignorância e provincianismo, perdidos na grande e feérica cidade capital.
As capas esvoaçando, calcorreávamos a Avenida da Liberdade, o Rossio, a Praça da Figueira, a Rua Augusta e o Terreiro do Paço. Bebíamos uma "imperial" no Café Martinho. Criticávamos a falta de qualidade da cerveja comparando-a com a Topázio de Coimbra, que era de longe a melhor de todas...
Petiscávamos no Comibebe, sorvíamos um "eduardinho" na Rua do Coliseu, uma "ginjinha com elas" no Largo de S. Domingos e um "pirata" nos Restauradores. A explosiva mistura não tardava a produzir os seus efeitos.
A grande apoteose estava porém reservada para o Ritz Club, perto do elevador da Glória. Ali encontraríamos as mais belas mulheres, algumas de cerrado sotaque espanholado, que nos davam a sensação de com elas dançarmos lascivamente na cosmopolita Madrid.
«Coelho punk e sapo aflito»
Estatueta em resina que esteve
exposta no primeiro Salão
Erótico de Lisboa, em 2005
Colecção de arte erótica
«a funda São»
Naquele antro de perdição, por mais do que uma vez vi actuar altas horas da madrugada, o ilusionista Conde de Aguilar.
Estava já na sua curva artística descendente, depois de anos e anos em que chegou a atingir o apogeu com espectáculos em Paris, Madrid, Coliseu de Lisboa...
Vestia-se com capa de cetim negro, chapéu alto, papillon, a indispensável varinha mágica e um lenço branco desdobrado, na mão que a segurava. Fazia os truques mais comuns, com cartas, flores, lenços, bolas, pombos....
Todos culminavam com a frase que era a sua preferida:
- Isto é extraóooordinário -  martelando as sílabas e acentuando prolongadamente o “óooo”... - Isto não é magia, meus Senhores, isto é ilusionismo. Em tudo há um truque, uma ilusão...
Deixava para o fim aquele que ele considerava o mais espectacular: fazer sair um coelho da sua cartola que previamente mostrava completamente vazia, elucidando: - Esta cartola é como um ventre materno. Das suas entranhas vai sair a vida que a varinha vai gerar!
Mas uma noite houve em que o Conde de Aguilar não conseguia fazer o coelho aparecer. Ele bem enfiava a varinha na cartola, tentando reproduzir o mistério da criação, mas nada!...
Alguém da assistência coimbrã, vendo a dificuldade do Conde de Aguilar, “ajudou-o”:
- Oh Conde, você já meteu a sua vara na cartola várias vezes... Agora tem de esperar uns nove meses, não sabia disso?

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Brisa (ou qualquer outro concessionário de autoestradas)


Bem, acho que vou sair à rua e apanhar uma lufoda de ar fresco.

Patife
@FF_Patife no Twitter

16 dezembro 2016

Actrizes porno explicam como começaram

Coisas da Vida...

Olás...

Ultimamente, têm acontecido casos engraçados comigo. Seriam tristes, considerando as circunstâncias. Mas se dermos intensidade àquilo que nos perturba, certamente iremos criar monstros e fantasmas... e problemas bem maiores.

Em mais uma dessas andanças em médicos - coisa que eu detesto e só faço por obrigação - submeti-me à ultrassonografia pélvica transvaginal, utilizada para serem observados órgãos no interior da pélvis (útero, ovários e trompas, além das artérias da região). É um procedimento constrangedor, como também o Exame Colpocitológico (Preventivo ou Papanicolau). Naquele, o paciente - no caso, eu! - deita-se em uma maca especial e dobra os joelhos para o médico introduzir o transdutor na sua (a minha!) vagina.

Pois bem. Ao chegar à recepção da Clínica, já estava concluindo a ficha quando perguntei à atendente: 

- Moça, o exame será feito por uma médica?
- Não!
- Mas, moça, eu queria com uma médica... hoje faltei ao trabalho para isso...mas eu poderia ter perguntado os dias que médicas realizam esse exame.
- Espere.Parece que tem a Dra. Ângela atendendo hoje...
- Por favor, então verifique...
Passados alguns segundos, ela retorna.
- Sim, Dra. Ângela realizará o exame.
- Graças a Deus! Já é tão constrangedor com mulher, imagine ser feito por um médico. Obrigada.

Naquele mesmo dia e na mesma clínica, também faria outro exame, Ultrassonografia da tireoide. Para ambos os exames, as fichas foram providenciadas na sequência. Para a ultrassonografia da tireoide,  não importava se realizado por médico ou médica. Afinal, era na região do pescoço! 

Pouco tempo depois, fui chamada para o que eu entendia ser o exame da tireoide,  pois, tão logo entrei, percebi que estavam na sala - não muito espaçosa e  com iluminação reduzida para esse tipo de exame - um médico e uma assistente. Ela me entregou um pacote com uma bata dentro, dizendo-me: 

- Entre naquele banheiro, tire sua calcinha e vista esta bata.
- Mas, moça, pra fazer exame da tireoide... preciso tirar a calcinha?
Estava constrangida, porque, pelo espaço minúsculo da sala, o médico a tudo via e ouvia. Ali, sem querer ofender o médico,  falei baixinho ao ouvido dela:

- Eu pedi para ser feito por uma médica, a ultrassonografia vaginal.
E ela:
- Então...nem tire a roupa. Deite-se e vamos  fazer o da tireoide.
E me desculpei em voz alta:
- Doutor, me desculpe. Nada pessoal. É que o exame é tão constrangedor...
- Não se preocupe. Eu entendo.
E vi logo que ele era de poucas palavras.

Realizado o exame, saí para aguardar ser chamada  para o outro (ultrassonografia pélvica, com a médica, Dra. Ângela).

Em outra sala, minúscula, com mesmo tipo de iluminação, estavam a médica e uma assistente, que me deu a mesma recomendação,  agora  acertada:

- Entre naquele banheiro, tire sua calcinha e vista esta bata. 

Mas, antes, contei,  rindo, o episódio anterior. E ambas também riram.

Deitei em uma maca apropriada para o exame. Pernas abertas, em uma posição como se fosse ter um bebê em parto normal.

A assistente saiu da  sala, provavelmente para fazer alguma coisa, e a médica deu início ao exame.
Introduziu na minha vagina uma espécie de "arame". Até aí, tudo  bem ("tudo bem"  uma ova! Vaginas não foram feitas para isso!).

Só não esperava que um exame, comumente realizado em, no máximo, 5 minutos, demorasse intermináveis 20 minutos. 

Eu não contava com a médica ser uma dessas falantes, ao contrário do médico anterior.

Com uma das mãos segurando o transdutor (já dentro da vagina), e a outra gesticulando adoidadamente a cada palavra, ela passou a relatar os casos engraçados de pacientes que tinham vergonha de fazer esse tipo de exame.

Em dados momentos, eu estava rindo sem parar, com "aquilo" dentro de mim, mas a médica pensava, possivelmente, que eu estava achando engraçado os casos que ela contava.

Não! Eu não estava achando nada engraçado.

A cada cena  que ela relatava, ela gesticulava, com ambas as mãos (só que uma estava segurando um treco enfiado em mim!).

Eu ria da ironia do destino!

Não quis realizar o exame com um médico, que por sinal me pareceu centrado, conversando somente o necessário enquanto realizava o exame, e estava ali, com aquela tagarela, a contar casos e casos, esquecendo que a cada "curva" que ela fazia  com a mão errada, eu segurava calada o desconforto que aquele transdutor causava na minha vagina.

Mas tudo tem limite!

- Doutora, está dooooooeeeennnndooooo!
- Já acabamos. Pronto, tudo está bem. A demora é porque precisamos investigar bem essa região.
-Ok.Ok.Ok - disse eu, aliviada.

Para nunca mais  fazer esse exame com uma médica! Se homens gostam de olhar, mulheres gostam de tagarelar. 



 Chama Mamãe
 

#parecembandeirasredondas #elcortinadoingles - Ruim








É com cada vestido mais pindérico que as vejo de manhã que não sei se aquilo é de propósito ou tropeçaram a sair da cama, enrolaram-se no cortinado, caíram pela janela e disseram "se calhar hoje vou assim".

Ruim
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Felicidade em "montar" a árvore de Natal...


15 dezembro 2016

Globalização


«Ah, que bom seria um mundo com pessoas leves e psiquicamente seguras!» - Cláudia de Marchi

Ah, como seria bom um mundo com pessoas com mais dúvidas do que certezas! Com mais liberdade de pensamento do que preconceitos e suas tradicionais e medíocres amarras! Como seria bom um mundo com pessoas de fé e de consciência que fossem humildes e soubessem que aquilo em que acreditam e como pensam é algo demasiado grande, porém unicamente para elas! Como seria bom um mundo cheio de pessoas de coração e almas grandiosas que não se prendessem a religiões, mas ao amor e respeito ao próximo! Como seria bom um mundo em que imperasse a empatia, a cordialidade e o "viver e deixar viver", o saber gozar, se divertir, gargalhar e viver sem pudores, sem medos e sem conceitos hipócritas e tolos! Arre, como eu gosto de pessoas leves, independentes de religião, filosofias, doutrinas ou estigmas! Ah, como eu amo quem sabe ser sério quando deve, e solto quando pode! Ah, como este mundo, cheio de pessoas "de fé", "de convicções", "de personalidade forte" e "de princípios" fosse, apenas, cheio de pessoas felizes, bem resolvidas consigo mesmas, livres, alegres e em paz! Ah, que bom seria! Que bom seria!

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

Venus, outra das mulheres de Milo Manara

Estatueta com personagem de Milo Manara, dentro do seu blister original.
Junta-se a dezenas de outros livros e objectos deste grande Mestre, na minha colecção.












A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

Madonna fez um discurso que todos/as deveriam escutar com muita atenção

Madonna fez um discurso de aceitação do prémio «Mulher do ano 2016» da revista «Billboard», em que aborda de forma frontal e comovente o sexismo, a misoginia e o feminismo na indústria da música... e na sociedade.
Como refere a Madalena Palma, "lamentavelmente a mensagem não chega a todo/as. Brilhante como sempre".



Se preferires legendas (em «Brasilês»), tens aqui.

«Caderno de esboços» - Adão Iturrusgarai