03 março 2017

#bluemonday - Ruim

Todas as segundas-feiras quando acordo, é como se desse de caras com uma ex-namorada num corredor estreito. E daquelas boazudas que ficaram melhor com o passar dos anos, não daquelas que deixaste e parece que levaram uma passa de um Fiat Multipla e ficaram parecidas com o carro. E nesse corredor estreito está ela, na companhia do seu namorado que parece o filho do Lourenço Ortigão com ele mesmo, a sorrirem de braço dado a virem na tua direção e tu rosnas por dentro porque sabes que não podes escapar àquela situação de merda e, ao passares, acenas com a cabeça de sorriso avinagrado nos lábios e a franzir ligeiramente os olhos como se tivesses a morder uma metade de limão azeda. Até que ela pára e ouves "deixa-me apresentar-te o meu ex" e tu reviras os olhos por dentro enquanto apertas a mão ao tipo, lançando um olhar de "desapareçamrápidoporfavor" aos dois quando estupidamente cometes o erro de mostrar cortesia e dizer-lhe "estás com bom aspecto" ao que ela responde "tu... estás."
Segunda-feira é isto, mas durante 24 horas sem parar. Em loop.

Ruim
no facebook

02 março 2017

Hora da sesta


Foto de Artem Nadyozhin

O primeiro beijo



HenriCartoon

Costa do Sol

Romance de Alberto Freitas da Câmara, da colecção «Estudos Literário-Sexuais», 5ª edição, publicado em 1930 pela Livraria Minerva.
Oferta de Lourenço M. para a colecção.
Capa e lombada em muito mau estado; corpo do livro em estado razoável. Como preâmbulo, tem um texto do autor, intitulado "parada e riposta", criticando os comentários que alguns críticos fizeram a este livro quando saiu a primeira edição, classificando-o de "livro de escândalo, obra imoral e outras imbecilidades similares", "excessivamente atrevido". Segundo o autor, esta obra é "muito simplesmente, um estudo de índole sexual que foca um grupo de raparigas modernas (...)". E conclui, citando Saint Clément: "Je ne rougirais pas de vous parler des organes sexuels puisque Dieu, lui-même, n'a pas rougi de les créer" (não corarei por vos falar dos órgãos sexuais, pois Deus também não corou quando os criou).














A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

«Chibata» - Adão Iturrusgarai


01 março 2017

Lápis azul

A pobreza é sexista

Tudo eu

É engraçado como achamos piada aos nossso sentimentos.
Que sejamos agradecidos por os termos.
Por vezes os sentimentos esgotam, queremos mais, ir sempre mais além... Será por isso que as pessoas se drogam? Bebem?
O que sei, está patente, ninguém se sente satisfeito e aprendem em situações, muitas vezes situações limite. E é mesmo, o ser humano aprende nos seus limites. No limite da nossa força, percebemos que, por amor, ou amor à vida, somos mais, somos melhores, somos invencíveis. Somos carne moída para canhão que ainda se ergue perante um Sol generoso e um sentimento que surge do nada, do tudo e de todas as frentes.
O ser humano, consegue mais, busca mais do que isso...
Eu busco.
Eu quero.
Eu aguento as consequências
Eu amo.
Eu fodo.
Eu faço amor.
Eu já tive one night stands.
Eu odeio.
Sou generosa tanto como sou generosa.

De mim

Quer's'ma mala?...



28 fevereiro 2017

Depois admiram-se que haja acidentes...





Sharkinho
@sharkinho no Twitter


«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 79

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.







Página pessoal
no Facebook
no Tumblr

"Caixão" militar para o enterro do Pai Cem

Caixa em madeira pintada, para recolha de contributos para a festa de fim de serviço militar em França, com os nomes dos militares da incorporação 61/2A (ano de 1961). Só lhe falta a tampa amovível, no fundo.
A cultura popular é uma coisa muito linda... na minha colecção.

















O funeral do "Pai Cento" (Père Cent, Père 100, Percent ou Persan) era uma tradição em França, que comemorava quando faltavam 100 dias para o fim do serviço militar. Muitas vezes, além do "caixão" em que recolhiam verbas, a paródia envolvia também um folheto ou carta para enviarem às suas famílias, comunicando-lhes o "funeral". Esta comemoração também era conhecida por "La Quille" (a quilha).




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

27 fevereiro 2017

Luís Gaspar lê «Dá surpresa de ser» de Fernando Pessoa

Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem
(Se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?

Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português. É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa