É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem
(Se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?
Fernando Pessoa
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Ora quem diria! O Fernandinho dos "jinhos na Ophélia"... Como dizia a minha vizinha Rosairinha da Conceição: "os passarinhos de gaiola são os mais soltos de língua!"
ResponderEliminarOs que parecem que não partem um prato, partem o serviço todo.
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