Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
01 maio 2017
«Recadinho» - Cláudia de Marchi
Pessoal entra aqui, faz comentário esdrúxulo, cheio de raiva, de fel, de ódio e sentimentos miseráveis e ainda reclama que a moderação não lhes disponibiliza: qual o problema de vocês? Queridinho, senta aqui, vamos conversar: ESTÁ É UMA PÁGINA QUE DEVE SER LIDA por quem gosta de sexo, por quem simpatiza com a dona, por quem não vem com papinho mimimi broxante criticando um mísero erro de português ou coisas imbecis afins. Gente, eu passo os olhos e deleto, nem termino de ler comentário azedo, não! Quer que eu publique, responda e entabule uma discussão com um "não sei quem e nem me interessa" que se esconde no anonimato para destilar ódio e recalque? Me poupe né!? Adquira um cérebro, decência e estima por si mesmo que é melhor. Afinal, quem vocês pensam que são na “ordem do dia”? Na ordem da minha boa, bem resolvida e deliciosa vida? Acham que vão me magoar, me ofender, me fazer mudar de ideia e me tornar uma hipócrita infeliz e desocupada como você? Que perde seu tempo lendo o que “despreza” e criticando?! Cara, você não sabe nem o que fazer da vida e é tão antinômico e sem noção do ridículo que entra em página de quem odeia ou sobre o que odeia para criticar. Faz-me rir, e só! Me poupe, se poupe e nos poupe da sua idiotia, vai rezar o terço, se ajoelhar no milho e etc.! Toma vergonha na cara ou vai tocar punheta, será mais útil! Obrigada, povo horrendo!
Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!
Postalinho marítimo 4
"«Morte de Adónis», gesso patinado de Soares dos Reis, 1881, no Museu Erótico... digo, Marítimo de Ílhavo."
Paulo M.
Paulo M.
30 abril 2017
«depósito» - bagaço amarelo

E então decobri o meu banco preferido pouco tempo depois de chegar a este país. Chama-se Elite e fica numa esquina esquecida dum bairro em Mladost. É frequentado maioritariamente por pessoas de idade avançada que nunca souberam parar de beber, basicamente porque também nunca souberam como parar de viver. Esse é um dos problemas da vida, disse-me uma vez um velhote a tentar manter-se em pé com a ajuda do balcão. O que fazer da vida quando a idade no corpo fugiu à juventude da alma? E riu-se. Depois brindou comigo e calou-se, como se o silêncio fosse quem o melhor podia compreender naquele momento. E então pus-lhe a mão no ombro, porque também eu o compreendia.
O primeiro depósito que fiz foi sobre a saudade, essa palavra tão portuguesa e tão minha. A dona abriu conta em meu nome e ouviu-me a falar sobre a minha filha, a minha mãe e alguns amigos. Como é que vai pagar? Perguntou-me ela. Bebendo um uísque, respondi. E pagámos a meias, com um copo de Bushmills cada um.
Talvez seja difícil explicar a fininha lâminha de dor que corta continuamente a alma de quem decidiu emigrar, mas isso não é importante. Também há coisas boas, tão boas que não precisamos de juros pelos depósitos que vamos fazendo aqui e ali. Uma delas chama-se descoberta. Partimos do zero e vamo-nos descobrindo a nós mesmos à medida que fazemos novos amigos. É como se tivéssemos feito um reset à vida e nascido de novo. Podemos caminhar na avenida mais movimentada da cidade sem sermos reconhecidos por ninguém, parar para procurar a Lua entre o topo dos edifícios e inspirar fundo para absorver tudo duma vez. É o tempo à nossa disposição. Totalmente.
E então sentei-me sozinho na esplanada do banco. Do outro lado da rua, alguns homens bêbados urinavam entre os contentores do lixo, observados pelos velhos e grandes edifícios que ameaçavam ruir a qualquer momento. Um homem caiu no meio da rua e corri para o ajudar a levantar-se. Com a ajuda de mais alguns transeuntes, sentei-o numa cadeira. Quando voltei ao meu lugar a S. encostou a cabeça no meu ombro. Perdi o contacto visual com ela, mas sentia os seus cabelos longos a beijar-me o queixo.
Não lhe disse nada. Tal como numa bebedeira, o silêncio era quem melhor me podia compreender. É assim que se vive, depositando os dias num ou noutro copo até alguém encostar a cabeça no nosso ombro. Tão fácil... e eu nunca o tinha percebido.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Vê lá se fazes uma chuva dourada a ti próprio

Ah... Sábado de manhã e já estou levantado! Ai não, é só o meu Pacheco. Lá vou ter eu de mijar a fazer o pino outra vez.
Patife
@FF_Patife no Twitter
29 abril 2017
Postalinho marítimo 3
"«Varina», desenho a lápis sobre papel de João Carlos Celestino Gomes, 1941, no Museu Erótico... digo, Marítimo de Ílhavo."
Paulo M.
Paulo M.
«Infidelidades» - por Rui Felício
| «As guerras do esperma - infidelidade, conflitos sexuais e outras batalhas na cama» Ensaio de Robin Baker, Colecção Outras Obras, Editora Veja, Lisboa, 1ª edição, 1996 Colecção de arte erótica «a funda São» |
Ia ser difícil. Andava há uns dias a ganhar coragem para lhe confessar a traição com a vizinha de cima.
Finalmente decidiu-se. Entrou, cabisbaixo na cozinha onde ela preparava o jantar e disse-lhe:
- Meu amor tenho de te confessar uma coisa. Dormi uma vez com a Isabel, nossa vizinha.
- E eu também ando há tempos para te confessar uma coisa, João! Ao longo da minha vida fui para a cama com 20 homens, contando contigo, disse-lhe a Sandra.
O João atalhou de imediato dizendo-lhe que não queria saber do passado dela. Que lhe importava ter sido o vigésimo homem da sua vida, se ela era o amor da vida dele?
A Sandra, esclareceu-o:
- Não, João! Tu foste o 19º... o vigésimo foi o Filipe, marido da nossa amiga Dulce...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
28 abril 2017
«Autocorrect»
"Autocorreção" mostra uma troca de SMS entre dois rapazes universitários. Usa o recurso de autocorreção em smartphones para destacar a diferença entre o que dizemos e o que queremos dizer quando falamos de estupro.
Luís Gaspar lê «Folhas de Rosa» de Florbela Espanca
Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
E quando a noite espreita o pôr-do-sol.
Eu vou falar com elas em segredo…
E falo-lhes d’amores e de ilusões,
Choro e rio com elas, mansamente…
Pouco a pouco o perfume do outrora
Flutua em volta delas, docemente…
Pelo copinho de cristal e prata
Bebo uma saudade estranha e vaga,
Uma saudade imensa e infinita
Que, triste, me deslumbra e m’embriaga
O espelho de prata cinzelada,
A doce oferta que eu amava tanto,
Que reflectia outrora tantos risos,
E agora reflecte apenas pranto.
Florbela Espanca
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
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