O blog «a funda São» dá-me o privilégio de conhecer malta interessantíssima, em várias áreas de saberes e de sabores.
Um dos muitos amigos [M/F] que conheci no mundo virtual e cuja amizade foi - e mantém-se - muito real, é o Jorge Castro. Comandante do
blog Sete-Mares, o
OrCa foi um dos amores (eróticos) à primeira vista, recíproco, com a malta deste blog, a quem chamamos, há muitos anos, a fundiSão.
Além dos vários Encontra-a-Funda em que o OrCa nos maravilha com as suas odes (tão bem que ele ode), também já participámos em eventos organizados por ele. É o caso do projecto «Noites com poemas», que o Jorge Castro organizou e realizou na Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana.
Uma dessas noites com poemas foi em 20 de Maio de 2011 teve como temas o erotismo, com a Miss Joana Well e a sátira, com o Carlos Pedro (Cápê). Como não posso ouvir falar em erotismo que fico logo toda molhadinha, lá esteve presente nessa noite a malta do blog «a funda São». E isso ficou registado no livro «100 noites com poemas», da Apenas Livros.
É um luxo, ter amigos assim!
E nada como aproveitar qualquer ocasião para... oder.
Chama a Mamãe! -
"Tu mereces todas as vezes que o OrCa te homenageou...
Eu queria uma ode com o OrCa.
Mas o Orca não ode de tão longe.
Ah, se o Orca quisesse... eu também lhe faria um DeclaraSão de Princípio e de IntenSão...
Eu nadaria por sete, dez... mil mares... só para oder com OrCa."
Jorge Castro (OrCa) -
"E cá estou, Chama a Mamãe! e demais povo:
Oder como eu odi (e odo, às vezes) perdidamente
oder este, aquela, a outra, aqui e além
oder até aquém e além do mar ingente
que mais não seja para poder oder à Chama a Mamãe!
pois qu'oder deixa sempre alguém contente
o filho, a filha, o pai e a mãe...
odei, pois, com ardor, ó minha gente,
que oder demais nunca faz mal a ninguém!"
Chama a Mamãe! -
"Oder com OrCa deve ser uma uma delícia.
Deve ser ato com esmero... requintado.
Se tu, OrCa, queres ver o meu oder,
Que nem é tanto como o teu, rebuscado.
Se me deixas ardendo quando podes...
Nem me importa se somente às vezes...
Odes!?
Mas cá te peço, de forma urgente,
Não vás oder aquela, a outra,
Em alguma margem à frente,
Reserve um tanto dessa ode
E deixa a Chama a Mamãe contente."
Jorge Castro (OrCa) -
"Oh, como oder ao longe é tão ingrato
que secura, senhores, e quão perverso
‘inda assim, assim odo, caricato
no belisco incontinente de algum verso
e se a Chama me suscita o quanto chamo
de perverso ou caricato e tão incerto
eu mato e morro e barafusto e reclamo
por não ter o ser que quero aqui mais perto…
oderei, entretanto, de alma aflita
haja então por amor quem mais me ature
e que a ode seja enfim ária infinita
como diz o poeta, enquanto dure…
Deixarei, pois, de mim um pouco de estro
dedicado, ansioso e indigente
alegrando - quem dirá – algum maestro
que da Vida tem concerto bem presente
será ela ou ele ou eles ou tu ou vós
nessa arte que se faz rica em mistério
e se a tantos nos pudermos juntar nós
então sim, há-de ser oder a sério!"
Como diz o povo, "oder e contar, o que custa é começar"!
Chama a Mamãe! -
"Esta Chama, com apetite aguçado,
Quando falas em oder de todo lado,
Imagina nossa pele, nua e crua...
Fetiches que me levam até a Lua,
Odendo contigo...
Ao som de um belo fado.
E, enquanto dura, ode!
Ode tanto que a Chama não apaga.
Mas nisso não se vê nenhum mistério!
Se OrCa oder comigo,
Fincar, em mim, o estro poético,
Sucumbirei aos seus poemas
Num oder extasiante...
E movimentos frenéticos."
Jorge Castro (OrCa) -
"Olha, tocaram-me numa veia romântica:
frenéticos no redemoinho
nalgum trâmite quântico?
enfim, eu cá vou devagarinho
em lance, digamos, tântrico…
estou assim mais com o Sobral
Salvador de jazz ao peito
que a pressa já me faz mal
descuido-me… e dou um jeito…!
amor só apaladado
desfrutando as iguarias
buscando por todo o lado
sabores de mil malvasias
e sempre bem devagar
que a pressa tudo arrefece
como apurar gosto a mar
se o corpo nem estremece?
nu e cru, também lavado
ou temperado a preceito
ah, amar e ser amado
gota a gota, peito a peito…"
Chama a Mamãe! -
"Conduz-me como tu gostas,
E eu te farei explodir.
Não! Não quero nada fugaz,
No tempo certo também quero conduzir.
Cavalgando, devagar,
Que a pressa ao orgasmo confunde,
Agarro-me, desnuda, em teus flancos,
Entre gemidos que tu mesmo me respondes.
Vem, chega-te a mim! Nada a temer.
Esse braseiro que me incendeia é teu prazer.
Toca essa carne, a pulsar e te querendo.
Carne crua, temperada a teu gosto,
Para suprir onde achares mais urgente...
E depois, esgotados...
Se, ainda assim, desfrutares as iguarias,
Responder-te-ei entre beijos,
Quando me perguntares se novamente tudo eu faria."
Jorge Castro (OrCa) -
"Isso sim, voltemos à carne,
que não ao cherne de dúbia e pífia memória...
Voltemos à carne sem Temer
pois oder com temor é fraca história.
E como me chama a Mamãe e eu, sem apelo,
me pelo pelo pêlo apetecido...
seja pêlo ou penugem e só me acaba
essa urgência... se afinal for piaçaba.
Mas não é, não será - assim o creio -
poderás pois contar comigo em tal anseio...
Ah... se não houvesse tanto mar cá pelo meio!
;-)» (nunca mais criam um sorriso com barba!)"
Chama a Mamãe! -
"Então, aceitas oder sem algum receio?
Como fêmea a devorar, quando no cio?
Esse mar é alcova estendida,
Nada obsta às nossas peles aquecidas.
Põe teu corpo, nu,
Sobre o meu, acasalado...
Teus pelos, como os meus,
Arrepiados.
Minhas coxas a te envolverem,
Como um abraço sensual.
Então, entre beijos e murmúrios vem o gozo.
Ainda trêmula, sobre teu peito eu repouso.
Apelas-me para que tudo eu recomece,
Imploras-me por mais carinhos, excitado.
Atendo-te, sem fazer-me de rogada.
Dizendo-me que meu cheiro é teu afrodisíaco!
Quem ode assim...
Nem precisa de Viagra.
Ah! Se cá tu viesses apreciar o que uma índia tem “pelo” meio.
hehehehehe"
Jorge Castro (OrCa) -
"Isto de fabricar odes p(h)ode ser um pouco como as cerejas que, em se puxando por uma, vêm logo mais atrás... E pode entender-se este acto de «vir mais atrás» em toda a sua plenitude literal...
pelo meio
pêlo e meio?
pêlo sim
ou pêlo não
pelo meio da questão
pelo avesso
controverso
novo acesso descoberto
mais acima
mais abaixo
que se estima quanto encaixo
sai de cima
sai de baixo
mas não saias de tão perto
para que acerte o incerto
que o desacerto lá vem
num vaivém
que assim convém
fora e dentro e dentro e fora
noite adentro
até à aurora
do nosso contentamento
ora bem -
estás bem
agora?
ainda bem
porque eu também…
e quando chegam as luzes
senhores
quanta dor nas cruzes
mas que bem se está de amores…"
Chama a Mamãe! -
"Estou bem...
Se dentro é ato que o satisfaz.
E, quando fora, contumaz,
Aguardo nova investida
Tuas mãos a deslizarem
Descomprometidas
Pelo meu corpo
E a carne se contrai.
Alterno, contigo, em cadente harmonia
Quando, no ápice desta incontida agonia,
Vem o desejo de querer-te a todo instante.
Se estás bem ...
Sinal de que fomos muito,
Dia e tarde, noite adentro...
Acordaste em mim, orvalhando,
Na suave manhã
Que por nós se compraz."