21 dezembro 2017

Humidade

Livro de Reinaldo Moraes, a juntar-se a «Pornopopeia» e «O cheirinho do amor - crónicas safadas», do mesmo autor, na minha colecção.


A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

19 dezembro 2017

«vou sentar-me sobre as costas dos teus olhos» - Susana Duarte

vou sentar-me sobre as costas dos teus olhos,
e ver-me através deles, sedentos das névoas
das minhas madrugadas.

vou sentar-me sobre
os teus braços e, através deles,
rever encostas
onde os seios te abraçaram,
e foram eternas
as inermes mãos sobre o dorso.

vou sentar-me
sobre as dobras da tua voz,
onde o silêncio
me chama e a língua me conquista.
sobre ela,
desfazer as névoas que, junto ao rio,
pairaram, no instante do atrevimento.

a língua de fogo
dos teus dedos, sobre a língua de fogo da água
que sobre ti se deita, exclamando
todas as noites
de todas as idades,
desfiguradas pelo silêncio
que, sob a chuva, se abateu, pronto
que estava o sorriso dos lábios,
pronta a boca
para, sobre ti,
pairar e, ali,
depositar o dia.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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«Projeto busca reunir em livro trabalhos artísticos em forma de manifesto contra o moralismo»

Mensagem recebida do Brasil, da Julia A. Braga, sobre um projecto do meu amigo Vinni Corrêa:

"Não ficamos tanto tempo longe da ditadura e já estamos ameaçados por uma nova enxurrada de conservadorismo e censura. Exposições artísticas que traziam abordagens de liberdade de expressão sexual sofreram ataques por movimentos religiosos e parlamentares da moral e bons costumes. Nas redes sociais, xingamentos e ameaças de mortes a artistas que expuseram obras eróticas. No congresso, projetos de leis tentam avançar contra a criatividade artística, o poder de questionamento e o livre acesso ao conhecimento.
É nesse cenário que muitos artistas veem se mobilizando para conter o tsunami conservador que ameaça invadir o território do livre pensamento que é o da arte. Assim o pornopoeta e pesquisador Vinni Corrêa teve a iniciativa de reunir alguns artistas na montagem de uma antologia do obsceno, reunindo em um livro obras consideradas obscenas, vulgares, pornográficas ou que atentam a moral e os bons costumes de nossa sociedade. O trabalho é um manifesto artístico-político contrapondo o movimento reacionário.
Alguns nomes já manifestaram seu apoio e participação como Laerte, Nani, Veronica Stigger, Glauco Mattoso, Avelar Amorim, Tchélo Figueiredo, entre outros.Em entrevista, Vinni fala sobre a importância do projeto para o atual cenário cultural e político do país.

Julia A. Braga – Por que você teve a ideia de criar esse manifesto em um livro?
Vinni Corrêa – Alguns motivos me fizeram crer que um trabalho impresso (mas também virtual) seria uma ótima estratégia. Primeiro porque não são apenas as exposições que estão sofrendo com a censura. Toda e qualquer obra artística erótica e em qualquer meio de comunicação tem recebido algum tipo de ataque. E com o livro, não apenas consigo reunir todas essas expressões ao mesmo tempo (poesia, crônica, cartum, fotografia, artes plásticas etc.) como gera um registro duradouro e de fácil acesso e compartilhamento entre as pessoas.

JAB – E como está sendo a adesão? Muitos artistas estão se unindo nesse movimento?
VC – Por um lado está bem entusiástico. Bastante gente se demonstrando interessada em participar e contribuir. Por outro, há determinados artistas receosos. Por exemplo, algumas artistas mulheres do movimento LGBT ou ainda não responderam ou negaram a participação. O mesmo ocorre com alguns do movimento negro. A maior aceitação até o momento tem sido de homens brancos. Ou seja, ainda há um longo trabalho a ser feito para que o projeto alcance verdadeiramente seu objetivo que é o de ser plural.

JAB – Você acredita que haja algum motivo para essa aceitação majoritária de homens brancos até o momento?
VC – Penso que, assim como nas demais manifestações culturais, no erotismo o homem branco ainda domina o discurso. Muitas mulheres estão aumentando sua participação no debate sobre sexo, sexualidade, gênero e pornografia, mas ainda é pouco e há receio. O mesmo ainda ocorre, creio eu, no movimento LGBT e no movimento negro. Talvez alguns tenham medo de expor sua imagem num tema como esse. Já sofrem preconceito e discriminação diariamente. Expor-se num ato claramente de enfretamento às vezes pode trazer certo receio para alguns. Mas se não for a arte o instrumento maior de combate, qual será? Apesar disso, ainda há artistas que não responderam e espero ter o aceite deles.

JAB – Qual o critério tem usado para selecionar os trabalhos?
VC – Há mais de um critério que venho usando até o momento. Um deles é meramente pessoal. Convidei, inicialmente, artistas que conheço e que gosto do trabalho e que acrescentam para essa causa. Além disso, tanto esses como outros artistas, pela forma, conteúdo e relevância de sua arte para o manifesto. Por fim, posso dizer que há ainda o da pluralidade. Quero catalogar uma diversidade de estilo e voz, uma oportunidade para as mais variadas tendências de se expressarem e o que elas têm a trazer de questionamento para a nossa realidade.

JAB – Após concluir essa fase de reunir os trabalhos, qual o próximo passo?
VC – Aí vem a parte mais difícil. Reunirei os trabalhos em um documento no formato de livro e encaminharei para as editoras, acreditando que alguma terá interesse em contribuir com esse manifesto. Não apenas conseguirá visibilidade como também contribuirá para um ato pela liberdade criativa da arte, algo de que precisamos para melhorar a educação e o pensamento crítico do brasileiro em tempos de grave situação política que estamos a vivenciar.


Vinni Corrêa é pornopoeta e idealizador e organizador da Fresta Literária - sarrau de poesia erótica. Já publicou três livros de poesia (Coma de 4, Literatura de Bordel e Lunch Box) e lançará seu próximo trabalho, intitulado "Sexo a Três", em 2018. Atua como pesquisador não acadêmico do tema erotismo, publicando diversos textos na internet sobre o assunto. É pós-graduando em Psicanálise e Ciências Humanas, pós-graduado em Marketing e graduado em Jornalismo e em Gestão de Eventos. Conheça mais sobre Vinni Corrêa em www.vinnicorrea.com."

Julia A. Braga - assessoria jornalística

E esta foi a minha resposta:

"Olá, Julia e Vinni

Têm toda a minha solidariedade e apoio para esta causa.
Em Portugal não há - pelo menos para já - as ameaças e bloqueios à livre expressão que vos fazem no Brasil... mas nada é certo e garantido. Além disso, a nível internacional, o erotismo é colocado em guetos: a Google não apresenta resultados de pesquisa de blogues de adultos... o Facebook bloqueia contas de quem publica fotos de sexo, de nudez, de mamilos (!), etc.
Para já, vou divulgar este vosso texto manifesto no meu blog - «a funda São», que o Vinni bem conhece.
Tudo o que fizerem por esta causa, agradeço que me mantenham a par, para eu também divulgar e partilhar em Portugal.

A vossa, só vossa, eroticamente vossa"
São Rosas

Nem chega a ser dilema


O corpo tem de ser confrontado com uma questão muito concreta: preferes concentrar-te nas cefaleias ou nos orgasmos? E ele não é parvo.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

Postalinho de resposta do amigo

O meu amigo Leonel Brás enviou-me um esclarecimento, documentado com fotos, sobre este postalinho, que publico ao abrigo do Direito de Resposta e de Rectificação previsto na Lei nº 2/99 de 13 de Janeiro e na Directiva 2/2008 da Entidade Reguladora para a Comunicação Social:

"Irra, que tu és teimosa! E cega!
De longe... é o brinquedo mais erótico que tens na tua colecção!
dahhh"
Leonel Brás



18 dezembro 2017

Os preservativos SKYN adoram quando as pessoas dizem "Sim! Sim! Sim!"

«Palavras da minha mamãe e melhor amiga» - Cláudia de Marchi

"Mundo, por favor se aprimore! Todas as vezes em que sou questionada sobre as escolhas da minha amada, responsável e arrimo de família filha, fico estarrecida! Minha filha e eu sempre fomos unidas: acompanhei cada decepção com homens estúpidos, egoístas, grosseiros e que não valorizavam o esmero, companheirismo e afeto dela. Testemunhei gritos, abuso, humilhações e ofensas por parte de um "santo homem" com quem ela se iludiu por anos na esperança do pária vir a mudar como tanto lhe prometia e jurava amor. Casou-se e, dele, até eu fui vítima de violência verbal. Ela estava 10 kg mais magra à época, em 2010. Testemunhei desistência de sociedade advocatícia com um belo futuro por "amor", quando era nova e tola, testemunhei olho roxo, alma em frangalhos, autoestima destruída, desejos suicidas, e uma mulher de 1,69 m pesando 48 Kg. Testemunhei atos de defesa e ódio, até que, sem pensar, ela entregou um cometedor de atos ilícitos à PF, por exemplo. Mas, depois, também testemunhei culpa, arrependimento, overdose de remédios e internação médica, pois, graças a culpa, ela representava um perigo a si mesma. Após, deu a volta por cima, reabriu seu escritório e conheceu alguém de POA, aparentemente perfeito, que vivia falando em empatia, se apaixonou por ela, quis noivar, mas não entendia o básico do amor e da complacência. Após, testemunhei a tentativa de revolucionar a vida e ir parar no MT para dedicar-se à carreira. Lá, entre a obsessão ao trabalho e rotina pacata teve relacionamentos com estelionatários afetivos, mas descobriu sua VERDADEIRA paixão no magistério. Ela era o arrimo da casa e o magistério o arrimo da sua alma! Ela sofreu com mulher de sócio com ciúme quando, se dedicava inteiramente e apaixonadamente ao escritório, júris e defesas criminais. Sofreu uma lamentável injustiça, novamente. Ficou, só com sua maior paixão, o magistério e, começou a sentir pequenas implicâncias da chefia ao término de 2015, suportou, mas no início de um NOVO semestre, em 02/02/16 a demitiram sem nada para explicar-lhe. Nunca a vi tão desolada. Dias após muitas lágrimas e noites em claro, chegou à mim com uma decisão: "Não quero homens. Não quero parir. Não suporto o narcisismo, egoísmo e falocentrismo masculino. Mas, amo sexo. Quero um trabalho em que eu ganhe $ e não precise conviver numa eterna e medíocre briga de egos com colegas problemáticos que impiedosamente, tiram de mim o valor que sustento esta casa sem razão alguma, logo quero virar acompanhante de luxo, mas de luxo mesmo e bem longe desta cidade medíocre!". Apoiei tal decisão na hora, sabem por que? Primeiro, porque ela nunca gostou de carreiras públicas, segundo porque eu assisto televisão, ouço a juventude e vejo que muitas cada dia "ficam" com um, facilitando a vida de homens que sequer sabem ser cavalheiros! Apoiei minha filha desde o princípio, vez que vi seu esmero e má sorte com seus sonhos, e hoje a apoio na sua seletividade incrível, em que pese eu saiba que se ela fosse mais flexível estaria ganhando mais de 30 mil mensais (...Ah, estamos procurando um bom contador!), mas a Claudinha só faz o que deseja e com quem deseja! Sempre foi assim e é isso que EU E O PAI DELA amamos na nossa LINDA, QUERIDA, AMOROSA, ALEGRE, HUMORADA E FELIZ FILHINHA! Ela que, pela primeira vez na vida, me faz acordar cantarolando, trabalhar em minhas pinturas cantarolando e sem me preocupar com contas ou com ego de chefe ou de colega ferido, porque ela tem "poder de liderança" frente a alunos sem ser grossa como uma égua... E, sobretudo, me dá um orgulho imenso, porque tem a DIGNIDADE que muita mulher metida a "alto nível" NÃO TEM! E fico por aqui. Cláudia de Marchi, te amo, te admiro e se tivesse tua idade, corpo e beleza faria o MESMO! (Minha resposta a reportagem que saiu hoje na Zero Hora, a qual agradeço profundamente a veracidade e elegância com que foi elaborada!)."

Joceli Aparecida Marcondes
Brasília/DF, 06 de novembro de 2016

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

«Sexo vegetariano» - Mrzyk & Moriceau

17 dezembro 2017

«conversa 2190» - bagaço amarelo

Ela - Este fim de semana nem ponho um pé fora de casa. Vou ficar sentada no sofá, enrolada num cobertor, a ler o meu livro de cabeceira...
Eu - Qual é o teu livro de cabeceira?
Ela - Bem... não tenho. Vou só ficar no sofá, enrolada num cobertor.
Eu - Sem fazer nada?
Ela - Pois... nestes dias de mau tempo é que eu gostava de ter um namorado...
Eu - Só nestes dias de mau tempo?
Ela - Claro. Quem é que precisa de um namorado quando está bom tempo? Eu não... também preciso de me divertir...
Eu - Não te divertes com um namorado se estiver bom tempo?
Ela - Não. Quando está bom tempo os homens tornam-se chatos e só sabem fazer perguntas às quais não me apetece responder, tal como tu estás a fazer agora neste momento.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Os homens não são todos iguais


Inegável que só lhe falo de homens, Senhor Doutor, essa espécie que uso para casar, para dar uma queca e até para amar e se sempre tivesse sabido destas categorias teria poupado tanto em episódios depressivos.
Que mesmo que não o digamos pela boca fora sabemos que casamos com fulanos para formar uma empresa comercial, uma sociedade por quotas bastando para tanto que invistam o seu capital nas compras semanais ou mensais, nas escolhas da família para férias, fins de semanas e todas as outras coisas que impliquem despesa, para além de cumprirem a sua função de macho, mesmo que seja com a motivação que colocamos no preenchimento do IRS e eventualmente, acumulem com a reprodutora. A bem dizer, Senhor Doutor, são uma espécie de comida caseira como a das nossas avós.
Já os mânfios para dar um queca são o amante de domingo da Alexandra Lucas Coelho, a quem só exigimos que nos fodam como se não houvesse amanhã, que nos façam gemer enquanto nos amassam as mamas, nos sacodem as nádegas, nos enchem o pescoço de saliva e obviamente o clítoris, até atingirmos o clímax com a sua varinha de condão quase a tocar-nos o útero e a encher-nos toda a amplitude vaginal. São gastronomia de festa como uma mariscada no Ramiro.
E os homens para amar são aqueles que podem até acumular as funções dos tipos anteriores mas que admiramos intensamente como pessoas, com os quais temos uma comunicação quase telepática, que cheiram a sensualidade nas palavras, nos gestos, nos olhares que nos fazem salivar a ponto da vagina ficar a latejar e qualquer minuto de comunicação ser um orgasmo. São os antidepressivos biológicos e amigos do ambiente.
Tivesse eu conhecido antes o Escitalopram, a pílula da felicidade como diz a minha farmacêutica, e nenhum dia teria sido menos do que bom porque depois da toma da manhã até o meu vizinho mais carrancudo parece sorrir para mim.