23 maio 2018
22 maio 2018
«não mais» - Susana Duarte
não mais cantarei o adeus que impuseste,
antes os abraços de todos os encontros.
evitarei as ruas por onde, antes, caminhei
lado a lado com o sonho mitigado pela breve
presença das tuas mãos. não mais cantarei
o adeus que impuseste, ou as noites breves,
corrompidas pelo amanhecer das partidas.
cantarei, antes, as rosas semeadas nos dedos
e as auroras desfolhadas por onde mãos
ténues de luz se passeiam agora. não mais
iluminarei velas antigas, de framboesa e ténue
luz, antes a solar claridade do beijo rubro
que o passado me devolveu. cantarei braços
fortes e abraços eternos, carícias longas
e longos invernos semeados nos abraços
que, agora, nos damos. cantarei o passado
reencontrado. e as manhãs de agora.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook
antes os abraços de todos os encontros.
evitarei as ruas por onde, antes, caminhei
lado a lado com o sonho mitigado pela breve
presença das tuas mãos. não mais cantarei
o adeus que impuseste, ou as noites breves,
corrompidas pelo amanhecer das partidas.
cantarei, antes, as rosas semeadas nos dedos
e as auroras desfolhadas por onde mãos
ténues de luz se passeiam agora. não mais
iluminarei velas antigas, de framboesa e ténue
luz, antes a solar claridade do beijo rubro
que o passado me devolveu. cantarei braços
fortes e abraços eternos, carícias longas
e longos invernos semeados nos abraços
que, agora, nos damos. cantarei o passado
reencontrado. e as manhãs de agora.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Velhos - e peludos - tempos
"Esta coisa do extremismo e das opiniões que chocam meia internet aplica-se também a quem acha obrigatório as mulheres arrancarem todos os pêlos do corpo, estarem permanentemente de dieta, andarem desconfortáveis para parecerem atraentes, etc. ou só se aplica a feministas não divertidas?"
érica, a princesa da curraleira
Não entendo isto. Mas sou da geração em que os pêlos até constituíam um factor de interesse e tema de conversas picantes. (Quem não se lembra do "matagal", da "pintelheira" e outras referências à fascinante pilosidade feminina?)
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
érica, a princesa da curraleira
Não entendo isto. Mas sou da geração em que os pêlos até constituíam um factor de interesse e tema de conversas picantes. (Quem não se lembra do "matagal", da "pintelheira" e outras referências à fascinante pilosidade feminina?)
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Mulher e pantera (frente e verso)
Jarra em cerâmica vidrada, com uma mulher nua em cima de uma pantera, vistas de frente e… verso.
Uma peça que é um esmero, na minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Uma peça que é um esmero, na minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
21 maio 2018
Armas de distracção massiva
Patife
@FF_Patife no Twitter
20 maio 2018
«sem título» - bagaço amarelo
Às vezes, muitas vezes, dou por mim a convidar o meu passado para um copo. Tristezas profundas transformaram-se entretanto em sorrisos patetas e a felicidade transformou-se quase sempre em nostalgia.
Alguns dos melhores Amores que tive nunca o chegaram a ser. Foram, por assim dizer, meios amores. Não porque não pudessem ter sido algo mais, mas apenas porque não aconteceu.
Quando um meio Amor nunca chega a ser muito mais do que isso, tendemos a pensar que algo falhou, mas hoje, nesse copo de vinho que partilhei com o meu passado, dei-me conta que não.
É que um meio Amor não é Amar pela metade. Talvez seja apenas Amar mais depressa e, portanto, em menos tempo. Quando acreditamos que a durabilidade é a principal qualidade de um Amor, arriscamo-nos a tentar esticar o que não é esticável.
Não é que isto seja importante. É apenas uma forma de me explicar a mim como os meios Amores foram inteiros.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
19 maio 2018
«por todas as madrugadas» - Susana Duarte
retive, entre os dedos, as conchas devassadas
pela natureza impetuosa da língua, e as flores,
e os grãos de areia laminados pelas tuas mãos.
guardei tudo onde a água não me alcança,
e os abraços ficam por dar. é nesse lugar triste,
de faltas e de dores, que guardei as conchas,
e as flores, e os grãos de areia, e as tuas,
e as minhas mãos. as que perdeste, no lugar
misterioso onde caem os abraços e se perdem
beijos. as circunstâncias dos beijos, são as mesmas
das abelhas: correriam livres onde as flores
não polinizadas esperassem por novas auroras.
nessas auroras, faltam, todavia, as palavras.
habituar-me-ei a todas as ausências, mas nunca
às ausências das palavras, as que se desgastam
sob os dedos marinheiros que escondes na areia.
se souberes onde as perdeste, ou onde o medo
perdura por entre as conchas fundas do ser, diz
o meu nome, e abraça-o, e traz a mim a língua,
a que devora os grãos de areia que sou, e as mãos
entrelaçadas, devassadas também elas pela urgência
do abraço. nesse momento, deixa que a língua
me trespasse, e faça renascer sob o corpo-mar
das arribas. diz o meu nome. e tira-me de onde
as palavras insistem em não ser ditas, e o amor,
esse vagabundo, teima em perder os dedos estranhos
das navegações dos olhos. e fica. ousa as palavras.
ousa as palavras. e deixa que as vertentes solares
trespassem as noites todas, e incendeiem as litanias
das ondas, e tudo mude de lugar: eu, tu, e as conchas,
e os grãos de areia, e as flores polinizadas, e os mares,
e os abraços teimosamente navegados pelas ausências
das palavras que insisto em te pedir, ou em roubar
às mãos que escondes na areia, e me deste por um breve,
redondo, insistente e profundo momento de esquecimento:
todo o esquecimento é feito de palavras, tal como aquelas
que te peço, ainda, tresmalhadas das ondas, e das nuvens,
e dos solares dias anteriores ao mosto, onde és tudo
o que quero reter nos olhos, e nos recantos onde as mãos,
esquecidas de todas as convenções, e de todas as expiações,
pousaram resolutas, anímicas, totémicas, talvez nuas
de tudo o que dissemos antes e, por isso, vivas.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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pela natureza impetuosa da língua, e as flores,
e os grãos de areia laminados pelas tuas mãos.
guardei tudo onde a água não me alcança,
e os abraços ficam por dar. é nesse lugar triste,
de faltas e de dores, que guardei as conchas,
e as flores, e os grãos de areia, e as tuas,
e as minhas mãos. as que perdeste, no lugar
misterioso onde caem os abraços e se perdem
beijos. as circunstâncias dos beijos, são as mesmas
das abelhas: correriam livres onde as flores
não polinizadas esperassem por novas auroras.
nessas auroras, faltam, todavia, as palavras.
habituar-me-ei a todas as ausências, mas nunca
às ausências das palavras, as que se desgastam
sob os dedos marinheiros que escondes na areia.
se souberes onde as perdeste, ou onde o medo
perdura por entre as conchas fundas do ser, diz
o meu nome, e abraça-o, e traz a mim a língua,
a que devora os grãos de areia que sou, e as mãos
entrelaçadas, devassadas também elas pela urgência
do abraço. nesse momento, deixa que a língua
me trespasse, e faça renascer sob o corpo-mar
das arribas. diz o meu nome. e tira-me de onde
as palavras insistem em não ser ditas, e o amor,
esse vagabundo, teima em perder os dedos estranhos
das navegações dos olhos. e fica. ousa as palavras.
ousa as palavras. e deixa que as vertentes solares
trespassem as noites todas, e incendeiem as litanias
das ondas, e tudo mude de lugar: eu, tu, e as conchas,
e os grãos de areia, e as flores polinizadas, e os mares,
e os abraços teimosamente navegados pelas ausências
das palavras que insisto em te pedir, ou em roubar
às mãos que escondes na areia, e me deste por um breve,
redondo, insistente e profundo momento de esquecimento:
todo o esquecimento é feito de palavras, tal como aquelas
que te peço, ainda, tresmalhadas das ondas, e das nuvens,
e dos solares dias anteriores ao mosto, onde és tudo
o que quero reter nos olhos, e nos recantos onde as mãos,
esquecidas de todas as convenções, e de todas as expiações,
pousaram resolutas, anímicas, totémicas, talvez nuas
de tudo o que dissemos antes e, por isso, vivas.
Susana Duarte
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