O moralista é dono de uma pobre alma imersa em covardia, em vontades reprimidas. Vontade de falar alto, vontade de transar, vontade de ir ao boteco, vontade de ler um conto erótico e pular o sermão do padre! Vontade de ler este blog e correr até mim para ver uma verdadeira fêmea despudorada se deleitando com seu próprio prazer!
Vontade de fazer sexo sacana e mandar a rotina certinha do "duas vezes" na semana se lascar, vontade de não dizer o que os outros querem ouvir, vontade de calar e rir sozinho, vontade de gargalhar escondido, vontade de usar short curto, decote, vontade de colocar biquíni fio dental e sair andando livremente numa praia lotada.
Vontade de pular, de dançar, de pagar de louco, de ser louco e realizado, vontade de mandar os 7 pecados para o inferno e se deliciar nas suas "condutas" agradáveis, vontades que pululam sua mente, mas que ele castra. Esconde de si mesmo e se torna esse ser paladino da moral e dos bons costumes que é invejoso da alegria que poderia ter, mas teme.
Afinal, a bíblia disse isso, o autor tal disse aquilo, sua mãe disse aquele outro, seu pai complementou e a sociedade é o antro da hipocrisia formada por seres tão infelizes e desanimados que só se sentem vivos julgando a conduta dos outros. Dos felizes, independentes da opinião alheia e bem resolvidos que cagam e andam para rótulos sociais moralistas, ainda que, seguidamente, imorais. Imorais porque falaciosos, imorais porque não condizentes com suas vontades, imorais porque da boca para fora e não da alma para dentro.