28 agosto 2020
«O Síndrome do Peixinho Vermelho» - Ivar Corceiro
Estou com o síndrome do Peixinho Vermelho, disse ela. Estávamos numa floresta dum país que não era o nosso, até porque eu sou português e ela de lugar nenhum. Só me lembro que as árvores eram muitas e cada uma se tinha vestido duma cor diferente, como se estivessem num baile de finalistas.
E eu perguntei-lhe que raio de síndrome é esse. Não perguntei porque realmente estivesse interessado em saber, mas sim porque tinha acabado de me apaixonar por ela. Sempre que me apaixono por alguém e não tenho coragem de o dizer, faço perguntas. Sabia que se ela fosse respondendo, pelo menos ficava perto de mim.
A alguns metros de nós seguia um lobo que de vez em quando se aproximava apenas para pedir uma festa no focinho. Era esse o pagamento para ele nos guardar. De vez em quando rosnava para afugentar os sinais de vida que se moviam por ali como se fossem um vento esguio. Eu não os via, mas sentia-os a abanar as folhas e os ramos coloridos.
E então ela explicou-me o síndrome. É ouvir a mesma música muitas vezes seguidas com auscultadores como se a nossa vida dependesse disso e reparar que as pessoas falam umas com as outras como se fossem eternas.
Eu sorri. As árvores dançaram num assobio e o lobo rosnou. Não sei muito bem explicar porquê, mas foi a primeira vez que fiquei realmente feliz por ele estar ali. Aproximou-se e fiz-lhe uma festa.
E eu perguntei-lhe como é que as pessoas que pensam que são eternas falam. Não que eu quisesse realmente saber, claro. Falam das coisas que não interessam nada para sermos felizes mas sim e apenas para uma entidade abstrata qualquer chamada Economia, disse. São como aqueles peixinhos vermelhos que andam sempre em círculos num aquário redondo.
O lobo rosnou. As árvores fizeram silêncio. Eu também.
E ela olhou para mim e disse-me para continuar a fazer perguntas. Enquanto eu as fizesse, ela responderia e ficaria perto de mim. Precisava saltar fora do aquário.
Pode não parecer, mas esta é uma história de Amor.
Ivar Corceiro
Blog «Não compreendo as mulheres»
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27 agosto 2020
«Linguagem corporal» - Áurea Justo
Brilhantes estão os meus olhos quando te vejo.
Doce está o meu sorriso quando na tua boca pousam os meus lábios...
A linguagem corporal agita-nos em espasmos sensíveis.
Estamos unidos fisicamente...
No meu íntimo sei que espiritualmente estamos a milhões de anos-luz de distância,
Não compreenderias...
Áurea Justo
no Facebook
Mulher em carne… e osso
Mulher esculpida em osso, exibindo o púbis, as nádegas e segurando um seio com uma mão.
7x2x2 cm, Alemanha, 2010.
Um trabalho minucioso e riquíssimo em detalhes, na minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São»...
... que já foi tema de reportagem no Jornal da Uma da TVI, em vários jornais e revistas, tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook. Podes também pesquisar por tópicos e palavras-chave todo o cadastro da colecção disponível online:
7x2x2 cm, Alemanha, 2010.
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26 agosto 2020
«As ligações perigosas» (Pierre Choderlos de Laclos) - Benjamin Chaud
Clássicos da literatura erótica (re)vistos por Benjamin Chaud Apresentação (em francês) em Imagier Vagabond Apresentação (em inglês) no blog Picture Book Makers |
Já vos disse que adoro publicidade?
A colecção de arte erótica «a funda São» integra um conjunto de pubiscidade (publicidade de cariz erótico) tanto em suporte físico como em suporte informático. Aqui, vou-te mostrando semanalmente alguns exemplos dessa «sexão».
Panasonic - "Sem puxar"
25 agosto 2020
Criança brinca montada numa cabra metendo ar com um fole na genitália dela
Painel em madeira de porta de móvel da época de Luis XIII (século XVII), em relevo.
58x51x4 cm, França, 1700.
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24 agosto 2020
Ex-voto 86
A colecção de arte erótica «a funda São» integra um conjunto de imagens em suporte digital. Aqui, vou-te mostrando semanalmente alguns exemplos de ex-votos humorísticos e eróticos.
23 agosto 2020
«Eis o poema» - Susana Duarte
na pele: eis
o poema
subjugado à eterna demanda
da pele, condensada
em rios de palavras
[onde se preenche
de vida?]
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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