07 setembro 2020

Ex-voto 88

A colecção de arte erótica «a funda São» integra um conjunto de imagens em suporte digital. Aqui, vou-te mostrando semanalmente alguns exemplos de ex-votos humorísticos e eróticos.


06 setembro 2020

Agostinho Figueira - «Sem a sua saia de cor»

Crafterie #10



O fundo Baú - 85

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»




Em 24 de Agosto de 2004, houve...


O Baile do Capot

(foto enviada pelo Vizinho)



A Didas descobriu logo a marosca:

O Vizinho bem tentou
Enganar a Vizinhança
Mas na marca da sujeira
Nota-se o cinto da gaija.
Quer dizer que não foi queca
Foi só mesmo batoteira.

Mas o Kaiser defende a honra do Vizinho:

Quem te diz que é o cinto,
e não as collants?
Um buraco na traseira,
revitaliza todas as manhãs!

O PortoCroft também ode (e bem):

Cá p'ra mim é uma túnica
Enrolada à cintura.
As mamas não São chita,
Foi canzanada impúdica
A alargar a comissura,
Mas não era chavalita.

Lá descobriu, o Vizinho,
Uma maneira porreira
De dar gozo à canseira
Que é lavar o carrinho.

O XL tem também um palpite, mais prosaico:
Mas que grande estratagema do vizinho! É que a moça sujou a roupita no calhambeque e teve que a despir para lavar (não ia para casa naquele estado sujo) e, uma vez despida... afundou!

Smaug - Mera encenação! Algo interessante se tivesse passado e a "imagem" não estaria tão nítida...

Canzoada - Pelo que me é dado observar, tratou-se de uma canzanada!

PréDatado - é o único que consegue dizer que o rei vai nu: "Lava-me porco!" é pouco original, mas o carro está mesmo todo cagadinho.

O OrCa ode quem duvida do Vizinho:

Ode o Vizinho no carro
À canzana... Não duvido.
Nesta verdade me amarro
... e deve ter bem odido.

Reparai lá, oh descrentes
Que a donzela, no derriço
Tinha até as mãos trementes...
Vocês não deram por isso?

E o cinto, ora, lérias
Cala-te lá, nem prossigas
Também se leva para férias
Um belo cinto de ligas...

Depois com jeito e sem pressa
Decidido o quanto basta
Já que a cueca, ora essa
Num instante ela se afasta

Fica o Vizinho a preceito
De iniciar a função
Deixando meia sem jeito
A malta da Funda São...

Ao Vizinho eu agradeço
Por ter borrado a pintura
E imagino quanto posso
Como urdir tal urdidura

E sabeis do que vos falo
Dessa verdade de estalo
Julgue-o quem pode julgá-lo
Mas melhor é experimentá-lo!

Ao abrigo da lei dos blogs, o Vizinho usa o direito de resposta. Como aqui não há antenas (pelo menos dessas), é por escrito. E mostra que sabe também oder:

Parece que há quem duvide
Da canzana do vizinho
Nem na SIC de Carnaxide
Se come tão bom cuzinho

Não percebeis que a chavala
Antes de dançar as valsas
P'ra não se sujar ao mamá-la
Deitou-se em cima das calças?

Fecha-se a rusga em beleza com uma ode do OrCa:

Quadras, quadris, quadrilheiros
Está tudo de parabéns
Contra os "quadrados" foleiros
Que mal conhecem as mães

Odei, amigos, que oder
Engrandece a natureza
Odamos até doer
P'ra manter a chama acesa...

Qual chama ou Napoleão
Chamemos os bois p'los nomes
É a tusa na Funda São
Como eu se tu não comes

O Vizinho odeu bem
Que lhe faça bom proveito
Se bem calhar eu também
Farei do capot um leito

Esta vida é uma pressa
E perde-se em correria
Agora, essa é que é essa
Quem num capot não odia?

05 setembro 2020

Postalinho da bela fruta

"A verdadeira pêra!"
Patrícia Vicente



Victor Jara - Canto por travesura

LP em vinil de Victor Jara gravado em 1973. Consiste numa colecção de canções folclóricas do sul do Chile com um estilo temático consistente popular no folclore chileno - a zombaria de normas sociais com piadas travessas, enigmas e humor sombrio.
Víctor Lidio Jara Martínez (1932 — 1973) foi um professor, director de teatro, poeta, cantor, compositor, músico e activista político chileno. Nascido numa família de camponeses, Jara tornou-se um reconhecido director de teatro, dedicando-se ao desenvolvimento da arte no país, dirigindo uma vasta gama de obras locais, assim como clássicos da cena mundial. Simultaneamente, desenvolveu uma carreira no campo da música, desempenhando um papel central entre os artistas neo-folclóricos que estabeleceram o movimento da Nueva Canción Chilena, que gerou uma revolução na música popular do seu país durante o governo de Salvador Allende. Também era professor, tendo leccionado Jornalismo na Universidade do Chile. Logo após o golpe militar de 11 de setembro de 1973, Jara foi preso, torturado e fuzilado. O seu corpo foi abandonado na rua de uma favela de Santiago. LP de edição francesa de 1979 - L´Escargot. Lado A - Brindis; La Palmatoria; Vengan a mi casamiento; Iba yo para una fiesta; La edad de la mujer; La cafetera; Lado B - La diuca; La fonda; Por un pito ruin; La beata; Adivinanzas; El chincolito.
Um documento histórico na minha colecção.








A colecção de arte erótica «a funda São»...

... que já foi tema de reportagem no Jornal da Uma da TVI, em vários jornais e revistas, tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook. Podes também pesquisar por tópicos e palavras-chave todo o cadastro da colecção disponível online:

04 setembro 2020

Postalinho do Alentejo

"Do concelho da Vidigueira.
Uma placa.
E um nome de aldeia que pode ser também um verbo.

;-)

Fuck On..
 perdão...
Rock On, São!"
Marco António





Um azar do...

Crica para veres toda a história
Golf


1 página

Sabes o que é "Comunguei"?

O DiciOrdinário ilusTarado explica:

Comunguei - o que diz quem come um gay.

Faz a tua encomenda aqui.
Se quiseres, basta mencionares no formulário e posso enviar-te o DiciOrdinário com uma dedicatória.
Na editora (Chiado) podes comprar em formato eBook (€ 3).

03 setembro 2020

Postalinho do Mini-mercado da Paulinha

"Olá, São Rosas
O meu filho deu-lhes o título de tomates-pila, também temos batatas-rabo, e outros tubérculos "mamaçal"... no mini mercado são o género mais procurado...😉
Aqui aparecem-me cenas destas, deve ser a lei da atracção ou coisa do género. O engraçado é o pessoal a escolher as courgettes, à maior e mais grossa todos lhe pegam, mas envergonham-se de a  levar! Ou então perguntam qual é a mais dura... é um pagode!"
Paulinha de Carvalho Guerreiro

Mulher nua com flores

Caixa de porcelana Heinrich com tampa, pintada à mão por Ilse Strauch.
8x14x11 cm, Alemanha, 2000.
Um trabalho belíssimo na minha colecção.









A colecção de arte erótica «a funda São»...

... que já foi tema de reportagem no Jornal da Uma da TVI, em vários jornais e revistas, tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

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02 setembro 2020

«O retrato de Dorian Gray» (Oscar Wilde) - Benjamin Chaud


Clássicos da literatura erótica (re)vistos por
Benjamin Chaud
Facebook
Apresentação (em francês) em Imagier Vagabond
Apresentação (em inglês) no blog Picture Book Makers

«Sexistas e grosseiras, as pin-ups?» - Agnès Giard

Adeus, posters de charme. Imagens de mulheres nuas estão a desaparecer de garagens, quartéis e cabinas de camiões. Porquê? Num livro chamado “La pin-up à l'atelier” ("A Pin-Up na Oficina"), a antropóloga Anne Monjaret investiga um mundo (em breve) perdido.

Calendários de oficina - imagem
censurada para o Facebook

Em 2017, durante uma visita ao museu da fábrica Peugeot (em Sochaux), Anne Monjaret percebe que algo está a faltar na reconstrução de uma oficina de garagem: calendários sexy. Eles foram removidos pela gerência do museu? Considerado ofensivo demais para o público em geral? Ela nunca o saberá. O episódio, no entanto, faz com que ela queira dedicar um livro, engraçado e nostálgico, ilustrado com fotos que ela tirou desde o final da década de 1990 nos lugares – geralmente do sexo masculino – onde ela investiga: salas de guarda de hospitais, gabinetes técnicos, vestiários dos trabalhadores, etc. Desta "prática de afixação no local de trabalho, que agora é controversa por não ser respeitosa para com as mulheres", é objecto de uma investigação extraordinariamente detalhada de Anne Monjaret («La pin-up à l’atelier. Ethnographie d’un rapport de genre»), que analisa as pin-ups no contexto em que aparecem.

Os verdadeiros, os duros, os hétero-rígidos

É comum ver, nessas imagens de mulheres "presas por um pionés" (pin-up), algo de grosseiro ou, ainda pior, uma forma de sexismo. Deste imaginário popular e muitas vezes desprezado, a antropóloga fornece, é claro, uma análise crítica. Não é por acaso, diz ela, que esses posters ou bilhetes postais são colocados em lugares frequentados por homens: ajudam a uni-los e tornam "visíveis os valores comuns ao grupo ao qual pertencem". Para os trabalhadores, trata-se de mostrar a sua adesão aos valores machos-viris. Sejam trabalhadores, artesãos, camionistas ou militares, aqueles que "decoram" o seu espaço de trabalho com um modelo sexy fazem-no para cumprirem as regras que estruturam o grupo. A pin-up permite cair nas boas graças. Por outras palavras, para demonstrarem que eles são heterossexuais.

Pin-ups como ferramentas de construção de identidade

"Trata-se de rodear-se de 'mulheres para se apreciar entre homens", diz Anne Monjaret (citando o título de um livro famoso sobre a cultura dos machos alfa). Fotos recortadas de garotas de biquíni agem como sinais de pertença. "Eu sou um de vocês" e cuidado com o ofensor que exiba uma pin-up dominadora (toda vestida em couro) ou uma foto que revele gostos considerados desviantes. “O apego a essas imagens femininas é semelhante a uma prática ritualizada de iniciação”, acrescenta a pesquisadora, porque elas marcam, para os iniciados, “a entrada no trabalho e a entrada numa faixa etária que anuncia uma maturidade sexual ". Um pouco como na “casa dos homens”, esses espaços – reservados aos homens – aonde os meninos são educados até à idade adulta pelos mais velhos, os locais de trabalho decorados com pin-ups funcionam como matrizes.

"Eles têm que provar que têm tomates"

Calendários de oficina
Originalmente, em 1982, a expressão "casa dos homens" foi usada por Maurice Godelier para designar os edifícios nos quais os Baruya (em Papua) iniciam os rapazes que eles põem num local fechado, protegido de qualquer contacto feminino, a fim de transformá-los em verdadeiros machos. Nos anos 90, o sociólogo Daniel Welzer-Lang usou a expressão – que ele transformou discretamente em "casa-dos-homens" – e aplicou-a a todos os lugares onde os homens se encontram (quartéis, tascas, internatos, clubes de cavalheiros) para medir a sua virilidade e, de passagem, incutir nos jovens o seu sentido de valores. "Eles têm que provar que têm tomates", diz Welzer-Lang, "isto é, serem constantemente diferentes e superiores às mulheres". Aqueles que choram, que se mostram fracos ou que recusam lutas masculinas são chamados de gajas ("gonzesses").

Quando a suspeita de feminilidade pesa sobre um homem...

Em espaços fortemente marcados pela divisão das tarefas com base no género, os homens constroem a sua identidade em torno dessa obsessão: acima de tudo, não passar por mulherzinha – maricas. Um homem real é activo, ou seja, não é penetrado. Ele domina. Ele é o mais forte. Para afirmar a sua masculinidade, os membros de corporações masculinas usam pin-ups com o objectivo de se realçarem por contraste. Em contraste com eles (eles, os "gajos"), as mulheres são retratadas como bonecas insufláveis. "O seu corpo, muitas vezes nu, é medido, julgado", anotado, comentado, às vezes cortado de maneira obscena. Para os homens que preenchem as paredes com essas fotos, trata-se de se proteger, cercando-se de imagens que reduzem as mulheres ao estatuto desprezível de serem passivas, oferecidas e disponíveis.

O paradoxo das pin-ups

O paradoxo dessas imagens sedutoras é que elas fornecem aos homens o material para humilhar as mulheres com o único objectivo de remover deles próprios o perigo supremo, o de serem confundidos com uma mulher. Como estátuas de demónios – que adornam catedrais para afastar o mal – as pin-ups servem como imagens protectoras, talismãs mágicos projectados para afastar a ameaça à masculinidade. O que Anne Monjaret revela, durante a sua demonstração, é, portanto, toda a ambiguidade desses arquétipos, que tanto são prostitutas (desprezadas) como santas (veneradas). Por um lado, imagens sexy são usadas para desqualificar as mulheres. Por outro lado, têm o valor de um anjo da guarda e os seus corpos oferecem- se como muralhas para preservar os machos...

Os seios grandes que "agem como uma barreira"

A imagem original, de um noticiário da SIC
As pin-ups desempenham o mesmo papel que os ícones, insiste Anne Monjaret, que faz a ligação com essas raparigas bonitas que os pilotos de avião pintaram durante a Segunda Guerra Mundial nos narizes das suas aeronaves. Elas protegem os aviões. Alguns séculos antes, na forma de figuras de proa, elas protegiam os navios erguendo os seus seios nus como sereias a enfrentar o oceano. A comparação é ousada? Nem tanto. Anne Monjaret observa que as pin-ups nas oficinas mecânicas costumam ser colocadas de tal maneira que os "turistas" se sentem um pouco desconfortáveis quando entram no "território" delimitado pelos pares de nádegas ou seios. "Repulsiva, essa exibição de mulheres nuas cria fronteiras", explica a pesquisadora, que menciona repetidamente o facto de os trabalhadores terem prazer em decorar o seu espaço para dissuadir "estranhos" (superior hierárquico, visitante indesejável) de aí entrar.

Imagens encantadoras: imagens piedosas?

Essas figuras protectoras actuam como imagens sagradas. Anne Monjaret diz que alguns homens confiam nelas como estátuas da igreja e tratam-nas com respeito, para que sirvam como amuletos de boa sorte. "Na carpintaria de um museu, os trabalhadores costumavam, em dias frios, vestir a "Sylvie", a sua companheira de brincadeiras que foi entronizada numa das paredes, com sutiã e cuequinha, feitos sob medida e usando papel recortado. "É para ela não nos trazer azar", disse-me um deles. " Outro detalhe revelador: a maioria das pin-ups estão amarelecidas, engelhadas. Mesmo sendo velhas, os homens mantêm-nas com carinho, porque foram importantes nas suas vidas.

O fim de um mundo

Devemo-nos arrepender? As pin-ups estão a desaparecer. Com elas, toda uma categoria de homens – trabalhadores manuais, operários, mecânicos,… – está a cair no esquecimento. "A oficina foi um dos últimos bastiões de uma identidade operária mas, na passagem para os anos 2000, foi mais do que marcado e desestabilizado pelos muitos factores de mudança. Eu até me pergunto se esses trabalhadores, alguns dos quais são funcionários públicos, não pertencem já à história, a um passado desaparecido, explica Anne Monjaret. Em todos os sectores, as necessidades foram renovadas e, com elas, as condições de trabalho. O desenvolvimento da subcontratação, a promoção da versatilidade, a mobilidade do pessoal e a chegada das mulheres tiveram repercussões nas organizações internas".

"O homem também se torna um homem-objecto"

Os próprios trabalhadores já não aderem ao modelo social que essas imagens incorporam: muitos deles consideram-nas inadequadas. "O que é rejeitado aqui é a cultura dos pais. A construção de um espaço viril e ainda mais de um espírito de corpo, ao que parece, já não tem razão de ser". Espontaneamente, alguns trabalhadores removem as pin-ups quando a oficina é aberta a mulheres, trabalhadoras ou estagiárias. Estas, por seu lado, afixam nas paredes pin-ups, mas machos. "Ao semearem a confusão nos códigos eróticos estabelecidos nos almanaques", os deuses do estádio modificam os códigos de virilidade. As mulheres também podem "consumir" homens oferecidos, despidos, para apreciar como carne fresca. Devemos ficar melindrados?

Calendários de mulheres idosas e disputa de pontos de referência

Há muito tempo que os calendários e bilhetes postais com nus femininos são criticados como símbolos de uma ordem não igualitária. Agora que a relação se inverte, ou melhor, equaliza, e que os homens, por sua vez, se despem, devemos continuar a erguer a nossa voz de protesto por essas imagens? Anne Monjaret cita o caso dessas mulheres que espontaneamente criam os seus próprios almanaques de nus para fins de caridade ou para defender uma outra imagem da mulher. "As e os jovens pin-ups já não têm exclusividade", disse ela, mencionando inclusivamente o caso de um calendário de operários a posarem nus (na fábrica de Chaffoteaux-et-Maury, na Bretanha, em 2009), para lutarem contra despedimentos. Tratar-se-á de um epifenómeno ou um sinal dos tempos?
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Bibliografia: «La pin-up à l’atelier. Ethnographie d’un rapport de genre» [A pin-up na oficina. Etnografia de um relatório de género] de Anne Monjaret, edições Créaphis, Março 2020.

Agnès Giard
Tradução minha de um artigo do blog Les 400 culs