Tu és o maior flagelo
Que existe na habitação
E nunca se forma no gelo
Do olhar e da ambição.
Cotão firme como aquele
Que imaginamos na pele
Despida de preconceitos
É por ter a idade dele
Que é gáudio de insatisfeitos.
Cotão perto da ambição
Quer no sofá quer no chão
Mas nunca na cristaleira
Nasce da imaginação
Da fantasia brejeira.
Cotão solto esfiapado
Aparece em qualquer lado
Onde se movem tecidos
Porque é um inerte alado
Como o olhar dos convencidos.
Cotão cheio de corante
Num rodopiar constante
Da leve brisa que faz
É um cotão bamboleante
Em cada passo que dás.
Cotão feito a primor
É obstinação e é dor
Pra qualquer ser indiferente
Que acarreta um fulgor
Dentro do querer que se sente.
Tó Barbo