Conheci-a uns dias antes que chegasse o Verão.
Lembro-me bem das sombras curtas das árvores e das cadeiras de esplanada ao sol, onde ninguém se sentava àquela hora em que ela passou por mim em miragem suave e tons de brisa.
De saia luminosa e sombras quase ausentes, ofuscou, num piscar de olhos, a luz que me fazia fechá-los numa linha fina.
Fiquei olhando, acompanhando em sonho o seu desaparecer na claridade da rua deserta e despertei de súbito.
Fui atrás dela levado pelo ar que respirava, pelo cheiro leve que o seu corpo exalava em brilhos doces, gotas de sol onde o meu querer mergulhava com ela.
Eu flutuava atrás do seu corpo, que dançava suavemente entre os desenhos da calçada, quase sem tocar no chão, numa leveza que me vinha poisar nas palmas das mãos e que me enchia toda a alma.
Aproximei-me dela, completamente transportado para dentro do seu corpo, da sua feminilidade, passos no chão a soarem em uníssono, como num sonho.
Com os olhos a despi, peça a peça, enquanto lhe passava os saberes da minha língua em aventura doce entre as gotas dos sabores do seu corpo.
As mãos descendo devagar pelas ancas, deixando cair a saia numa onda de seda tão leve como o ar. Encostando-me a ela, fazia avançar os quatro dedos da mão direita pelo umbigo, descendo para dentro da lingerie ao mesmo tempo que a esquerda subia até à axila, polegar a penetrar suavemente no pegamento da mama e os dedos indicador e médio a apurar os mamilos alternadamente . Com toda a doçura e meiguice, até senti-los rijos e tumefactos.
Mordia-lhe o pescoço e o lóbulo da orelha, sentia-lhe os estremecimentos do seu corpo levado com o meu em sinfonias de prazer.
E, rodando o corpo, mergulhava já frente a frente no oceano dos seus lábios, enquanto me deixava morrer mil vezes nas profundidades do seu poema.
Todo o seu aroma me entrava pelos sentidos e fechei os olhos um instante enquanto continuei a caminhada, colado às nuvens.
Entrou num café e pediu um refresco, olhando para trás de soslaio procurando disfarçadamente por mim.
Esperei um momento à porta mas entrei logo atrás dela e pedi o mesmo, ficando ao seu lado, quase sem querer olhar enquanto lhe reparava nas mãos segurando o copo fresco finamente gotejado tal como a sua pele na zona dos ombros, expostos por umas alças largas aos mundos secretos das minhas narinas.
Engoli em seco e, depois de ter dado um golo também, atrevi-me a uma tirada de circunstância
- Hoje está um sol...
Desastradamente deixei cair parte do conteúdo da garrafa para cima do balcão, no exacto momento em que me virava para ela.
Durante um instante, pensei ter estragado tudo num lance estúpido, mas ela riu-se e disse:
- Acontece...
Esperei um pouco e, refeito, olhei-a de frente:
- O sol a que me refiro, não é o da rua... És tu...
Voltou-se para mim, mirou-me com os seus grandes e claros olhos e olhou-me bem para dentro.
Repeti:
- És tu que és mais intensa que o sol... Chamo-me Carlos... Queres sentar-te a uma mesa?
Sem mais nada dizer, avançou o nome e pegou-me no braço.
- Sabes quem eu sou? Passo por ti há semanas e quase tinha já desistido de ti quando hoje resolvi passar-te mesmo debaixo do nariz...
Fiquei estupefacto, vendo-me passar de caçador de repente a peça caçada e inspirei fundo.
- Escuta, não vamos para uma mesa, vamos sair e passear por aí e conversar.
Saímos numa deambulação aparentemente aleatória mas onde as forças mais fortes do universo nos empurraram para o nosso destino.
Dois quarteirões adiante!
Junto à bilheteira do cinema escolhemos os lugares últimos da última fila e nunca naquele recinto tanta coisa aconteceu no extremo oposto da tela como nessa tarde daqueles últimos dias de Primavera...
Charlie
21 junho 2006
20 junho 2006
Descanso no teu colo - poema e foto de Trovador Alado (Ramarago)
Descanso no teu colo...
A minha Paixão sempre carente,
O meu desejo infinito de te querer,
A minha ansiedade latente,
A minha Chama persistente...
Afogo no teu Colo…
As minhas mágoas,
Os meus perversos desejos,
A repulsa por te ferir,
O medo de te perder...
Beijo o teu colo...
Com ternura e empenho,
Com a língua salivando,
Num beijo lento e ardente…
Afundo-me no teu colo,
Meu ancoradouro...
Onde atraco...
Onde descanso...
Onde me afogo...
Onde penetro no teu corpo…
A minha Alma...
Trovador Alado (Ramarago) (foto e poema)
Sempre é diferente...
Há algum tempo atrás a Axe criou uma campanha «Arranja uma Namorada», em que mostrava um rapaz que se divertia sozinho a fazer moedas saltar numa mesa e entrar dentro de um copo.
Pois agora a Axe faz a sequência lógica (e nota-se, de facto, uma evolução):
Arranjou Uma Namorada!
Pois agora a Axe faz a sequência lógica (e nota-se, de facto, uma evolução):
Arranjou Uma Namorada!
19 junho 2006
CISTERNA da Gotinha
De quem é esta anjinha da guarda?!
Cada país tem direito a ter uma menina desnudada evocando cada um dos países participantes no campeonato mundial de Futebol na Alemanha.
Queca comunitária e sincronizada... só podia ser uma loucura japonesa.... será um programa de TV?!
Estas duas são umas porcalhonas...
Quem disse que o boxe é só coisa de machos??!
Cada país tem direito a ter uma menina desnudada evocando cada um dos países participantes no campeonato mundial de Futebol na Alemanha.
Queca comunitária e sincronizada... só podia ser uma loucura japonesa.... será um programa de TV?!
Estas duas são umas porcalhonas...
Quem disse que o boxe é só coisa de machos??!
A queda da camisinha - por OrCa
de fino trato e caralho
deixou cair a camisa
mesmo a meio do trabalho
aflito porque a dona
do cono era a priminha
tentou sacar-lhe da cona
a camisa com palhinha
mau soneto má emenda
na sorte que a cada calha
e a gruta que era funda
engoliu camisa e palha
nove meses a contento
passaram pela priminha
traz já camisa o rebento
e um chapéu de palhinha.
OrCa
Para que o OrCa prove do seu próprio remédio, a Espectacológica ode-o:
ficaram todos perplexos
levantaram as mãos ao céu
os milagres são complexos
o rebento abriu os olhinhos
tirou o chapéu e sorriu
também já tinha dentinhos
nunca tal coisa se viu
- queres ver que também fala?
diz o peralvilho à priminha
apanha já se não se cala
e conta a cena da palhinha
havias de ver a tua cara, pai
a espreitar para a gruta
a pele do caralho não sai
fui eu que ganhei a luta."
Mas o OrCa não é de se deixar levar atrás:
com a mãe embaraçada
«- À próxima é com baraço
e assim já não me cai nada...
mas se der em ser astuto
o malvado do pimpolho
entro por trás vou-me ao puto
e até lhe cuspo num olho!»"
A Espectacológica ainda ode mais:
é puto e veio de chapéu
podia nascer gaja de trança
e a camisinha era o véu
oxalá sejam todos felizes
com ou sem cuspidelas
e venham mais petizes
fruto de muitas encavadelas!"
E o Pedro Laranjeira ode ambos, à moda dos bissexuais:
anatomico-confusos com teorias a mais!
De vocês nem se imagina que já foram campeões
de travessia à vagina com partida nos colhões...
Vão agora defender o uso da camisinha?...
Vão mas é os dois oder, p'ra termos um novo orquinha!"
O Seven meteu-se no meio... tipo sandes:
Mas o OrCa não é para ser odido sem oder também:
não fará orca quem ode
só de armar-se em proactivo
nem porca fará quem pode
se usar preservativo
nem à forca vai se fode
devagar retroactivo
mas marrará como bode
e será mais assertivo
se foder o quanto pode
para assim se sentir vivo!
Para o Seven: Up!...
vai com calma mastigando
nhec-nhec no teu naco
pois nhec-nhec trincando
estás nhec-nhec macaco
e por nhec-nhec dando
odinhas a dar ao leque
nhec-nhec vais ficando
odendo em nhec-nhec
e nhec-nhec destape
quem puder a tanta ode
pois se ele estiver Seven Up
mesmo de sandes se p(h)ode."
O Pedro Laranjeira ode ao ataque:
pode andar empanturrado ou ultrarecontrafodido...
mas não é da tua conta, com isso tu não tens nada...
nhec-nhec orcurioso, vá lá, não sejas vaidoso,
se calhar dava-te ponta seres sandido em limonada..."
A Espectacológica põe uma ode final:
Ou seja, o melhor é desistir
Já nem tenho comichão
E com tantos é melhor fugir..."
Eu vou comer uma sandes, pelo que declaro aqui encerrados os cortinados. Piço... digo, peço os vossos aplausos.
(enviado por Lamatadora)
O OrCa ode à erudição dos comentários sobre contraceptivos:
"salsa sal agulhas de crochet
água quente saltinhos das alturas
terão sido os inventores do bidé
essas tão interessantes criaturas?
leio e pasmo p'ràqui boquiaberto
co'a camisa feita da intestinália
mas aquilo que me fica de mais certo
é parecer o zingarelho alguma algália
estou a ver daqui a mais bela matrona
matrafona olhando a tripa do carneiro
e dizendo: «Nã, meu filho, nesta cona
não se fazem os enchidos ao fumeiro!...»"
18 junho 2006
Ovelha danada - por Bartolomeu
"Ê tenho lá no monte uma obelhinha linda, que vou a pastorear, e todes os dias quandê macerco da bixa, ela pestanejando, bale de mansinho e diz prás outras:
- tá chegando o mê Bartolomeu.
É uma deçura, aquela magana. Ainda me lembro cumacefora hoje, do primêro dia que foremos ambos os dois pra trás dum fardo de palha... ela muito tímida, arreceosa mesmo, susserou-me ao obido:
- ai, Bartelemeu, tou doidinha par que me dês cu cajade, mas tenho tantes arreceios, cóspois os borreguinhos saiem parecidos cu pae...
Mas de pronto a sessegueie, passei-lhe deleve os dedos plas tetas, quela já nã se voltou a alimbrar dos berregues. E ós pois, olhem... foi uma farturinha de balidos lá no estábalo quinté as galinhas grunhiam e os porcos esboaçábam. E ao fenali... ai, nem ma consigo insqueceri, quando saquê o brodão pra fora, aquilo deu um estoiro cuma se fora uma garrafa do champanhi, candagente lhe tira a rolha. A pobrezinha, de tã estafada que estáva, dêxou-se cair de banda, arresfolgando... arresfolgando, quê tive de botar os beços nos beços dela e... asseprari e chepari.
Mal ela abriu os olhinhes, aganfou-se cas patitas à volta da nha centura e só berrava:
- méééé... méééé-te-mo-todo!
Ah, ovelha danada!...
Bartolomeu"
- tá chegando o mê Bartolomeu.
É uma deçura, aquela magana. Ainda me lembro cumacefora hoje, do primêro dia que foremos ambos os dois pra trás dum fardo de palha... ela muito tímida, arreceosa mesmo, susserou-me ao obido:
- ai, Bartelemeu, tou doidinha par que me dês cu cajade, mas tenho tantes arreceios, cóspois os borreguinhos saiem parecidos cu pae...
Mas de pronto a sessegueie, passei-lhe deleve os dedos plas tetas, quela já nã se voltou a alimbrar dos berregues. E ós pois, olhem... foi uma farturinha de balidos lá no estábalo quinté as galinhas grunhiam e os porcos esboaçábam. E ao fenali... ai, nem ma consigo insqueceri, quando saquê o brodão pra fora, aquilo deu um estoiro cuma se fora uma garrafa do champanhi, candagente lhe tira a rolha. A pobrezinha, de tã estafada que estáva, dêxou-se cair de banda, arresfolgando... arresfolgando, quê tive de botar os beços nos beços dela e... asseprari e chepari.
Mal ela abriu os olhinhes, aganfou-se cas patitas à volta da nha centura e só berrava:
- méééé... méééé-te-mo-todo!
Ah, ovelha danada!...
Bartolomeu"
O post-it do Pré-Datado
"Eu hei-de escrever um post-it.
Não tenho talento para livro.
E quando conseguir editar o meu post-it,
terei um orgasmo...
sozinho, pequeno e amarelo.
Pré-Datado"
curto - incisivo - singelo
não escreve prosa à lista
nem lhe vai pé p'rò chinelo
basta-se - chega-lhe - grita
vai além de qualquer hit
e vem-se quando a escrita
se cumpre em breve post-it
como em tudo nesta vida
nem sempre o tamanho conta
não é a prosa comprida
aquela que dá mais ponta
condensado assim o autor
de palavras em mão-cheia
dá-las-á com mais ardor
terá orgasmo p'la ideia
outros há que prosa arrastam
chatinhos sem valer cheta
preliminares que se atardam
e nem lá vão de punheta
directa bem clara e grossa
assim se quer uma ideia
daquelas de fazer mossa
nas trombas da pasmaceira."
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