Uma súbita vontade de abraçar a liberdade e de com ela dançar pelas ruas, imune aos olhares de tantas almas nuas de fulgor, incapazes de entenderem o amor que lhes soa ridículo, invejosas, as pessoas maldosas amarradas a grilhões que lhes amordaçam os corações ao ponto de desdenharem a felicidade de alguém que dança em liberdade a euforia de viver.
Um desejo irreprimível de dizer as coisas que afirmam ser impossível permitir porque podem colidir com sensibilidades estapafúrdias de quem odeia verdades proibidas pela lógica fria da mais vulgar hipocrisia que preferem abraçar, tristeza, no lugar da livre expressão da beleza de um sentir mais espontâneo.
A alegria do amor instantâneo, à primeira vista, por algo ou alguém que de repente nos conquista com um olhar fascinante ou com palavras que funcionam como semente para uma flor que oferecemos no meio da pista de dança onde abraçamos a confiança que nos transmite, sermos livres sem que se hesite no usufruto de uma paixão ou de qualquer outra emoção, rejeitando uma forma clandestina que satisfaça quem olha e desatina com o sorriso aberto mais a chama no peito de quem dança, sem restrições, as suas almas livres e as convicções gritadas nos orgasmos mentais dos que nunca acham demais o amor.
Um tango dançado no meio da estrada, um abraço apertado e uma boca beijada, tudo aquilo que se escreve ou se diz acerca da simplicidade de ser feliz quando a liberdade mais pura ordena.
Emudecida a censura, rompida a clausura, mesmo depois de a chuva começar a cair.
Shark@sharkinho no
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