28 fevereiro 2017

"Caixão" militar para o enterro do Pai Cem

Caixa em madeira pintada, para recolha de contributos para a festa de fim de serviço militar em França, com os nomes dos militares da incorporação 61/2A (ano de 1961). Só lhe falta a tampa amovível, no fundo.
A cultura popular é uma coisa muito linda... na minha colecção.

















O funeral do "Pai Cento" (Père Cent, Père 100, Percent ou Persan) era uma tradição em França, que comemorava quando faltavam 100 dias para o fim do serviço militar. Muitas vezes, além do "caixão" em que recolhiam verbas, a paródia envolvia também um folheto ou carta para enviarem às suas famílias, comunicando-lhes o "funeral". Esta comemoração também era conhecida por "La Quille" (a quilha).




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

27 fevereiro 2017

Luís Gaspar lê «Dá surpresa de ser» de Fernando Pessoa

Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem
(Se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?

Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português. É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

«AIDS telefoon - Put It On» (1994, Bélgica)

From Brussels with love...


Grande orgulho!

Crica para veres toda a história
Tira de um artista convidado


1 página

26 fevereiro 2017

«E é assim que parto...» - bagaço amarelo

Há lugares em Portugal de que não me esqueço. Ou porque neles já fui feliz, ou porque fui imensamente triste. Dos lugares em que fui assim-assim quase nunca me lembro. Depois desses lugares de Portugal estão os lugares do mundo, que são menos porque sempre visitei mais Portugal do que o mundo.
Esses lugares não servem para nada, a não ser para me lembrar deles durante conversas com amigos ou para regressar a eles quando preciso de voltar a ser feliz ou triste. Na fase que atravesso, jamais regressaria a um lugar onde me senti assim assim, porque de coisas mornas está o mundo cheio e eu, por acaso, também. Além disso, não quero visitar lugares onde fui feliz na minha última história de Amor, porque é apenas a essa história que esses lugares pertencem.
Vou visitar um lugar fora de Portugal onde já fui imensamente feliz e imensamente triste ao mesmo tempo. Na verdade, acho que é o único lugar que neste momento compreende aquilo por que estou a passar e, por uma questão de sobrevivência emocional, preciso dele durante uns dias. Estou a falar de uma cidade onde vivi várias histórias de Amor, todas elas mais curtas do que um simples fim de semana.
As cidades são tão inconclusivas como o Amor. É nelas que nos perdemos até um dia as conhecermos tão bem que nos cansamos. Além disso, voltar a uma cidade dez anos depois da última vez quer dizer que também é possível voltar a um Amor que já terminou.
E é assim que parto...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«A indústria do amor digital» (versão completa)

Quando a Bela Adormecida sonha



[Ilustração: Andrew Tarusov]

Ilustração de normas e bom uso/funcionamento de Seios


25 fevereiro 2017

«Sobre homem carente e amor próprio (gente chata no Whatsapp de manhã)» - Cláudia de Marchi

Acordei e me deparo com umas mensagens toscas de um cara carente que acha que todo mundo tem que viver como ele pra ser feliz. Nossa! Falta cultura no mundo, falta interpretação de texto, falta amor e respeito entre as pessoas, mas, o que mais falta é empatia e a capacidade humana de compreender que o seu modo de ser, pensar, sentir é só o seu. Ninguém tem a obrigação de ser como você! Abaixo:






Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

«A alcoviteira, o corno e o amante» - por Rui Felício

A Joaquina pelava-se por cirandar pela baixa de Coimbra, a meio da manhã, de cesto de verga na mão, lenço florido na cabeça, bamboleando o corpo de mulher madura ainda atraente e cheio de promessas que os olhares masculinos cobiçavam.
Na Rua do Corvo, entrava numa loja, espalhava os mexericos do dia, saia e entrava na loja seguinte e nas outras, uma por uma.
Dali seguia para a Visconde da Luz, Ferreira Borges, noticiando as últimas em cada loja, em cada café, até na farmácia.
Quando virava costas, os comerciantes e empregados sorriam e exclamavam uns para os outros:
- Lá vai a alcoviteira. Sem ela a Baixa não seria a mesma coisa.
____________________________

Morava na Travessa das Canivetas no 2º andar de um velho prédio, sem filhos, casada com o Henrique, ferroviário da CP, homem trabalhador e por todos respeitado.
Naquele dia, a Joaquina trazia uma noticia bombástica:
A D. Teresa, mulher do Sr. Dias, andava a ser enganada pelo marido, asseverava ela.
- Coitada da Senhora, lamentava a alcoviteira, abanando a cabeça pesarosa.
O empregado do Jorge Mendes, com as mãos espalmadas em cima do balcão de madeira, não se conteve:
- Desculpe lá, D. Joaquina, não acredito. O Sr Dias é um comerciante impoluto, toda a gente sabe que ele jamais faria uma coisa dessas. De resto, toda a gente vê a maneira carinhosa como ele trata a D. Teresa.
- Alguma vez lhe menti? - reagiu a Joaquina com ar ofendido.
O empregado não respondeu à pergunta, preferindo reforçar a sua opinião de que o Sr. Dias era um homem sério, trabalhador como poucos.
- Toda a gente sabe que se levanta de madrugada para preparar a abertura matinal da sua loja de fazendas da Rua da Louça.
A Joaquina saiu, com má cara, e foi pregar para outra freguesia. Mas desta vez, a reacção de todos era a mesma. Não, não podia ser. O Sr. Dias, conceituado comerciante de Coimbra não era infiel à D. Teresa. A alcoviteira estava a passar as marcas...
Voltou para casa, para preparar almoço para o marido e uma lancheira com o jantar.
O Henrique, como de costume, tinha de apanhar o comboio da tarde para Lisboa.
Já em Santa Apolónia abria a marmita, jantava calmamente e entrava no comboio que partiria as 23:00 com destino ao Porto.
Era o comboio conhecido como o “recoveiro“...
Parava em todas as estações e apeadeiros para carregar e descarregar mercadorias e correio. O Henrique era o auxiliar que ajudava à transfega.
Depois da lenta e demorada viagem, chegaria a Coimbra pelas 7 da manhã, onde desembarcava depois de ser substituído por um colega que, vindo do Porto, aguardava pelo “recoveiro“ para fazer o resto do percurso.
____________________________

Entretanto o Sr. Dias tinha passado a madrugada num quartinho anexo à sua loja da Rua da Louça, com a sua amada Joaquina.
Quando o corno, coitado, chegava a casa pelas 7:30, já a alcoviteira dormitava na sua cama da Travessa das Canivetas...

«A cama do macaco»
Estatueta em bronze com um macaco em cima da cama, com o pénis em erecção. A estatueta tem duas partes que se destacam rodando os quatro pés da cama, que são parafusos. Revela-se assim um casal a fazer sexo.
Bergmann, Áustria
Colecção de arte erótica «a funda São»

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

A recibos verdes?


A que acabei de pinar trabalhava por cona própria.

Patife
@FF_Patife no Twitter

24 fevereiro 2017

Eva portuguesa - «Se amas»

Se amas, não te faças de difícil. Esquece os joguinhos e o socialmente correcto.
Se amas, abre os braços, as pernas, a boca, a mente, a alma. Deixa fluir a vontade. Descomplica.
Se queres um beijo, pede.
Se queres um abraço, diz.
Se queres um orgasmo conquista, sua, geme, lambe, dá-te.
Se queres amar, ama!
Esquece as convenções. Prefere as pulsações.


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Katie & Esta - body painting»

Michael Hutter - «No parque»

Caneta e aguarela sobre papel, 2015



#guilty #macacodebarba - Ruim








Muito gosta uma gaja de ficar especada a ver um gajo a (des)fazer a barba de toalha na cintura! Parece que estão a ver um macaquinho no zoo. Isso é esquisito!
Já gostar de ver uma rapariga a escovar o cabelo é giro e faz sentido.

Ruim
no facebook

23 fevereiro 2017

Postalinho do pai

"Eu era um menino inocente, mas agora finalmente entendi por que motivo o meu pai andava sempre com um pente no bolso!"
Anónimo que descobriu a pólvora, via José Carlos Igreja


Dr. Obscenity - «Suppressed Classics And Bawdy Parodies In American Music»

LP de 1978 com música folk norte-americana censurada e em versões malandrecas de clássicos.
A música popular é danada para a brincadeira... como se pode apreciar na minha colecção.




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

«Sexo em Brasília» - Adão Iturrusgarai


22 fevereiro 2017

Cafezinho com Arte




>>>  Café Galerias, Coimbra  <<<

Mulheres, podem fazer as vossas encomendas!

O pijama de cetim

O pijama que marcou uma era de uma relação. Ao dormirmos juntos, estar encostada a ti vestida de cetim, seria, no teu imaginário, o equivalente a estar sem roupa.
Fechavas os olhos e tentavas perceber cada curva minha, cada limite teu. Sim, porque te eram impostos limites.
Era uma dança entre o meu cetim e o teu imaginário. Uma dança bela, lenta, cheirosa, preguiçosa...
Era o início do erotismo naquela relação.

De mim para a Funda São

E o Shutdown?



21 fevereiro 2017

Cultura musical nortenha


Agora lembrei-me que adoro piano, mas no Porto chamam-lhe costelinhas. Achei que iam gostar de saber.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter


«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 78

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.







Página pessoal
no Facebook
no Tumblr

Frade malandro

Frade impresso em cartão recortado, que levantando o hábito mostra a sua nudez e o pénis erecto.
Oferta de Lourenço M. para a colecção.








A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

19 fevereiro 2017

«respostas a perguntas inexistentes (360)» - bagaço amarelo

Moamba de Galinha

Não dei pelo tempo a passar. Reparo nisso enquanto olho para o prazo de validade dos pacotes de comida desidratada e latas de conserva que guardo no armário. Na maior parte dos casos já passou. Há, inclusive, uma lata de molho para Moamba de Galinha cujo prazo já terminou há mais de dois anos. Lembro-me perfeitamente de a ter comprado.

- Para que é que queres isso? - Perguntou-me ela.
- Vou experimentar... - Respondi.

E ela sorriu. Depois deu-me a mão e saímos da loja com a ansiedade de um abraço que só se concretizou lá fora, entre a indiferença dos transeuntes que se desviavam do nosso pequeno acto de Amor. Entretanto passaram pelo menos três anos e eu não sei onde é que eles estão. Sei que ela já não me dá a mão nem me abraça e que, ao pôr esta lata no saco do lixo, tenho a sensação que fiz o mesmo com o tempo.
Na é verdade, mas o Amor dá-me sempre esta sensação injusta de que não o aproveitei o suficiente. Neles, no tempo e no Amor, apenas o presente é importante. Tudo o resto, o passado e o futuro, se reduz à magnífica insignificância do Universo. É sempre o presente que nos torna grandes ou pequenos, felizes ou tristes.
É por isso que no curto caminho entre o meu apartamento e o contentor do lixo, que inclui três lanços de escadas e cinquenta metros de alcatrão, consigo revisitar o passado como se ele fosse dentro do saco que transporto na mão direita. Percebo no presente que o probabilismo é o Amor e o Amor é o probabilismo.
Se há uns anos eu soubesse que ia acabar por deixar passar o prazo de validade da lata de molho para Moamba de Galinha, aquele abraço tinha sido outra coisa qualquer. Ainda bem que o Amor nos engana.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Branca de Neve e as feromonas


[Ilustração de Andrew Tarusov]

Postalinho da sereia de pedra

"Sereia na Abadia de Lacock.
Lacock, Inglaterra."
Daisy Moreirinhas



18 fevereiro 2017

«Dos parcos clientes de esquerda e o feminismo» - Cláudia de Marchi

Conversava recém pelo WhatsApp com um cliente e, praticamente, amigo (mas, não desses chatos que ficam puxando assunto tosco! Nós só conversamos sobre política, religião e coisas afins como amigos e transamos quando ele pode vir e paga os R$ 500,00 pela hora, sem mimimi!) sobre a posição politica dos meus clientes.
Segundo ele, homens de esquerda não gostam de sair com acompanhantes, porque acham que isso macula o feminismo. Bem, apontamentos about: homens, o feminismo não é para vocês, certo!? Vocês não servem como “feministos”, basta não serem machistas, quem define o que avilta o feminismo ou não somos nós, mulheres feministas.
Aliás, como feminista digo mais: sua visão, querido esquerdista radical, é machista! O feminismo deu a mim e a todas as mulheres o direito de fazermos o que bem entendemos das nossas vidas e corpos. Eu, uma mulher muitíssimo bem resolvida, resolvi virar escort de luxo. Gosto de sexo e acho que nenhum homem mais vale uma transa gratuita comigo, afora isso eu não quero e nem preciso de relacionamento amoroso, pelo contrário. Óbvio que essa Cláudia de hoje é uma construção intelectual, moral, afetiva e psíquica. Eu não fui sempre “assim”, portanto. Ou seja, se sou acompanhante é porque isso me faz feliz e nenhum pseudo-feministo de esquerda tem o direito de fazer juízo de valor sobre isso. Simples! Tem dinheiro pra pagar? Gosta de sexo bom, sacana e de uma conversa excelente depois? Sinta-se à vontade, a Simone está aqui. Mas, por favor, se desapeguem de estigmas! Eu faço o que faço porque gosto do prazer e, obviamente, do dinheiro não suado e bem gozado... Risos... Não façam elucubrações tolas e, até, preconceituosas e machistas achando que estão sendo mais “dignos” com elas.
Aliás, sempre fico boquiaberta com os machinhos que dizem que “não gostam/não fazem sexo pago”. Os mesmos tolinhos que enchem as menininhas de vodca em festas e “pegam” a desconhecida em seguida e semi-alcoolizada. Pagou dinheiro? Não, comprou com álcool. Ou com “mimimi” cantadinha, “mimimi” eu sou “doutor e dirijo uma BMW”. Enfim, acredite bonitinho, de formas diferentes, mas você já pagou por sexo sim. Talvez mais barato, talvez com quem se venda por futilidades, mas pagou. Sinto lhe informar.
Talvez seu medo seja ter um encontro frio com a acompanhante, mas os meus costumam ser calorosos, descontraídos e animados. Só não são assim quando o cliente é um bobinho retraído, mas, como comigo não tem fingimento, a frustração fica estampada sem disfarce no meu lindo e rosado rostinho.
Aliás, eu faço questão de comunicar, após a pseudo-transa, que se você pretender ser sempre “assim” deve procurar outra guria. Não serviu pra me fazer gozar, dispenso o cliente. Cara, eu gozo muito fácil, tem que ser muito inapto para não me fazer gozar ao menos uma vez né?! Só tive dois clientes assim! E, certamente, eles não voltarão.

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!