13 novembro 2009

Na última fronteira

A minha boca na tua pele, passageira. Lábios que te tocam de forma ligeira, aleatória, beijos suaves gravados na memória do corpo, alto relevo, pintados como rastos na areia deixados por quem passeia numa praia deserta, em forma de arrepio.

Os meus dedos a seguirem o trilho desenhado nesse corpo acordado pela brisa quente da respiração, o bater acelerado do coração nesse teu peito que me chama, o teu olhar que reclama uma passagem por um destino certo desta viagem em que embarco por ti. Toda.
A rota que já percorri, cada passada que fica traçada na tua pele, esculpida a cinzel com a língua que agora te visita onde os olhos pediram, o corpo que se agita em orgasmos que nasceram onde a vida se produz e na mente que se reduz, concentrada, à emergência do prazer.
A minha boca a dizer que não é pouca a vontade de te deixar prostrada, quando der lugar a outro caminho nessa estrada que abres para mim enquanto me olhas assim, perdida algures num ponto do mapa que te descrevo com as palavras que sussurro depois, ao ouvido, enquanto viajamos os dois num tapete mágico, encantado, um delírio que soa ilógico, sem nexo, mas é explicado pelo empenho com nos entregamos ao sexo, a estes momentos em que sublimamos, horas a fio, a intensa emoção que acontece nesta ligação à corrente de um rio que começa numa nascente que brilha como o sol.
A tua boca que me beija o rosto e depois troca, descendente, para onde mais gosto de a sentir, a tua ânsia, e dizes ser urgente satisfazer-me também, as mãos na tua cabeça em movimento de vaivém e eu logo a seguir no caminho de regresso ao aconchego do teu abraço ao corpo que deito sobre o teu, invado o espaço que agora é o meu porque o ofereces sem hesitar e vejo que até esqueces em que lugar nos encontramos, esta cama em que fazemos o amor sem reservas que permite te atrevas a ir longe demais, tanto quanto puderes. E tu vais. Comigo, onde quiseres. Sobrevoamos um campo de trigo e depois mergulhamos num mar tropical, depois de conquistado o espaço sideral onde o som não é propagado como agora podemos constatar, já em terra, quando ambos não conseguimos evitar um grito de guerra em uníssono que marca o final de mais uma etapa, de mais uma volta pelo país da fantasia onde acontecemos, pura magia, num tempo em que no nosso espaço, no nosso momento, só existe uma condição.
Viajarmos sempre para fora deste mundo, numa outra dimensão.

Restos de um jantar

Saberá, Sua Alteza
Que até na mais lógica
Eloquência
Mora o pequeno grão
Que semeia a divagação
Sem nexo
Por isso, desisto da prosa
Eu não sou uma abnegada
Saciada
Acendeste-me um cigarro
Não mo deste; antes
Beijaste-me
Como um homem deve beijar
Uma mulher
(Sem ser a sua, sequer)
Sem rodeios
Pousaste-o na minha boca
Afagaste-me os seios
Eu já não fumei
Só queimei
O cigarro partido
Fumegava
Sem cinzeiro
Sabes, era Janeiro
Abri as pernas
Mas posso jurar
Aqui e agora
(nada demora)
Que, tantas vezes,
Nem sou eu
Que escrevo
Encarno
Uma prostituta velha
Encarcerada, a coitada
Na frustração
Dos seus orgasmos
Masturbados
Sai-lhe dos lábios
Enrugados
O fumo dos meus cigarros…


Duas páginas de banda desenhada - desenhos originais

É sempre entesante (sim, sim...) comprar arte erótica.
Neste caso, estes dois desenhos estavam "expostos" com pedaços de post-it a tapar as partes fodengas.
Os desenhos já moram na minha colecção... e, claro, sem post-its.

12 novembro 2009

O calcanhar de Aquiles



HenriCartoon

Sei-te de cor



Sei de cor
Cada traço da tua pele
Cada sabor expelido
Nos espasmos enfurecidos
Das noites ardentes de amor
Sinto
A chama que irradia em ti
Quando encostas
Teu corpo no meu
E me acaricias lentamente
Grito
Gemidos loucos de prazer
Nessa dança compulsiva
Com que me possuis
E te deitas sobre mim
Abraço teu corpo
Absorvendo do suor escorrido
Na fúria do desejo
Saciado em catadupa
Entre jorros de prazer

Maria Escritos
blog escritos e poesia

Ainda mais porno na padaria

A Didas continua a demonstrar a sua mestria na arte de dar um aspecto diferente às imagens pornográficas, pela terceira vez (esta foi a segunda):


Ginásio


Lago dos Cisnes


"O Charlie já estava arrependido de ter prometido à Vânia que,
se fizessem um «ménage à trois» com a secretária dele,
depois em troca faria o que ela quisesse."

11 novembro 2009

Se aconteceu, há que partilhar!


Depois da notícia que 36% dos utilizadores do Twitter e Facebook actualizavam o seu perfil após o acto sexual, chegou agora à redacção do Blog do Katano a notícia da existência de um site que permite aos utilizadores assinalarem num mapa-mundi o local e o momento exactos da sua participação do acto sexual propriamente dito.

O I Just Made Love, disponível em 14 línguas, baseia-se num mapa Google onde os utilizadores podem anonimamente assinalar o local onde participaram pela última vez numa sessão de "arrebimba-o-malho", podendo ainda acrescentar o tipo de local onde aconteceu (carro, casa, na natureza,...), se foi a primeira vez, se usaram preservativo, as posições utilizadas e se o casal era homossexual ou heterossexual.

No momento em que escrevo estas linhas, o site conta já com cerca de 58.000 registos mas é possível fazer ainda muito mais. Por isso, gentes da blogosfera, toca a assinalar pontinhos no mapa... mas sem abusar!

Sempre quentes


As tuas mãos estão sempre quentes.

Apercebi-me disso de todas as vezes que me tocaste, fizesse calor ou frio, as tuas mãos estavam sempre quentes.

Quando metias a mão no meu peito e me beliscavas, embora eu estivesse quente eu dizia sempre que as tuas mãos estavam quentes. E estavam.

Quando me desabotoavas as calças e me acariciavas, eu estava quente, mas as tuas mãos também.

Sempre quentes. Ardentes.
Perdiam-se dentro de mim em gozo plural e quentes levavam contigo o cheiro de mim.

Um dia, passei a compará-las às castanhas.

Porque essas só sabem bem quando são quentes e boas!

Maridos, Amantes e Pisantes

Ficção de Angelo Defanti - 2008 - 12 min

Com Augusto Madeira, Mateus Solano, Paula Braun

"Um curta baseado num conto de Luis Fernando Veríssimo, provando que cinema rima com literatura e poesia rima com humor... E adultério...
Um quarto. Um marido, um amante, um armário. Dois pisantes. Ah, e uma esposa... e uma equipa de filmagem."




Link directo para o filme aqui.

Globalização

Um dos maiores efeitos da globalização é o facto da língua inglesa se tornar "língua mundial".
E tornando-se uma língua usada em todos os países do mundo, ela passa a influenciar o nosso quotidiano e fundir-se com o nosso próprio idioma. Como os Hot Dogs, Fast Foods e etc.
Mas há uma parte nociva nesse contexto. Que é o facto de nem todos terem o conhecimento dessa língua inglesa e acabarem, assim, usando termos erroneamente. Como o exemplo abaixo:


Capinaremos.com

10 novembro 2009

Acordar

Que estranheza, meu amor:
parece-me que foi a tua dor
que me fez libertar assim
para ti, tudo de mim.
Não, acredita, não é pena,
é apenas uma pouco amena
vontade de te embalar,
vontade de te sussurrar
que tudo vai ficar bem,
que és como mais ninguém,
que estou aqui para ti;
e tudo isso eu senti
quando vi que não posso,
seja qual for o esforço,
a tua dor suspender;
e, eu ali, na dor de ver
percebi, no meu peito
o gemer do amor perfeito
a quebrar para sair
para te acalmar e dormir.




A fonte das gajas


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oglaf.com