Saberá, Sua Alteza
Que até na mais lógica
Eloquência
Mora o pequeno grão
Que semeia a divagação
Sem nexo
Por isso, desisto da prosa
Eu não sou uma abnegada
Saciada
Acendeste-me um cigarro
Não mo deste; antes
Beijaste-me
Como um homem deve beijar
Uma mulher
(Sem ser a sua, sequer)
Sem rodeios
Pousaste-o na minha boca
Afagaste-me os seios
Eu já não fumei
Só queimei
O cigarro partido
Fumegava
Sem cinzeiro
Sabes, era Janeiro
Abri as pernas
Mas posso jurar
Aqui e agora
(nada demora)
Que, tantas vezes,
Nem sou eu
Que escrevo
Encarno
Uma prostituta velha
Encarcerada, a coitada
Na frustração
Dos seus orgasmos
Masturbados
Sai-lhe dos lábios
Enrugados
O fumo dos meus cigarros…
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Uma por dia tira a azia