24 maio 2011

Falar de amor

Falar de amor
não me perturba;
é uma simples
esperança
que me leva no vento,
na maré
ao encontro da lua.
Falar de amor
é permanecer
boquiaberta
perante o desconhecido;
é - talvez -
beijar o (in)feliz
prenúncio
do futuro.

Poesia de Paula Raposo

O Alfredo e a Daisy estragam-me com mimos...

... mas acautelam a minha saúde porque bebem o vinho «Pelada» (da região demarcada do Dão, 2003) antes de me oferecerem a garrafa para a colecção.
Quem São os amigos, quem São?

23 maio 2011

Noite de Poemas by Kikas (Repórter Estrábica)

Eram 19:30 e um trânsito caótico na capital do Império. O motorista ligou-me, muito preocupado, porque estava engarrafado, algures entre o Rato e a Gare Oriente. Entretanto, o JF chegou empolgadíssimo porque vai participar no campeonato mundial de Frisbee e então aproveitamos para discutir tácticas de defesa e ataque que são comuns a qualquer desporto com ou sem bola. Em seguida fomos apanhar a Libelita a Santa Apolónia ... esta mulher é unica e com um manancial de histórias divertidíssimas para contar.
Novidade em primeiríssima mão, a Tita tem uma gravidez psicológica, diagnosticada pela ginecologista ... perdão, pela vet, isso quer dizer que , psicologicamente falando, ela vai ser avó, lololol.
Depois, ficamos a saber que a Libelita descobiu uma nova griffe de “alta sapataria” que se chama “Osga Shoes”. Pois é, enquanto se preparava para o evento, descobriu que dentro do sapato, tinha uma estranha sensação de fofura, o que não a impediu de se maquilhar e vestir com uma simpática osga dentro do sapato. Após verificar que, ortopedicamente, o bichinho estava em perfeito estado de conservação e de ter dado uma beijoca à Tita, lá veio ter connosco, feliz e contente porque o zoo ficava muito bem entregue em ... auto gestão.

Em seguida fomos apanhar a Joana e enquanto esperávamos pela caracterização, a Libelita deu-nos uma lição de “cuisine gourmet” digna duma parceria Isabel do Carmo/Filipa Vácondeus (ou pra outro sítio qualquer). Aproveitei para dar umas dentadas num chausson de maça que tinha na mala (porque nem sequer tive tempo de jantar) e levei logo uma reprimenda de não sei quantas kilo calorias que até me ia engasgando.
Finalmente chegou a Joana, absolutamente deslumbrante, um misto de Madame Pompadour e Cinderela ... um trabalho de maquilhagem artística absolutamente fantástico (a Maria João transforma pessoas em arte viva).

Mais umas voltinhas e chegámos finalmente à Biblioteca de S. Domingos de Rana. Beijinhos e abraços, ao Paulo Moura, Carlos Car(v)alho, Orquita e Paulinha Raposo. Finalmente, ei-la que chega a Poesia, às vezes poderosa, interventiva, solidária outra vezes, subtil, erótica, amante mas sempre sequiosa de quem a leie e divulgue.
Chegou o momento dos autógrafos ... muito brilho, luz e emoções. A Joana escreveu-me uma dedicatória linda e diz que sente um grande orgulho em conhecer uma mulher como eu. Pois eu tive o privilégio de conhecer uma grande escritora mas, muito mais importante que isso, conheci uma grande MULHER. Parabéns Joana, que este seja o início de um ciclo em que as palavras soltas combatam as mentalidades banais e (i)morais.

Finalmente, tivemos cantigas e sinceramente... a TunaMeliches ajavardou completamente uma noite em que era suposto dedicarmo-nos exclusivamente à cultura. E o miúdo, coitado, corou até às orelhas e até encravou o powerpoint no toshiba! Num havia nexexidade... até a Sãozinha estava caladinha ao canto da sala, completamente inibida, acho que ninguém deu por ela, nem tugiu nem mugiu, hahahahaha!
Uma coisa é certa, embora beneficiados pela excelente acústica da sala, o Paulo, o Carlos e o Orca deram show, abençoadas vozinhas e manitas ... violaram até ficarem com os deditos dormentes, caragu!!!!!!!!

Adorei, adorei, adorei e estou desejando conhecer o resto da Tuna. Até Julho e façam favor de levar o Ricardo Esteves. Ele diz que tem de tirar os dentes do siso... tretas, quem lhe arranca os dentes sou eu se ele faltar ao Encontrão.

«Ponto Quê?» - o primeiro livro da Vânia Beliz, a nossa sexóloga favorita


"Às vezes tememos não conseguir perseguir os sonhos, porque temos dias em que tudo parece roubar a nossa energia de continuar.
Às vezes achamos que sonhamos de mais e que não é para nós.
Às vezes invade-nos a lucidez, reencontramos a coragem, não desistimos, e é assim que concretizamos o que sonhamos, como hoje!
Finalmente, o meu PONTO QUÊ? está terminado! Que feliz estou em partilhar esta conquista com todos.
Dia 25 de Maio estarei em Lisboa, no Tea Room LA Caffe, na Avenida da Liberdade (junto ao São Jorge) pelas 18:00 horas, a apresentar o meu primeiro livro.
Envio o convite para que possam marcar nas vossas agendas este dia tão especial e para vos desafiar a um encontro, lá.
Porque, às vezes, há dias que a felicidade não nos cabe no peito, e por isso, temos de a repartir.
Obrigada
Vânia Beliz"


sátiras e erotismos de versos despidos

Era o dia 20 de Maio, pelas 21h30, a noite bela e a Lua cheia...


Contra o obsceno da informação que nos assola em cada momento, contra o hipócrita moralismo, contra os canhões, se quiserem, ou contra os barões, contra os bretões e os espertalhões, mas sempre, sempre em favor de uma vida - está bem, está bem, ponham lá Vida com maiúscula -  por todos merecida, juntou-se uma belíssima mão-cheia de interessados concidadãos em torno do desafio lançado na mais recente sessão das Noites com Poemas, na Biblioteca de Tires-São Domingos de Rana: Sátiras e Erotismos de Versos Despidos.

Em cena disputavam-se os seguintes desafios:

- Carlos Pedro (cápê) - autor de Antes Abril Depois e de Ó Simpático, Vai Um Tirinho? (edições de autor)

- Miss Joana Well - com o lançamento do seu livro Brinquedo de Estranhos, Marioneta de Sonhos (edição da Apenas Livros)

- Paulo Moura (que apresentou à comunidade Miss Joana Well... com raro e persistente brilho, aliás - ainda que nas filas mais afastadas alguns se tivessem queixado de que a conversa estava tão íntima que pouco lhes chegava, pelo que tiveram de imaginar parte do enredo - o que não deixou de ser um exercício erótico)

- Uma versão despojada mas nem por isso menos aguerrida da Tuna Meliches, promovendo um descante trauliteiro e desafiador, apelando à participação de todos, que muito engrandeceu os espíritos.

Não pretendendo ser esta mais do que mera referência à efeméride, para memória futura, por ter contado com vários dos participantes nesta excelentíssima Funda e, eventualmente, para suscitar  que este exemplo frutifique e se multiplique através de quem se afoite e invente cumplicidades, aqui fica o registo.

Sei apenas dizer que as presenças chegaram a rondar as cem almas - todas elas puras ou purificadas - e já passava da 1h30 do dia 21 de Maio quando foram encerradas as hostilidades, a contragosto, ainda, de muitos.

E assim foi. E quem não foi, fosse!

Jáfumega

No Brasil, mulher ganha na justiça o direito de se masturbar no trabalho

22 maio 2011

Tradução do Amor

Procuro
no vocabulário do tempo
na pausa breve que te embala as palavras
Pergunto
ao crepitar das vírgulas
onde ardem pequenos silêncios
que folheiam o dicionário do teu olhar
Encontro e ouço,
as tuas raízes perguntam
se há terra no chão da minha casa
Sim, respondo,
há terra no chão da nossa Casa.

«Amor à primeira vista» - por Rui Felício


Desde sempre, ela tinha duvidado do tão propalado amor à primeira vista, mas agora estava certa que esse coup de foudre que incendiava repentinamente os sentidos, não era afinal uma figura de retórica.
Foi por isso que foi à loja da Rua Ferreira Borges onde há tempos tinha visto entrar aquele rapaz bem parecido, atraente, elegante, e perguntou se sabiam onde morava e o que fazia.
Disseram-lhe que era do Calhabé e que andava a estudar. Encheu-se então de coragem, esqueceu a sua congénita timidez, e resolveu ir até ao Café Aquário que ele frequentava, para esvaziar de uma vez, de dentro do seu peito, esse segredo dolorosamente guardado há mais de um mês.
Com ar melancólico, sentada na sala a abarrotar de gente, ela disse-lhe em voz sussurrada quase sem mexer os lábios, que o amava loucamente, desde que há um mês o vira na Baixa. Pedia-lhe apenas que ele lhe desse a oportunidade de se conhecerem, de trocarem impressões...
Desde esse dia, não pensava em mais ninguém senão nele, quase não comia, acordava de noite a pensar nele ao seu lado, continuava ela a dizer-lhe, numa voz baixa, quase imperceptível, para não ser ouvida pelas restantes pessoas que estavam no Café.
Concentrado na leitura do Diário de Coimbra, de onde por vezes levantava os olhos, com ar alheado, parecia que ele, estranhamente, ainda nem tinha dado pela presença daquela bonita rapariga sentada na mesa ao lado.
Foi então que o Feliciano, apressado, entrou de rompante no Aquário, pediu uma bica ao balcão, e, reparando na presença do seu colega a ler o jornal, elevou a voz e berrou-lhe com o seu potente vozeirão:
- Estás bom Pedro? Não vais às aulas hoje?
Como não tivesse resposta, nem sequer um ligeiro aceno, deu a volta, postou-se mesmo em frente dele e repetiu a pergunta gritando ainda mais alto, perante o ar atónito e espantado da rapariga que não percebia a razão de tanta berraria.
- O seu nome é Pedro?, perguntou-lhe ela no mesmo registo de voz sussurrado com que antes lhe tinha estado a confidenciar a sua paixão.
O Feliciano, virou-se para ela e disse-lhe. Chama-se Pedro, é verdade, mas se quer que ele lhe responda tem de lhe gritar. É surdo que nem uma porta!
E tem a mania de só colocar o aparelho quando está nas aulas, concluiu...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações

Sai! Sai!...

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21 maio 2011

Par a par, qual o melhor?

Brilho

Saboreio todos os segundos da tua presença aqui. Embebedo-me no teu corpo, que me envolve como se me pertencesse.
Alucinada, vagueio sem rumo, volteando como tonta em torno da minha loucura, e chamo-te 'meu amor'. Acaricio com ternura cada contorno do teu rosto, a minha boca vai seguindo a minha mão e deposita beijos em todas as linhas que percorri.

Deixo-me ficar incontida e louca, apoiando-me no teu ombro, durante todas as horas de todos os dias em que nos amámos.
E assim, cansada na exaustão de nos possuirmos, vou desejar que amanhã estejas de novo presente, para me poderes trazer todas as flores que colheste e guardaste no teu coração.

Vou então, poder devolver-te a chama dos teus olhos vivos quando me amavas, naquele silêncio que era só teu....nesta ânsia premente do futuro incondicional.

Texto de Paula Raposo

Pipoca & Nanquim - BD erótica no Brasil