06 outubro 2012

Skrillex & Wolfgang Gartner - «The Devil's Den»


SKRILLEX & WOLFGANG GARTNER - THE DEVIL'S DEN (Unofficial Music Video) from Spy Films on Vimeo.

«tão sozinha e tão contigo» - bagaço amarelo

As cidades despovoadas fazem-se sempre confusão. Fico a olhar para os prédios silenciosos e não percebo onde é que se meteram as pessoas. Não parece que estejam nas suas casas, nas ruas também não estão. São três da tarde e aponto para o que parece ser um café aberto ao fundo da rua. Talvez ali possa beber uma cerveja fresca e comer qualquer coisa, enfim, recuperar as forças. A Sofia quer sorrir, mas já não consegue. Dou-lhe uma pequena e indelével palmada no ombro, como se assim a pudesse ajudar a andar. Não posso.
Dez minutos depois penetro numa imensa sombra ameaçada pelo calor exterior. Sinto o pescoço a arder por causa do Sol e ouço apenas algumas moscas esvoaçantes. De vez em quando há uma que é electrocutada numa lâmpada roxa. Não há ninguém a atender e eu não tenho forças para chamar. Sinto-me cansado e o suor que lacrimeja por todo o meu corpo faz-me sentir desconfortável. Sento-me numa mesa com a sensação de que acabei de escalar o Everest. A Sofia ficou à porta, depois de deixar cair o saco que trazia aos ombros, como se estivesse à espera da morte.
Decidimos percorrer Trás-Os-Montes à boleia na noite em que nos conhecemos. Não tens coragem, disse ela. Pode ser já para a semana, respondi eu. E assim foi. Agora estamos os dois aqui, perdidos numa cidade na qual começava a ter dúvidas que existisse vida, não fosse uma mulher com um rosto esculpido pelos anos surgir duma porta aberta que parece abrigar a escuridão. Peço uma caneca de cerveja e um pacote de cones com sabor a queijo, ela pede um sumo natural de laranja lançando-me simultaneamente um olhar de censura. Não sei por que motivo pedi os cones com sabor a queijo, digo. De repente apeteceu-me, explico-lhe. Ela ri-se. É a primeira vez que se ri em muitas horas. O saco dela continua abandonado na porta.
Ganha cor enquanto bebe o sumo. Ganha vida. Fico a pensar na noite em que a conheci e como a achei logo tão bonita quanto acho agora. Estava aflita para ir à casa de banho num bar e a das mulheres estava ocupada, por isso pediu-me para ficar à porta da dos homens e que não deixasse ninguém entrar. Os homens partem sempre as fechaduras das casas de banho, disse ela quando saiu. Depois convidou-me para um copo.
Gosto de álcool como gosto de música. Emociono-me com ambos, não sei porquê. Foi o que eu lhe disse quando pedi um uísque duplo e ela um cocktail qualquer. Falámos sobre lugares, viagens e sonhos, acabando na promessa sofrida que faríamos esta viagem à boleia. No fim abraçámo-nos algum tempo e senti-a chorar para dentro. Disse-me que os abraços a fazem sentir-se só, embora os adore e precise deles para viver. Os abraços dela são os meus uísques, pensei.
Não gosto nada de ter dúvidas sobre o Amor, mas neste momento tenho. Não sei se a Amo ou não. Sei que só a tenho a ela e que nesta cidade esse sentimento é ainda mais intenso.Não preciso explicar-lhe nada do que sinto. Por qualquer motivo sei que ela sabe de tudo. Faço silêncio e acabo a cerveja. Procuro a senhora para pedir outra mas ela já não está. Provavelmente foi engolida pela porta da escuridão. Como os últimos cones de queijo e lambo os dedos. São bons.
O que é que estás a sentir? Pergunta. E eu nem sei. As cidades despovoadas fazem-me sempre confusão. Fico a olhar para os prédios silenciosos e não percebo onde é que se meteram as pessoas. É como se todos me tivessem abandonado e partido para um lugar incerto. Ao mesmo tempo ser abandonado e tê-la ali ao meu lado sabe-me bem. Os dois sozinhos no mundo, mais uma mulher que aparece e desaparece engolida pela noite, apenas para nos servir cerveja, sumos e cones com sabor a queijo. Sinto-me só, concluo.
É assim que eu me sinto quando me abraças, diz ela. Tão sozinha e tão contigo.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Quem é que tem uma amiga que traz um pacote de café desde Miami (Florida - EUA) para a minha colecção? Quem é? Quem é?

Sou eu! Sou eu!
Obrigada, Suzana R.!


Um sábado qualquer... - «No princípio»




Um sábado qualquer...

05 outubro 2012

«Dobrar o Bojador» - João

"O Cabo Bojador é um marco importante para nós, Portugueses. Devemos a Gil Eanes, que o dobrou em 1434, a astúcia de contrariar a prática da época, de navegar com a costa à vista, e afastar-se para o mar alto onde encontrou ventos mais favoráveis para progredir para Sul. Abriu, dessa forma, o caminho à nossa navegação, que viria a tornar-nos Império. Lamentavelmente, somos hoje pálida amostra. O Bojador havia clamado inúmeras embarcações, por causa de ventos variáveis e uma plataforma continental a muito pouca profundidade. Dobrá-lo, deixá-lo para trás, dar-nos-ia a satisfação de um novo mar aberto a descobertas. Os monstros marinhos que puxavam os homens para as águas, davam lugar a sereias.

A ideia de dobrar o Cabo Bojador continua a ser importante. Para muitas coisas. É uma belíssima metáfora de que nos podemos socorrer sempre que queremos transmitir a alguém a necessidade de abrir novos caminhos, de ultrapassar uma dificuldade, vencer um desafio. E há um desafio que temos dentro das nossas casas e dentro das nossas cabeças, que nos obriga a dobrar, uma e outra vez, todos os Bojadores que se nos apresentam. O desafio de manter as chamas acesas. Já antes aludi às vontades evadidas que resultam dos dias preenchidos que temos. Já não nos sentimos obrigados a viver os dias governados pela luz do Sol. Não vamos para dentro quando a luz desaparece, deixámos de nos deitar com as galinhas, prolongamos as nossas actividades profissionais muito para lá daquilo que se pode considerar compatível com uma vida pessoal, particular, plena, e dessa forma recuamos para as nossas casas num estado de cansaço – quando não também de apatia – que é muito pouco convidativo ao aconchego, que juntando pele com pele, dando espaço às feromonas para fazer a sua magia, envolve as pessoas num suor de algo que lhes deu prazer e depois disso, mesmo que cansadas, felizes.

Entra aqui o Cabo Bojador. Assim como Gil Eanes se afastou da costa, indo além do que era a prática comum, também nós temos de vencer, nas nossas casas, a tentação de ceder ao cansaço, de não iniciar um carinho, um gesto, só porque tudo quanto nos apetece é sentar, deitar, desligar. Depois de dobrarmos o Bojador, tudo se abre à nossa frente. Vemos que valeu a pena, que ganhámos um novo ânimo para derivar em conjunto, em vez de derivarmos sós. Os monstros marinhos, ao largo do actual Sahara Ocidental, não existiam. Os nossos existem, não são marinhos, estão dentro de nós, e cabe-nos dominá-los, para que não nos afundem."

João
Geografia das Curvas

Você comeria num restaurante chamado Fukyu?


Sempre ouço discursos dos pró-capitalistas afirmando que os países desenvolvidos possuem liberdade de expressão (ou como dizem na língua inglesa: freedom of speech).

Uma falácia, como qualquer pessoa esclarecida sabe. Não existe liberdade de expressão para os meros mortais do povo. E não precisamos adentrar em questões mais complexas da política para demonstrar que isso realmente acontece.

No Canadá, um país considerado exemplo de liberdade e bem estar social, a justiça ordenou que um restaurante japonês alterasse o seu nome, pois era ofensivo. O empreendimento, que tinha o nome de "Fukyu", que em japonês refere-se ao nome de um estilo de karateca, um nome reduzido de fukyugata, teve que ser o nome trocado por ter semelhança com a palavra inglesa "Fuck You" (foda-se). As palavras apenas se assemelham na escrita, pois a pronúncia é diferente. Ainda assim, a democracia liberal canadense exigiu a mudança do nome e o restaurante agora se chamará "Kabuki".

É bem provável que não seja permitido sair do restaurante dizendo que ficou satisfeito ou que já está bem comido.



Obscenatório

Ai não?

Porque reclamas amor eterno se defendes que a um amor a sério não se podem impor quaisquer condições?

Post machista



Meninas WTF

04 outubro 2012

Nádegas

Entre as duas nádegas
o pávido sulco
tem aroma de áfricas 

e de uvas de outubro

Dirias que fora
um silvo de morte 

a penetrar toda
a nocturna flora
até hoje intacta
que ainda aí tinhas

Respira
Não fales
Murmura
Não grites

Que travo
de amoras
Que túnel escuro
Que paz no que sofres
por mais uns minutos

o pescoço vergas 

submissa e frágil
tal o de uma
égua 
que vai beber
água
mas encontra a
lua 


E junto da cama
a rosa viúva
com lágrimas brancas
já pede os meus dedos
sacudido apoio
para a viuvez
em que a deixo hoje

Muito mais a
norte 
os queixumes
calas
E nem gemes
Gozas
enquanto te invade
o suco da vara 

vertido no sulco
Vê como foi fácil
Respira mais
fundo.


David Mourão-Ferreira























blog A Pérola

«Diz-me a tua profissão, dir-te-ei como montas o sardão» - Patife

Ao longo dos anos tenho feito um esforço hercúleo, traduzido no elevado número de pinadas, para conseguir traçar rapidamente o perfil sexual de uma mulher. Da mesma forma que já apresentei os resultados dos estudos empíricos “Diz-me que café bebes, dir-te-ei como pinas”; “Diz-me o que comes, dir-te-ei como fodes”; e “Diz-me a tua cor de cuecas, dir-te-ei como quecas”, estou neste momento em condições de apresentar os resultados, há muito prometidos, sobre a minha mais recente pesquisa. Esta teoria estabelece uma correlação directa, e altamente fiável, entre a profissão que as mulheres têm e a forma como gostam de fornicar. O estudo foi feito com base em 517 inquéritos pachecais, realizados presencialmente por via nabal. O grau de confiança é quase tão grande como o meu nabo. Eis as principais conclusões da teoria “Diz-me a tua profissão, dir-te-ei como montas o sardão”:

Recém licenciadas em Direito: Gostam de malhar a direito por pichas tortas. Fazem tudo para subir na vida e na picha. Acção recomendada: Pinar.

Advogadas e Juízas: Regradas no tribunal, desregradas na cama. É uma espécie de compensação. São a Foda-Rainha do desregramento. Adoram ouvir nomes na cama. Acção Recomendada: Pinar.

Engenheiras Químicas: São de combustão fácil. São muito fáceis de levar para a cama e atingem o orgasmo em menos de nada. Acção recomendada: A escolha perfeita para quem gosta de rapidinhas.

Jornalistas: São as melhores sugadoras de cornetas do Universo, precisamente por terem prática diária a meter a boca no trombone. Acção recomendada: Leram a parte de “São as melhores sugadoras de cornetas do Universo”, não leram?

Hospedeiras de Bordo: Adoram ter o nabo hospedado nas bordas. São completamente loucas e estouvadas na cama, o que se explica pela constante falta de oxigenação em grandes altitudes. Acção recomendada: Fugir. Apesar de grandes fodas são capazes de furar os pneus do carro, esfaquear, injuriar, ameaçar e arquitectar grandes peixeiradas públicas.

Secretárias/assistentes pessoais: Dão quecas enfadonhas e gostam de ser chamadas de fofinha ou princesa durante o acto. Gostam de pinar com peluches na cama e têm a fantasia oculta de fazer um threesome com um gajo e com o bicho de pelúcia. O mesmo deve estar repleto de manchas de suco chonal pela quantidade de vezes que já lá se esfregaram. Acção recomendada: Run Forrest, run.

Professoras: Estão habituadas a grandes calhamaços. Se tens uma picha pequena serás gozado. Com uma picha grande podes ficar descansado que sabe manusear-te o calhamaço. Gostam de ir fazendo reparos à actuação. Acção recomendada: Se tens um sardão a partir de 22cm, pinar. Caso contrário, deixa isso para as pichas a sério.

Psicólogas/psicoterapeutas/psiquiatras: Fodem-te a cabeça toda. Mas também te fodem a cabeça toda do nabo. Gostam de fazer uma análise minuciosa após a queca, interpretando cada gemido, cada revirar de olhos, o tempo e ritmo da queca e a quantidade de meita produzida ao mililitro como grau do prazer alcançado. Acção Recomendada: Pinar se não tiveres nada a temer.

Actrizes: Gemem mais do que lhes seria exigido, estão sempre a mudar de posição e a fazer caras para todos os planos possíveis. Sentem que têm um holofote na sua direcção e são muito prestáveis para agradar. Aceitam correções de postura a meia-foda. Se quiserem que continue a brochar basta dizer que o take não ficou bem e ela repete, sem protestar. Acção recomendada: Pinar.

Enfermeiras: Esqueçam tudo o que sabem. Nunca fodem de bata e não andam de collants provocantes. São de alta manutenção pois estão tão fartas de tratar dos outros que só querem que tratem delas na cama. Acção recomendada: São perfeitas para quem gosta de dar mais do que de receber.

Arquitectas: São fodas de alta manutenção. Dão quecas invariavelmente demoradas, sem espaço para improvisos, devidamente projectadas nas suas cabeças e nós temos de nos ajustar a um plano pré-concebido. Assimetrias corporais e falta de sustentação nabal não são permitidas na queca com uma arquitecta. Acção recomendada: A escolha ideal para quem aprecia quecas longas e elaboradas.

Analfabetas: que como toda a gente sabe são virgens do anal. Acção recomendada: Analfabetizar!

Músicas: Dão-te música mas depois, na hora da verdade, armam-se em difíceis. Olham-te de lado se gemes fora do tom. Pinam ao ritmo de uma pauta musical à qual não tens acesso. Acção recomendada: Não vão na cantiga delas.

Polícias: O maior flop da história da fodenguice. São rígidas e gostam de dar ordens. Estão mortinhas para usar o cassetete como strap-on no pacote dum gajo. Acção recomendada: Fugir com o rabo à seringa.

Cabeleireiras: A tatuagem entre as costas e o rabo, também conhecida como tramp stamp, as unhas de gel, as raízes pretas nos cabelos louros ou a permanente não deixam grande espaço de manobra. Acção recomendada: Dão para um bom bico, à falta de algo melhor para fazer.


Patife
Blog «fode, fode, patife»

Proporção cara / cueca


Face to Panty Ratio (2011) from Richard Kern on Vimeo.

Lar doce lar