27 abril 2013

«conversa 1966» - bagaço amarelo

Ela - O meu marido, cada vez que vê um homem muito simpático, pensa logo que é um gay a tentar engatá-lo.
Eu - Isso é preconceito a mais. Ainda pensa que eu ando a tentar engatar-te a ti, só porque sou simpático contigo.
Ela - Não, isso não é um problema. Ele diz que tu és dos gajos mais antipáticos que já conheceu.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Esferográfica do faraó com dupla personalidade

De frente, tem uma coisa descomunal a sair do meio das pernas. De costas, o faraó tem uma coisa descomunal a entrar-lhe pelo rabiosque acima.
A partir de agora, faz parte da «sexão - objectos que não era suposto serem eróticos» da minha colecção.
Gentilmente oferecido pela gerência do restaurante chinês Panda, na estrada de Eiras, que recomendo.


Um sábado qualquer... - «Namoro»



Um sábado qualquer...

26 abril 2013

Homens sensíveis, é melhor não verem este video com uma mulher e uma banana!

Prostituição - a minha história (X)

Des)Articulada

Tudo isto são poemas que eu não consegui rimar
e quando as palavras se conseguem revoltar
puxam-me e atam-me e matam-me e levam-me,
marioneta esticada por cada ponta,
como um brinquedo que se desmonta.

De expressão pintada, não pode fechar
os olhos e assim a boneca dorme
quando se deita e quando se levanta
sem nunca perceber quando está a sonhar.
Tudo isto são poemas que eu não consegui rimar.

Verão de 1997... (...) Mais uns dias e cheguei àquela fase do mês. Aquela fase na qual me foi explicado que deveria comprar uma esponja na farmácia. Ri-me para dentro, entre o divertida e o desconcertada com a ideia, não estava preparada para isso mas também não queria que me julgassem - ainda mais - tonta. Nesse dia, nem fui nem disse nada, quase nem me mexi, vagueei, quase incrédula, pelo que estava a acontecer, o dinheiro estava ali, portanto não estive a sonhar, toquei no meu corpo para sentir que me pertencia, juntar espectadora e personagem principal, foi um "tique" que mantenho até hoje quando me sinto perder-me fora de mim e me apetece voltar, quando me apetece voltar, o conforto desta divisão em duas é sedutor e torna quem o possui mais inconsequente, menos sujeito a si próprio, menos à deriva das emoções. Só telefonei passados três dias, aleguei problemas ginecológicos, cada dia estava mais próxima de mim e mais longe daquilo, já não sabia se queria voltar mas também não queria fechar a porta. Passaram-se cerca de três semanas, todos os dias pensava naquilo mas o rumo do pensamento foi mudando conforme o dinheiro foi diminuindo, quando fazia contas ao que se tinha passado, tive alguns momentos mais pesados mas outros em que nenhuma dificuldade tive, quando fazia contas ao dinheiro a balança tocava no chão, e eis-me à porta, com a mesma estranheza inicial, como se fosse a primeira vez mas soubesse o que se passa ali porque li num livro, a minha vontade refém daquele Mundo do fantástico e do dinheiro, eu prisioneira de mim. (Continua)

Indefesa

Ele pegou no roupão de banho, tirou o cinto e com ele amarrou-me suavemente as mãos. Depois foi a vez dela. Com outro cinto, prendeu-me os pés. E eu aqui estou na cama, nua, atada e indefesa. Ao meu lado, também ela está nua. Vejo-a subir os joelhos e afastar ligeiramente as pernas. Apenas o suficiente para poder encaixar a cabeça dele. Ele é um “gourmet”, gosta de saborear vulvas devagar. Pelos gemidos dela consigo imaginar o que ele está agora a fazer. Já senti muitas vezes a língua dele no meu interior e sei quão ágil pode ser. Olho para o sexo dele. Nota-se bem, pelo volume, que o que a língua faz nela também transmite efeito no corpo dele. Neste momento, apetecia-me tocar-lhe com as mãos, com a boca, fazê-lo contorcer-se como ele está a fazer a ela. Apetecia-me gritar tão alto quanto possível como ela agora, naquele misto de face de dor e prazer que sempre me fascinou nela. Mas eles não quiseram que eu participasse no jogo dos dois, por crueldade. Ataram-me para não lhes tocar.  Não sabem (ou talvez saibam) que neste momento tenho ainda mais prazer do que eles. O prazer da antecipação, aquele que eu sinto neste momento  enquanto aguardo por eles, é só meu. Saber que daqui a pouco tenho os dois só para mim deixa-me à beira do orgasmo.  É egoísmo da minha parte, eu sei. Mas eles  merecem o meu egoísmo, os deliciosos cuéis.

Conto de fadas

25 abril 2013

«Medo do palco» - publicidade dos televisores LG

Hoje tive esta prendinha da Google

Como a Google sabe que eu nasci em 25 de Abril de 1974, tive esta surpresa quando fui fazer uma pesquisa:


Marilyn Chambers numa conferência de imprensa de promoção do filme «Insaciável», em 1980



Marilyn Chambers appearing at a press conference to promote her film Insatiable at the Pussycat Theatre, Los Angeles, July 13, 1980 © Donna Santisi

Via Danish Principle

São rosas, Senhor!

É grande a dificuldade que sentimos quando precisamos que um homem se coloque de “quatro” ou, pelo menos, se disponha a oferecer-nos as nádegas com a descontracção necessária a uma boa prática do que se seguirá.
A situação inversa, uma mulher de rabinho voltado para o macho, parece ser aceitável e muito promissora.
As posições são, no entanto, vantajosas para ambos e as reticências colocadas pelo elemento masculino quando lhe é proposta esta situação, transpira uma certa insegurança e o receio do dildo que sossegado repousa no móvel mais próximo.
O anilingus, rimming para os amigos, é um dos mais voluptuosos dos preliminares de que há memória. Exige, aliás como todo o projecto de actividade sexual, um duche eficaz e uma depilação cuidadosa, mas, cumpridas estas prerrogativas, torna-se digno de figurar no catálogo de Eros.
O exercício do rimming e as suas “regras”, são comum aos dois sexos e o acesso ao pénis, aos testículos ou à vagina está facilitado, bastando para tal que as pernas estejam afastadas e que, no caso do homem, o empurrar a erecção de modo a que o falo fique ao alcance da parceira, não é inconveniente e, pelo contrário, o toque da língua na glande colocada desta forma imprevisível, provoca comoções e sensações absolutamente surpreendentes.
O ânus deve ser tacteado com cuidado, salivado e friccionado levemente em círculos vagarosos. O esfíncter tem de relaxar e nesta primeira fase um dedo basta para fornecer a confiança necessária ao receoso e apreensivo alvo. Com paciência, acabaremos por perceber que os músculos que resistem à invasão, começam a afrouxar e a distender, alargando a rodela aparentemente interdita.
A língua tocará com a leveza de um insecto alado no centro já disposto a receber o que nos aprouver doar. Rodemos a saliva, devagar, encharcando e inundando todos os espaços que se nos oferecem.
Afastemos as nádegas com ambas as mãos de modo a termos aberto e oferecido o ânus que já temos convencido. A língua penetrará devagar, sempre ondulando, e percorrerá toda a extensão de uma paisagem dificilmente visitada.
Em breve, as nossas mãos deixarão de ser necessárias, porque teremos as nádegas afastadas pelas mãos do dono, em desespero.
Com intervalos razoáveis, devemos masturbar o homem, salivando-lhe os testículos por onde passa o pénis puxado para trás, sorvido e sugado pela ardência da nossa boca. O clítoris, no caso em que o rimming está a cargo do macho, pode ser titilado por nós ou pelos dedos livres que o macho pode introduzir na vagina movimentando-os ao ritmo da língua que se entranha ou desenha círculos de incêndio.
A prática não tem tempo estipulado, como é evidente, e a posição de oferta do ânus, embora limitada, pode variar. Deitados, com uma almofada volumosa e rija debaixo dos rins, de pernas erguidas ou flectidas e presas pelos braços, o exercício do rimming adquire outro sabor, não menos voluptuoso do que o descrito. O encontro de variantes é um processo que se deve deixar liberto e entregue à fantasia.
Há, no entanto, um pormenor a ter em conta. Se executado com perícia, afinco e sabedoria, pode facilmente de preliminar passar a orgasmo descontrolado e enlouquecido e teremos então espasmos, esperma, gemidos, fluidos, murmúrios e gritos ainda no início do caminho que a procissão teria de calcorrear. Uma outra possibilidade é, caso a posição adoptada pelo homem seja a deitada de nádegas erguidas e pernas flectidas, vermos os jactos de esperma, lançados como mísseis de longo alcance, a atingirem os olhos do pobre macho que acabou por sentir que afinal tem muito mais ânus do que aquele que assumia.

Camille

«Stephanie» - por Luis Quiles


"Diferentes versiones de algunos de mis dibujos sin la censura." [3]

Luis Quiles

24 abril 2013

«Explosões no céu» - João

"E então, sem aviso, a tua mão agarrou a minha. Senti os teus dedos deslizar por entre os meus, as tuas unhas vincar um pouco a minha pele. Senti a tua respiração diferente, e todos os sinais estavam ali. Pediste-me que dissesse algo. Horas antes pediste-me que te dissesse alguma coisa, depois de termos avançado, pela penumbra, em direcção um ao outro. Num abraço silencioso. Foi sofrido, sabes? Todo o caminho até ali foi sofrido. E quando finalmente nos tocamos num abraço tão curto, quem falava por mim era o meu coração palpitante, cheirando-te, agarrando-te, desejando o teu corpo e a tua alma numa dimensão que não consegui nunca medir.
Naquele momento eu estava num cinzento, algures, e no céu havia explosões. Grandes, barulhentas. Tu eras a minha explosão no céu. Água para um sedento, paliativo para um sofredor. Lembro-me de uma história:
As linhas rectas não existem. Tudo o que é recto é uma ilusão. As coisas rectas são aquilo que temos a pretensão de ser, é o que gostamos, o que nos ensinaram. As coisas rectas são simples. Desliza-se por elas como crianças num escorrega, seguem-se sem esforço, sem cansaço. As linhas rectas que nos separam, meridianos ou paralelos, as linhas rectas que nos fazem a todos um pouco ortogonais, são as linhas que separam os brancos dos pretos, o monocromático do policromático. As linhas são falsas. Somos nós que as construímos, somos nós que as erguemos desde o chão até ao céu, onde compartimentamos o azul. O problema, para nós, é quando as linhas abanam. Achamos que somos poderosos, que temos o poder, em nós, de segurar as altas barreiras apenas por nos encostarmos a elas de costas fincando os pés no chão. Mas cedo o vento vence, cedo o peso força, e os pés enterram-se mais no solo, e os joelhos fraquejam.
E é nessa altura que dou por mim a pensar novamente nesse joelho que vejo, nessa coxa que me convida, na mão que quer fugir por ti, que te procura. É então que um beijo foge, que os lábios se abrem timidamente, que eu percebo que te quero, por um instante, ou dois. Seja longo, seja curto. Desde que seja. Sem brancos, nem pretos. Porque não existem, porque não cabe tudo neles, porque há emoções que transbordam como líquidos viscosos, devagar, por onde o espaço se abre. Bem vês, eu não posso forçar-te a foder-me. Talvez tu quisesses isso. Talvez fosse mais fácil para ti adicionar ao desejo que já sentes, um empurrão forte que te rasgasse as roupas e tirasse toda a hipótese de resistir. Talvez quisesses ser mulher a correr na Ilha dos Amores, com pequenas risadas que a cada passo te reduzem a distância face a quem te persegue. Talvez queiras muito ser tomada, amarrada, empurrada contra qualquer coisa, e apenas dar, abrir, sentir. Tudo isso pode acontecer. Mas não pode forçar-se. No dia em que me foderes, será porque decidiste fazê-lo. No dia em que me foderes, voltaremos a ver explosões no céu. Como antes, como nunca."

João
Geografia das Curvas