23 junho 2013

20 anos dos D'Artesão

"Boa tarde

Para quem se interessar e estiver disposto a vir ao bar À Capella em Coimbra, dia 28 de Junho às 23h00.
E, claro, estão convidados a aparecer.

Texto de apresentação:
O erotismo constitui-se de desejo e imaginação, de liberdade e transgressão. É acção estética que inflama o prazer e o prolonga através do seu caracter íntimo , velado e secreto. Eis a elegância da sensualidade, da paixão e da ebulição emocional, enfim do erotismo.

A literatura erótico-satírica desnuda os desejos íntimos, dotando-os de corpo humano e acendendo a imaginação voluptuosa, oferecendo encenação e graça ao mesmo tempo que desafia a simples vulgarização e mecanização da sexualidade.

Com o intuito de dar a conhecer essa realidade poética, os D'Arte São constituíram-se há vinte anos (o primeiro espectáculo ocorreu a 25 de Março de 1993) tendo, desde essa altura, actuado um pouco por todo o país. No espectáculo de poesia-performance agora proposto, é feito um percurso por textos de consagrados mestres da literatura universal, numa partilha com o público da oralidade poética, onde os aspectos mais festivos da poesia terão lugar de destaque.

Autores:
Ovídio - (43 ac - 17 dc)
J. W. Goethe - (1749-1832)
Alvaro Magalhães - (1951-)
João de Deus - (1830-1896)
Adília Lopes - (1960-)
Cesáreo Verde - (1855-1886)
Guillaume Apollinaire - (1880-1918)
Nuno Bragança - (1929-1985)
Luis Pacheco - (1925-2008)
Fernando Lemos - (1926-)
Carlos Drummond de Andrade - (1902-1987)
Natália Correia - (1923-1993)
António Lobo Antunes - (1942-)
Júlio Machado Vaz - (1949-)
Alberto Pimenta - (1937-)
Ary dos Santos - (1936-1984)
Bocage - (1765-1805)
Fernando Correia Pina - (1954-)
Francisco Eugenio Tavares - (1867-1930)
Guerra Junqueiro - (1850-1923)
Marcial, Catulo e outros autores romanos - (Séc. 1ac-séc1 dc)

Abraço
João Curto"


100 palavras (brasileiras) para Vagina

A minha colecção vai ter um espaço de exposição permanente

Pensei que gostariam de saber que o Acordo de Parceria está assinado por ambas as partes.
Estou toda molhadinha.
Tanto esperei por este dia...

«Circulação monetária» - por Rui Felício


Era conhecido no bairro onde morava, como um simpático estoira-vergas, sempre envolvido em noitadas com muito álcool, discotecas, mulheres, patuscadas...
A meio do mês já costumava ter o dinheiro do ordenado totalmente espatifado, mas a Dona Gertrudes, sua mulher, ia segurando as pontas do orçamento familiar com os proventos que amealhava com os trabalhos de modista bem afreguesada que, de manhã à noite, ia executando em casa.
Mas depois de o Adrião Monteiro ter caído no desemprego e, especialmente, quando se esgotou o período em que andou a receber o magro subsidio, as coisas complicaram-se.
A Gertrudes trabalhava cada vez mais, mas, felizmente, tinha conseguido arranjar uma boa cliente, uma senhora que lhe encomendava belos vestidos.
Via-se que era uma senhora fina e que lhe pagava pontualmente o trabalho.
O Adrião, apesar das dificuldades financeiras, continuava a fazer o mesmo tipo de vida que fazia antes.
Andava até enrolado com a Carmen, uma espanhola de Málaga que há tempos conhecera numa boite de alterne dos arredores.
Estava-lhe na massa do sangue!
Passava as tardes fora de casa, prolongando muitas vezes as ausências pela noite dentro, sempre à custa dos dinheiros que pedia à Gertrudes que, condoída, achava que ele precisava de espairecer.
- Meu amor, custa-me tanto ter que te pedir, mas não me consegues arranjar cem euros?, perguntou, naquela manhã, o Adrião à mulher, enquanto lhe afagava o cabelo com carinho.
A Gertrudes virou para ele os olhos cansados, desfez-se da agulha e da linha com que costurava, sorriu-lhe e retribuiu o afago acariciando-lhe a mão.
Levantou-se e foi ao quarto onde tinha guardada uma nota de cem euros num pequeno guarda jóias de louça.
Desdobrou-a e reparou que alguém tinha escrito num canto, os dizeres:
“Nunca mais voltarás à minha mão”
Achou graça e escreveu a lápis, por baixo dos tais dizeres:
“Nem à minha!”
Voltou à sala e entregou-a ao marido que, refastelado no sofá, seguia atento o Big Brother.
- Obrigado meu amor. És uma querida, disse o Adrião, levantando-se e dando-lhe um beijo fugaz na face, metendo, apressado, a nota no bolso.
Dirigiu-se ao hall, mirou-se ao espelho dando um toque na madeixa de cabelo que lhe descaía para a testa e, antes de sair, ainda afivelou um ar pesaroso e perguntou à mulher:
- Se calhar este dinheiro faz-te falta, meu amor...
- Não te preocupes, querido. Hoje vou receber cem euros do vestido que fiz para aquela senhora fina de que te falei e que ultimamente me tem encomendado muitos trabalhos.
O Adrião saiu, mais descansado, e foi à sua vida.
Ao fim da tarde voltou, beijou a Gertrudes ainda agarrada à máquina de costura e sentou-se no sofá.
- Olha meu querido, já cá veio a tal cliente e pagou-me os cem euros do vestido, disse a Gertrudes, sorridente abanando a nota que tinha recebido.
Ao fazê-lo, reparou que, tal como a outra, tinha uns dizeres escritos por alguém.
Olhou melhor e nem queria acreditar!
A nota era a mesma, não havia dúvidas. Lá estava no canto, a lápis, com a sua caligrafia:
“Nem à minha!”
- Pode lá ser? Ripostou o Adrião, com o coração descompassado...
E em voz quase inaudível:
- Como é que se chama essa tua cliente?
- É a D. Carmen, respondeu pausadamente a Gertrudes...
Porquê, conhece-la?
- Eu? Não, nunca a vi, articulou a custo o Adrião.

EPÍLOGO
A D. Gertrudes divorciou-se e hoje é uma empresária de sucesso. Ficou com um hábito para o resto da vida. Não há nota que lhe passe pela mão que não lhe escreva uma marca identificativa...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Linguado


Lânguido, húmido e persistente era o seu beijo sempre que mutuamente nos escamavámos na viscosidade escorregadia das nossas secrecções. Eu era a sereia a espanejar a cauda e ele um tritão, dois seres completamente imaginários para aconchegar as nossas solidões como sardinhas em lata.

Podia nem haver palavras ou apenas as de circunstância que aquilo era como ir à enfermaria tomar uma vacina contra a tristeza e stress diários e ambos sabíamos disso que a puta da idade não permite acreditar em ilusões por mais que breves minutos.

E com as hormonas de prazer assim diluídas na corrente sanguínea lá íamos às nossas vidinhas ordenadas em mil ficheiros de obrigações de horários de trabalho, créditos bancários, filhos e cadilhos, como se tivéssemos todo o tempo do mundo para viver a vida noutra altura.

Sabe, Senhor Doutor, o linguado não me mata o desejo e como o azeite, apenas vem a cima para aspirar o pó dos dias.

«Monstro auto-chupador»


Via Penelope Gazin

22 junho 2013

«The Script System» - por Milo Moiré


"The Script System" from Milo Moiré on Vimeo.

«conversa 1989» - bagaço amarelo

(no carro dela)

Ela - Tenho que ir pôr gasolina.
Eu - Mas... ainda tens o depósito a meio.
Ela - Nunca deixo passar disto. Tenho medo de me distrair e ficar parada, sem gasolina, num sítio qualquer.
Eu - Está bem, compreendo. Mas pôr já gasolina quando ainda tens meio depósito é um exagero. Com o que tens fazes pelo menos duzentos quilómetros...
Ela - Não me interessa. Vou encher o depósito e pronto.
Eu - Pronto, okay... tu é que sabes...
Ela - Antes de me divorciar, acho que a última discussão que tive com o meu marido foi igualzinha a esta.
Eu - Que discussão de merda para se ter.
Ela - Estás a ver?! Achas que é uma discussão de merda para se ter entre marido e mulher, mas não achas que seja uma discussão de merda para se ter entre dois amigos.
Eu - Na verdade também acho.
Ela - Então porque é que começaste a tê-la comigo?!
Eu - Não sei... só estava a dizer que é muito cedo para pores gasolina...
Ela - Não, não. Estavas a criar uma discussão onde ela não devia existir.
Eu - Mas se ainda tens meio depósito...
Ela - E pensas que não sei isso?! Sou burra ou quê?! Eu sei que tenho meio depósito, mas o meu método de pôr gasolina é este. Podes ter respeito pelo meu método de pôr gasolina no meu automóvel?
Eu - Posso. Já cá não está quem falou.
Ela - Ah! Bom!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Tiara em plástico para festas

Há tanta diversidade de peças modernas com toques de malandrice que seria impossível abarcar tudo numa só colecção, além de serem peças que, na sua maioria, não têm grande interesse.
De qualquer forma, tenho na minha colecção algumas peças exemplificativas destas... modernices. Como esta tiara em plástico, especial para despedidas de solteira:



Um sábado qualquer... - «Argumentos»



Um sábado qualquer...

21 junho 2013

SobreKarga (banda do Chile) - «Historia de un Malón»


SobreKarga / Historia de un Malón / NSFW / Videoclip Oficial from Alvaro Pruneda on Vimeo.

Roma: diz que é amor ao contrário e assim.


Ai Sãozita, fui visitar Roma. Sim, a cidade que significa amor, mas ao contrário. Onde se come muita e boa pasta e gelados com sabores que nunca mais acabam. Sim, acabei por trazer 3kg a mais (e não foi na bagagem). O que me vale é que ouvi dizer na rádio que a almofadinha abdominal da gaija é coisa que o gaijo considera sexy. Por isso, siga!
Tinha as expectativas muito elevadas quanto aos italianos com os quais me poderia cruzar na rua: diziam-me que eram giros, de olho claro. Pois, está bem. Mas deviam ter estado TODOS a trabalhar durante os dias da minha visita. O único assim mais para o apessoado que vi acabou por ser mesmo na igreja. E era o padre.
Fiquei com as expectativas muito elevadas quando a guia me disse, no Vaticano, que iríamos ver uma escultura de um homem perfeito e blá blá blá... mas tudo o que resta é isto.
 


Uns com tão pouco e outros com tanto. A via delle tre pile, ali mesmo a cruzar com a via spagheti (que eu inventei, não existe no mapa nem sequer em Roma!) a fazer lembrar que nem tudo são estátuas com, ou melhor, SEM!
 


Não encontrei italianos lindos de morrer, mas delirei no Coliseu e no Panteão. E vá, uma ou outra igreja assim para o maravilhosa. Há coisas que se repetem nas ruas de Roma: igrejas, farmácias, gelatarias e lojas de cigarros electrónicos (deve ser moda!).

Beijinho bom na FundaSão!