10 dezembro 2013

Acessórios de peças de teatro da Tuna Meliches nos Encontra-a-Funda (encontros do blog «a funda São»)

A Tuna Meliches é, desde sempre, o grupo sargento (não há oficial) do blog «a funda São».
E, ao longo de 10 anos e 19 encontros (Encontra-a-Funda) já por diversas vezes apresentaram as suas músicas e diversas peças de teatro.
Alguns desses acessórios fazem parte da colecção.


Acessório usado pelo "fodaz Ribeiro, preto na cara, enorme no mangalho" na peça de teatro da Tuna Meliches baseada no poema «Ribeirada» de Bocage e apresentada no 5º Encontra-a-Funda (encontro do blog «a funda São») no Porto - 23 a 25-06-2006.
Trabalho da Celeste Rafael.



Traje usado pelo "de Vénus o filho, o deus Priapo" na mesma peça de teatro.
Trabalho da Lurdes e do Antonino Silva.


Acessório da vulva das cabrinhas que os pastores... apascentavam no presépio, na peça de teatro «Auto na tal» da Tuna Meliches apresentada no 6º Encontra-a-Funda (encontro do blog «a funda São») em Setúbal - 18 a 19-11-2006.
Trabalho da TriMargarida.


Roupa e acessórios do Gil Vicentezão, narrador da edição especial da peça de teatro «Auto das Danações» de Jorge Castro.
Em 2006, num passeio de barco no Sado por ocasião do 6º Encontra-a-Funda (encontro do blog «a funda São»), o coleccionador sugeriu ao Jorge Castro (OrCa) que escrevesse uma peça de teatro, à moda de Gil Vicente mas com personagens dos tempos modernos. Passados menos de 3 meses, o OrCa tinha pronto o «Auto das Danações - versalhada em um acto, que o tempo não está para desperdícios que não atem nem desatem», que foi levado à cena pela Tuna Meliches, em Caria, na Quinta do Panasco, no 7º Encontra-a-Funda - 23 e 24-06-2007.
Trabalho de Celeste Rafael e Paulo Moura.

09 dezembro 2013

Aprendam a dançar Doundounba


Naked African Dance 2: Nude Doundounba! (All Levels) from Naked Yoga School on Vimeo.

«respostas a perguntas inexistentes (259)» - bagaço amarelo

Depois do meu divórcio e antes do meu novo casamento, marquei diversos encontros com mulheres um pouco por todo o país. Alguns correram melhor, outros pior. Algumas dessas mulheres ficaram minhas amigas, outras nem por isso. Lembro-me com frequência de alguns desses encontros, doutros nem por isso.
Alguns amigos meus, com base num pensamento a que arrisco chamar mais conservador, criticaram-me ou avisaram-me, sempre com as melhores das intenções, que não é através de encontros com desconhecidas que se deve conhecer uma mulher. Ainda hoje discordo, até porque se se conhece uma mulher, é porque até então ela era desconhecida, seja numa saída à noite, numa inscrição num workshop de dança ou outra coisa qualquer. Eu queria conhecer pessoas. A internet é apenas um (mais um) meio para o fazer.
Apesar da minha actual relação ter sido uma das maiores coincidências da minha vida, creio que mesmo a maior, acabou por ser essa a via para a relação mais longa que já tive com uma mulher depois de me ter divorciado. Por isso, e independentemente da coisa continuar a resultar por muito mais tempo ou não, não me arrependo.
Hoje, daquilo que mais me lembro dos meus encontros, é sobre como nos apresentamos ao outro e o que realmente somos. Nunca corresponde, ou quase nunca. Talvez por isso os ingleses lhes chamem blind date (encontro às cegas). Muitas vezes fui ter com mulheres que nunca tinha visto, nem sequer em fotografia, mas das quais fazia uma ideia. Aliás, fazemos sempre uma ideia sobre como são os outros, seja alguém com quem conversamos na net, seja um locutor de rádio ou outra coisa qualquer.
Entre esta distância que separa a forma como nos vemos e aquilo que realmente somos, existe também a variável do que somos e do que queríamos ser, variável essa que pode ser muito cruel. Acho que foi por isso mesmo que na primeira vez que vi a Anabela ela estava a chorar. É assim que me lembro dela hoje, sete anos depois. A chorar.
Saí de Aveiro num fim de tarde em direcção a Coimbra para tomar um café com ela. Nunca a tinha visto, mas a descrição dela, feita por ela mesma, revelava uma mulher morena de um metro e sessenta e cinco, magra, lábios grossos, tímida e que se escondia frequentemente nos seus longos cabelos negros.
A primeira conclusão a que cheguei é que é que se atrasava bastante, porque apesar de termos combinado às oito da noite num café central, às nove ainda não tinha vislumbrado ninguém que se assemelhasse a tal apresentação. Foi nesse momento que uma "outra" mulher, loira, de cabelo curto e certamente com mais de cem quilos, se sentou na minha mesa a chorar. Estava ao meu lado, em segredo, desde o princípio, a ganhar coragem para se revelar.
Pediu-me mil desculpas por me ter feito andar tanto em busca do inexistente. A sua descrição baseara-se na minha assumida admiração pela Mayra Andrade.

- E o que é que bebes? - Perguntei como que querendo fugir àquela pequena explosão do meu dia.
- Não estás zangado?
- Estou zangado com o mundo. Contigo, obviamente que não.
- Tu também não és bem o que eu estava à espera... - concluiu.

Eu não era o que a Anabela estava à espera. A Anabela não era o que eu estava à espera. Depois mandámos vir vinho, bebida que nos acompanhou numa conversa até às três da manhã, já no seu pequeno apartamento. Dentro daquilo que não éramos, ficámos amigos até hoje. Estava aqui a pensar na quantidade de vezes que dei de caras com mulheres que correspondiam fisicamente ao que diziam, mas com quem não fui capaz de dividir um copo desse néctar da amizade que é o tinto maduro.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Luís Gaspar lê «Cinco horas» de Mário de Sá-Carneiro

Minha mesa no Café,
Quero-lhe tanto… A garrida
Toda de pedra brunida 

Que linda e que fresca é!

Um sifão verde no meio 

E, ao seu lado, a fosforeira
Diante ao meu copo cheio
Duma bebida ligeira.

(Eu bani sempre os licores
Que acho pouco ornamentais: 

Os xaropes têm cores
Mais vivas e mais brutais).

Sobre ela posso escrever 

Os meus versos prateados, 

Com estranheza dos criados
Que me olham sem perceber.

Sobre ela descanso os braços 

Numa atitude alheada,
Buscando pelo ar os traços 

Da minha vida passada.

Ou acendendo cigarros,
— Pois há um ano que fumo
-
Imaginário presumo
Os meus enredos bizarros.

(E se acaso em minha frente
Uma linda mulher brilha,
O fumo da cigarrilha
Vai beijá-la, claramente…).

Um novo freguês que entra
E novo actor no tablado, 

Que o meu olhar fatigado
Nele outro enredo concentra.

E o carmim daquela boca
Que ao fundo descubro, triste,
Na minha ideia persiste 

E nunca mais se desloca.

Cinge tais futilidades

A minha recordação,
E destes vislumbres são

As minhas maiores saudades…

(Que história d’Oiro tão bela

Na minha vida abortou:

Eu fui herói de novela
Que autor nenhum empregou…).

Nos Cafés espero a vida
Que nunca vem ter comigo:
— Não me faz nenhum castigo,
Que o tempo passa em corrida.

Passar tempo é o meu fito, 

Ideal que só me resta: 

Pra mim não há melhor festa, 

Nem mais nada acho bonito.

— Cafés da minha preguiça,
Sois hoje — que galardão!
— 
Todo o meu campo de acção
E toda a minha cobiça.

Mário de Sá-Carneiro
(Lisboa, 19 de Maio de 1890 — Paris, 26 de Abril de 1916) foi um poeta, contista e ficcionista português, um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu.

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Chupetinha


Foto de José Manchado

Via Danish Principle

08 dezembro 2013

«Charizard» - curta-metragem Porta-Curtas

Drama
Prémio Porta Curtas
Director: Leonardo Mouramateus
Elenco: Daniel Pizamiglio, Geane Albuquerque, Luiz Otávio Queiroz, Marcel Cozzolino
Duração: 15 min
Ano: 2012
Brasil
Sinopse: A semana em que Virna resolveu se separar do namorado para ficar comigo, foi a mesma semana em que me ofereceram um emprego temporário de caseiro. Um ensaio sobre o corpo e a juventude ao som pulsante de música electrónica.

«O Humberto dos adágios» - por Rui Felício


O Café Samambaia estava cheio. Os clientes habituais e mais a malta vinda de vários lados de Coimbra e do resto do País que se aprestava, sob a batuta do Rafael, para mais uma jornada de convívio esgotavam todos os lugares do espaçoso café. Lá dentro e cá fora na ampla esplanada, nenhuma mesa livre.

Aquela bela mulher, curvilínea, irrepreensivelmente vestida, desconhecida de todos, atraía os olhares dos homens, uns de forma disfarçada, outros de maneira ostensiva.
Caminhando por entre as mesas, a Marília tentava descobrir, sem êxito, um lugar para se sentar. Fixou os olhos negros, amendoados, numa mesa, lá ao fundo onde se encontrava o Humberto sozinho, absorto na leitura do Diário de Coimbra.
- Desculpe-me estar a incomodá-lo, mas não consigo encontrar nenhuma mesa livre. Importa-se que me sente à sua?
O Humberto levantou os olhos do jornal, espantou-se pela beleza daquela mulher, puxou uma cadeira e convidou-a a sentar-se, indiferente aos sorrisos da malta que seguia a cena:
- Faça favor! Guardado está o bocado para quem o há-de comer!
A Marília sorriu, sentou-se e agradeceu:
- É muito simpático. Reparei que foi o único homem que, educadamente, não me comeu com os olhos enquanto eu procurava lugar.
- Estava a ler, e enquanto se cava na vinha não se cava no bacelo - esclareceu o Humberto com um sorriso.
- Você, além de simpático, educado e atraente, é muito engraçado. Está sempre a citar provérbios, disse a Marília com uma gargalhada. E vê-se que é um homem polido e de boas maneiras.
- Polidez pouco custa e muito vale, respondeu-lhe o Humberto pousando delicadamente a mão na mão dela.
A Marília gostou daquele toque fugidio e carinhoso e retribuiu, pegando-lhe na mão e olhando-o melancolicamente.
O Humberto quebrou o silêncio:
- O que está feito, feito está...
- Como se chama? Gostaria de o conhecer melhor, atirou a Marília...
- Humberto é o meu nome. Mas é pelo voo que se conhece a ave.
- Julgo que devíamos voar nas asas da fantasia, incentivou ela, sentindo as caricias que os dedos dele faziam nos seus.
O Humberto alongou-se na sua resposta:
- Barco parado não faz viagem. Podemos encontrar-nos logo à noite, se quiser...
- Hoje não posso. Mas podemos ver-nos amanhã, disse ela.
- Claro que sim. Há mais marés que marinheiros!
. . . . . . . . . . . .
No dia seguinte jantaram, à luz das velas, num restaurante do Parque Verde e apanharam um táxi para casa dela ali para os lados de Montes Claros.
Na sala, beberam um copo, dançaram ao som suave de uma música romântica, sob a ténue e cálida luz de um candeeiro de mesa e uma hora mais tarde beijavam-se sofregamente.

Já deitados, as carícias trocadas, o calor dos corpos nus, os sussurros, endoideciam a Marília que, descontrolada, lhe pedia que fosse até ao fim.
O Humberto disse-lhe em voz rouca:
- Devagar se vai ao longe, minha querida... e, não te esqueças, que grão a grão enche a galinha o papo.
Mas a Marília já não podia esperar mais e o Humberto, embora se esforçasse muito, não estava a conseguir.
- Não é por muito madrugar que amanhece mais cedo - justificou-se o Humberto, com alguma vergonha.
Ela fez tudo o que pôde para o ajudar mas ele derrapava, gemia, e nada!
Já irritada, ao fim de duas horas de esforços infrutíferos, gritou-lhe:
- Então?!
O Humberto, deixou-se cair para o lado, exausto, e só foi capaz de dizer:
- Roma e Pavia não se fizeram num dia!

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Enchidos


O seu paleio de encher chouriços não seria das coisa mais saborosas. Que não era. Mas afiambrar-lhe a farinheira até sentir o odor dos fumados sempre era uma petisqueira que a vida também se atesta com estes pequenos nadas.

Só estranhava que nas nossas matanças do porco apenas no final ele soltasse um grunhido abafado como se o gato lhe tivesse comido a língua e sugeri uma receita mais apimentada de uma dúzia de vocábulos de calão para estas ocasiões. Ele tentar articular palavras, tentou. Enunciou florinha, gatinha e outras alegorias terminadas em inha que só diminuíam a minha vontadinha. Cheguei a pensar que era tamanho o afluxo sanguíneo aquela parte do corpo que mais se assemelha a um enchido que isso o impedia de movimentar as cordas vocais ou lhe falhava a energia para fazer a ligação à região demarcada da fala no cérebro.

Até que um dia ele conseguiu pronunciar putinha e fê-lo de uma forma tão mimosamente infantil que me arrepiei julgando-me parte de um acto de pedofilia. Que não era suposto. Do meu rosto deve ter transparecido o calafrio e ele avançou um pujante minha vaquinha que é daquelas coisas que se eu tivesse três estômagos regurgitava logo ali.

De maneira que o convidei para uma pausa, um lanchinho de leite quente com bolachinhas, para lhe afirmar que se tinha características de menina mimada, que tinha, equilibrava a travessa sendo perversa na cama.

(Foto © Maria Flores,2006, Write on me the words you cant tell)

... de costumes


Objetos (espaço dedicado aos nossos amigos diários)

07 dezembro 2013

Playboy - tratamento VIP... para ele e para ela



«Entre nós» - João

"Sabes o que te vai acontecer? Perguntei eu. Tens alguma ideia? E ela olhou-me, profundamente, e disse-me que sim. Respondi-lhe que não. Que não tinha verdadeiramente ideia do que ia acontecer-lhe. Em absoluto rigor, nem eu, embora soubesse que ia ser longo. Combinámos uma palavra para parar, se fosse necessário. A cadeira era austera. Madeira escura. Estava sentado nessa cadeira e tu despida, deitada sobre as minhas pernas. Enquanto uma das minhas mãos te ia dando umas palmadas nas nádegas, a outra passeava-se pelas coxas e pela tua cona, onde os dedos se deixaram entrar. Massajei o teu clítoris e fiz-te vir. Pediste que não, que não o fizesse, mas fiz-te vir. Não logo, não depressa. Estavas ali para ser castigada. Fui lendo os teus sinais, a tua respiração, os teus músculos, e criei um crescendo até ao momento em que te deixei rebentar.
Não podias fugir. Vir-te-ias quando eu quisesse, e não à tua vontade. Faria de ti o que quisesse. Deitei mão a corda grossa, para não te marcar muito, e prendi-te à cama pelos tornozelos e pelas mãos. As pernas abertas e os braços estendidos. Estavas à minha mercê. Comecei por, quase timidamente, beijar-te as pernas. Os joelhos. Avancei para as coxas, no seu interior. Beijei-te a barriga, e detive-me a lamber e a trincar, ever so slightly, os teus mamilos que à minha chegada estavam já duros, erectos. Não podias ver nada do que te fazia, porque os teus olhos estavam vendados. Assim que avancei sobre ti, uma perna minha tocou a tua cona e ficou molhada. Estavas quase a pingar. Encharcada mesmo. Trinquei suavemente os teus ombros, beijei-te o pescoço, e por fim os lábios. Mas então avancei sobre ti e enfiei-te o caralho na boca. Como se a tua boca fosse uma cona. Agarrei-te o cabelo e segurei-te a cabeça. E, enquanto isso, com uma mão livre, ora te esfreguei a cona, ora lhe bati, com umas palmadas certeiras, e perguntei-te se te querias vir, se querias que te fodesse a cona, que lhe enfiasse o caralho. Fizeste-me sinal que sim. Querias ser castigada. Deixei-te a boca, que beijei, e entrei em ti sem dificuldade. Por esta altura já o lençol que cobria a cama estava molhado, e tudo quanto precisava fazer era escorregar para dentro de ti. Em pouco tempo estarias a debater-te com as cordas, esticando-te, vindo-te. E eu também.
Depois, mais tarde, deitado, avançaste sobre mim. Começaste por esfregar a tua cona no meu caralho, duro, pulsante, sem o deixares entrar dentro de ti. Deslizaste para a frente e para trás, deixando-o totalmente molhado. Sentaste-te sobre a minha cara. Obrigaste-me a lamber-te. Como se fosse isso um grande sacrifício. Lambi-te a cona longamente. A língua castigou-te o clitóris e aventurou-se entre os pequenos lábios. Percebeste que estavas quase a vir-te, e saíste de cima da minha boca. Regressaste ao caralho, sobre o qual te sentaste. Deixaste-o entrar. Consegui vê-lo desaparecer dentro de ti. E ondulando a bacia criaste um movimento rítmico que em poucos instantes nos fez vir de novo. Caíste ao meu lado.
No final, éramos farrapos. Todo aquele espaço tresandava a sexo, e nós totalmente rebentados, mas sorridentes, felizes, deitados lado a lado, com a mão dada, e frases de descompressão. Que não existes, que isto só pode ser proibido, provavelmente ilegal numa série de países, que não existe nada igual. A dado instante disseste “nem sei se fodemos ou fizemos amor”. Perguntei: “e isso, entre nós, tem alguma diferença?”."

João
Geografia das Curvas

Deuses do Nepal e suas consortes

Duas pequenas estatuetas do Nepal, em bronze, representando um deus oriental (numa delas com uma lança) com a sua consorte, num enlace amoroso e uma mulher nua deitada de bruços, a seus pés.
Vieram do Nepal para a minha colecção.




Perspectivas e reflexos do caralho


Via Danish Principle