23 junho 2015

Quina Barreiros - «O meu homem acorda com ele em pé»

Não, não é Quim Barreiros. É mesmo Quina Barreiros.

Especialista em passarinhas


Escrever o teu nome numa pétala e depois cuidar dessa planta com a suavidade e o empenho de um devotado beija-flor.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

O plano grego



HenriCartoon
Com escrita, a boca não consegue pronunciar o que separa entre as coxas, a vulva que as pregas solta ao que no escuro tranca e acescência interna destrava, um corredor ao de leite que ao largo, a testa.
O seio na mão que o despe para corresponder ao que foge clandestino do encalço ao regaço. O lodo entoa até às mangas o que passa rápido pela mão a gritar entre e que pinga e enche os dedos, acima uns dos outros, dedo a dedo afim de gladiar a água mamífera que desce do poial e amputa o equilíbrio ás ondas.



Luísa Demétrio Raposo



Sátiro malandro e virgem

Busto em bronze de sátiro ou fauno com uma mulher nua encostada a ele.
A malandrice da minha colecção espelhada nesta peça.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)





22 junho 2015

Coco de Mer -«X»


Coco de Mer: X from TBWA\London on Vimeo.

«Agenda» - João

"Há sol a incidir nas mãos dele. Nos joelhos. Nas pernas. Há gente a passear frente a ele, outra deitada na relva, há criançada barulhenta em baloiços, a aproveitar um dia que podia ser de Verão, não fossem as noites ainda muito frias. Aquele pano de verde desce quase até ao rio, antes de se interromper por pedaços de cinzento e outras cores pintadas em cima do cinzento, e estradas com carros apressados e gente nervosa lá dentro, a querer chegar algures antes mesmo da razão de precisar chegar lá, e depois a água, a água a correr ao sabor da maré. Cruza a perna por um momento, ajeita-se no banco onde está sentado, braço esticado, o conforto do calor que aquece o rosto e o telefone pousado ao seu lado. Ele a olhar o telefone e o telefone a olhar para ele. A dizer-lhe “pega-me”, “usa-me”. A mão desobedece à conveniência do momento e pega no telefone, usa-o, abusa-o, e ao primeiro som da voz que atende só tem uma pergunta para fazer: Como está a tua agenda? Quero marcar uma coisa contigo para sempre."

João
Geografia das Curvas

Postalinho da vulva na montra

"Que coisa é esta numa montra do centro comercial Dolce Vita, em Coimbra?!...


... Ah! É um búzio!"
Paulo M.




Espelho meu...



Capinaremos.com

21 junho 2015

Ah, os livros!...


Summer, Presto. from CDWard on Vimeo.

Luís Gaspar lê «A Margem» de Octavio Paz


Tudo o que brilha na noite,
colares, olhos, astros,
serpentinas de fogos de cores,
brilha em teus braços de rio que se curva,
em teu pescoço de dia que desperta.

A fogueira que acendem na floresta,
o farol de pescoço de girafa,
O olho, girassol da insónia,
cansaram-se de esperar e perscrutar.

Apaga-te,
para brilhar não há como os olhos que nos vêem:
contempla-te em mim que te contemplo.
Dorme,
veludo de bosque,
musgo onde reclino a cabeça.

A noite com ondas azuis vai apagando estas palavras,
escritas com mão volúvel na palma do sonho.

(Tradução de Luís Pignatelli)

Octavio Paz
Octavio Paz Lozano (1914-1998) foi um poeta, ensaísta, tradutor e diplomata mexicano, notabilizado, principalmente, por seu trabalho prático e teórico no campo da poesia moderna ou de vanguarda. Recebeu o Nobel de Literatura de 1990. (Wikipédia)
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

PI de jogo de nádegas