21 dezembro 2016

Rasgada

Corremos pelas nossas memórias ou saltamos por cima das mesmas e aproveitamos o que estamos a viver? Parece uma máxima mas não é, demasiadas circunstâncias da vida permitem-nos falar assim.
Saltas comigo?  Estamos acima das nuvens, acima dos pensamentos lógicos e eu estou no meu palco enquanto tu me absorves de uma forma quase gulosa mas tem calmam que cada momento tem o seu sabor: a carne quente, rasgas-me a carne, partes-me o desejo ao meio e entras por mim adentro sabendo que eu o quero.
Como te atreves tu a entrar no meu palco? Os deuses irão cobrar-te tal tratamento de deusa cor-de-rosa, vou dizer-lhes que foi à altura.

De ti, minha miragem no meio do deserto, quero apenas isto: simplicidade na agressividade, suor na calma e força nas tuas fraquezas expostas. A carne nunca é fraca, apenas pode ser rasgada.

Já me rasgaram.

Postalinho da vela-supositório

"Numa festa de Natal, por que motivo a decoração da minha mesa era esta?!"
São Rosas


20 dezembro 2016

HELIX - «Gimme Gimme Good Lovin'» 1984

Maravilha da terra de Pablo Neruda


"Daniella Chávez é a chilena mais seguida nas redes sociais"

E a gravura comprova que é devido à sua inteligência fora do comum e assim.



Sharkinho
@sharkinho no Twitter

«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 69

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.







Página pessoal
no Facebook
no Tumblr

Marion, mais uma das mulheres de Milo Manara

Estatueta com personagem de Milo Manara, dentro do seu blister original.
Milo Manara tinha necessariamente que fazer parte da minha colecção. E faz, com vários livros e outros objectos.








A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

19 dezembro 2016

«Condom famous» (célebre por um preservativo)

Concurso de design para criar o preservativo oficial de Toronto (Canadá).
O que pode acontecer a quem ganhar este concurso, promovido pela Toronto Public Health?

Os classificados dos jornais como fonte de inspiração

Que os anúncios dos classificados dos jornais, especificamente os da secção de "Convívio", constituem um manancial de adjectivos e uma larga enumeração de capacidades e descrições morfológicas sobretudo femininas, já sabíamos. 

Quem diria no entanto que esses rectângulos criadores de fantasias libidinosas poderiam também ser fonte de inspiração artística? Pois, foi precisamente isso que aconteceu quando Rosário Pinheiro, uma jovem designer e ilustradora de Viseu, resolveu explorar as páginas de comércio de carinho do «Diário de Viseu» para aí se inspirar e, em seguida, produzir várias ilustrações que depois foram o mote para uma exposição. 

Nessas ilustrações, imaginou a autora ou o autor dos diferentes anúncios com base na descrição de cada anúncio. O resultado pode ser visto aqui, no álbum deste projecto intitulado "Merry Whores".



Boas festinhas...


Edição revista... e aumentada...

Crica para veres toda a história
Apócrifa


2 páginas

(cricar em «next page»)

18 dezembro 2016

«The Rise and Fall of Angry Aids» (ascensão e queda da SIDA zangada)

«um gato numa varanda» - bagaço amarelo

De vez em quando morríamos de Amor. Principalmente aos Domingos depois do almoço, que era a altura em que descobríamos que não tínhamos coragem para dizer um ao outro que precisávamos de estar sozinhos. Na verdade, era também nesses momentos que tínhamos tempo para estar os dois juntos sem as preocupações inerentes à vida mesquinha que levávamos. Por isso nem sequer a nós próprios tínhamos coragem de o dizer.
Ela tinha um gato que eu nunca vi. Sempre que a visitava perguntava-lhe por ele, mas ela dizia que em Lisboa é normal os gatos frequentarem os telhados dos edifícios dos bairros antigos. Cheguei à conclusão que ele só entrava em casa para comer e saía logo outra vez. De facto, na cozinha havia sempre uma taça com comida e outra com água.

- Como é que podes ter a certeza que é o teu gato, e não outro, que vem cá comer?
- E se for outro, isso incomoda-te?

Era Domingo e eu tinha chegado apenas no dia anterior. Como é que numa relação onde só nos víamos ao fim de semana já se notava um desgaste tão grande? Pensei na pergunta, mas engoli-a imediatamente, para não provocar uma discussão.

- Se queres ter sexo antes de ires embora tem que ser agora. A seguir tenho que estudar...
- Esta semana estava a pensar ir só amanhã...
- Então deixa estar. Temos logo à noite.

Se ela ia estudar, eu tinha a porta aberta para me perder em Lisboa. Dei-lhe um beijo seco nos lábios e saí. É, sem dúvida, uma das cidades que eu gosto de visitar e revisitar, Lisboa. Nunca me canso de tentar perceber o labirinto de ter muitas cidades pequenas numa cidade grande. Talvez Lisboa seja um bocadinho como a minha vida, uma cidade onde me posso perder, mas onde também me posso aconchegar num pequeno bairro qualquer.
De qualquer forma, aquela tarde foi diferente. Passei-a a olhar para os telhados a ver se descobria algum gato. Vi vários e cheguei à conclusão que ela podia ter razão. Fiquei cinco minutos a olhar para um que, empoleirado no ferro enferrujado duma varanda, me fitava também. Era cinzento com riscas mais escuras. Enfim, um gato normalíssimo que só me despertou a atenção por estar a olhar para mim. Tinha uma coleira vermelha.
Nesse fim de tarde decidi que não fazia sentido voltar a Lisboa tão cedo para a visitar e acabei por apanhar um comboio para Aveiro. Estava farto de morrer de Amor ao Domingo. Não lho disse logo. Planeei telefonar-lhe na quarta-feira para a informar da decisão, o que acabei por não fazer. Por isso mesmo, a última conversa que tivemos foi sobre o gato dela.

- Conheci o teu gato. Estava na varanda dum prédio ao cimo da rua...
- Como é que sabes que era ele?
- Incomoda-te se for outro?

E saí. Ela também nunca mais me telefonou.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI da etiqueta